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Inovações em Educação

Exposições de arte invadem escolas de Taiwan

Objetivo de mostras itinerantes é estimular criatividade em país conhecido pelo ensino tradicional de matemática e ciências

por Tatiana Klix ilustração relógio 17 de outubro de 2013

Em Taiwan, se os alunos não vão ao museu, o museu vai até eles. Um programa criado em 1999 leva exposições itinerantes para escolas de ensino fundamental de toda a ilha, que já foram vistas por 2,4 millhões de pessoas, entre estudantes, professores e outros membros das comunidades no entorno de escolas. O Immersed in Creativity é uma iniciativa da Fundação Quanta, do idealizador e dono da maior fabricante de laptops do mundo, Barry Lam. O engenheiro, que construiu sua fortuna rodeado por técnicos e especialistas em ciências exatas, é dono também de uma coleção de arte de mais de 1.000 obras e acredita que cultura e arte são determinantes para o desenvolvimento da criatividade.

“Para Lam, somente seres criativos são capazes de criar produtos tecnológicos que sejam inovadores e úteis para as pessoas”, explicou Lori Hsu, diretora executiva da fundação, em entrevista ao Porvir. A ideia de montar exposições temporárias nos colégios vem dessa filosofia. Embora a educação seja levada muito a sério em Taiwan, o foco do sistema de ensino ainda é muito baseado em memorização, em preparações para avaliações padronizadas, com ênfase em matemática e ciências. Incentivar as crianças a se comunicar, a desenvolver pensamento crítico e a resolver problemas são missões do Immersed in Creativity, projeto foi esteve entre os finalistas do Wise Awards deste ano, prêmio internacional que destaca ideias inovadoras em educação e que ocorre em Doha, no Qatar.

As exposições, em sua maioria formadas por 30 a 50 réplicas de obras famosas expostas em Taiwan e em outros países, além de outros materiais interativos, ficam em cada escola de duas a quatro semanas, mas os alunos se envolvem com elas de várias maneiras durante todo o semestre. Antes mesmo de serem montadas, assim que a fundação Quanta define o tema e o conteúdo de cada exposição (são criadas 12 por ano, que são levadas a 15 escolas), professores representantes de instituições de toda a ilha são chamados para seminários, em que são apresentados aos objetivos e conceitos das novas exposições. A partir dessas informações, as escolas devem então fazer propostas de como trabalhar os temas das mostras com seus alunos, envolvendo o maior número de professores e disciplinas.

“Elas devem elaborar um currículo para integrar a exposição à rotina escolar. Quanto mais professores se envolverem, melhor. A arte deve entrar nas aulas de línguas, matemática, ciências”, diz Lori. A escola que apresentar a melhor proposta na avaliação da fundação é a primeira a receber a exposição e fica responsável por repassar seu modelo de currículo a outras instituições. Segundo Lori, há interesse dos colégios em receber as exposições por vários motivos, como o financiamento repassado para criar uma decoração e um ambiente de aprendizagem diferentes e o treinamento oferecido a professores para desenvolver o programa.

Crianças participam de exposições em escolas de Taiwancrédito Divulgação

 

“Nós fornecemos recursos para que eles abram os horizontes, levamos experts para as escolas para os professores aprenderem novas técnicas inovadoras de ensinar”, completa a diretora executiva da Quanta. Os alunos, além de terem a oportunidade de ter contato com materiais que normalmente não estão acostumados sem sair da escola, também têm a chance de se tornarem guias das exposições. Segundo Lori, o programa desenvolve criatividade, inovação e também a liderança em um grupo de alunos, que recebem treinamento especial para conduzirem os visitantes de toda a comunidade pelas mostras. Desde a o início do programa, 16 mil alunos já desempenharam esse papel em mais de 1.000 exposições realizadas pelo país.

Para o futuro, a fundação planeja levar as mostras a outros países, assim como ampliar os temas e conteúdos das atividades e incluir no programa técnicas inovadoras para serem usadas em sala de aula, como games, por exemplo. “Estamos adaptando nossas exposições de acordo com o que os alunos e professores querem ver nelas. A inclusão de novos aplicativos é uma demanda de todos”, afirma Lori.


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ciências, competências para o século 21, interdisciplinaridade, prêmios, uso do território, wise

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