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Guia Educação Integral no Território

Parcerias para promoção do desenvolvimento
integral de crianças, adolescentes e jovens

Olá,
Você é nosso convidado para transformar a educação em sua comunidade, seu bairro, seu município!

Este é o objetivo do Guia Educação Integral no Território, produzido a partir dos aprendizados gerados por duas iniciativas implementadas entre 2012 e 2017 pelo Instituto Inspirare e seus parceiros. O Bairro-Escola Rio Vermelho, realizado em Salvador, na Bahia, e Transformando São Miguel dos Campos pela Educação, executado em Alagoas, promoveram uma ampla articulação territorial para colocar em prática uma concepção de educação integral que não se limita nem se confunde com o tempo que os alunos passam na escola.

Trata-se de algo maior e ainda mais desafiador, porque busca promover o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens em todas as dimensões: intelectual, física, social, emocional e cultural. Um propósito que extrapola a responsabilidade das escolas e, portanto, exige não apenas que derrubem seus muros e abram suas portas para que a comunidade entre e colabore, mas também demanda que a própria unidade escolar se expanda e ocupe o seu entorno, transformando ruas, praças, parques, centros culturais, esportivos e religiosos e, até mesmo, colônia de pescadores em espaços educativos.

A metodologia aqui apresentada foi construída por muitas vozes, saberes e fazeres reunidos em torno de objetivos comuns. Um aprendizado vivido por meio da intersetorialidade, com representantes de diferentes segmentos do poder público e da sociedade civil engajando-se em processos colaborativos, horizontais e sinérgicos, em que um mais um é sempre mais que dois.

O Guia não oferece soluções fechadas, nem estruturas lineares a serem seguidas. Em vez disso, sugere alternativas para que você possa se inspirar e criar um plano de educação integral em seu território, seguindo seu próprio caminho.

O desafio consiste em estabelecer uma parceria profunda e permanente entre escola e comunidade, buscando a ação conjunta de estudantes, professores, gestores, familiares, lideranças locais, empresários, ativistas e todos aqueles que vivem ou atuam no entorno. Os agentes do poder público também devem trabalhar de forma articulada, pois a garantia do desenvolvimento integral demanda a ação coordenada de secretarias responsáveis por outras áreas para além da educação, como saúde, assistência social, esporte, cultura, segurança, direitos humanos, infância e juventude.

O convite, mais uma vez, é para que, inspirado por nossos aprendizados, mas orientado pelas especificidades do seu próprio contexto e vivências, você possa descobrir o que e como fazer.

Mas lembre-se que você não irá longe se estiver desacompanhado. Esteja sempre atento ao poder da coletividade. Formar grupos é das tarefas mais importantes neste processo. Sozinho, cada um conseguirá apenas transformar uma prática individual. Juntos vocês serão capazes de articular um movimento. Por isso, convoque pessoas dos mais diversos setores. Mobilizar e comunicar são verbos vitais a serem conjugados nessa experiência.

E acredite no processo. Essa é uma metodologia que o tempo todo nos convoca a: escutar as pessoas, conhecer suas realidades, compartilhar desafios, mapear oportunidades, reconhecer o potencial do território e dos indivíduos que estão implicados nos problemas identificados, planejar e executar soluções em conjunto.

Ou seja, são as pessoas envolvidas que vão encontrar as melhores soluções para os seus desafios, desde que seus repertórios e capacidades sejam ampliados. Por isso, entre outros pontos, sugerimos a criação de comunidades de aprendizagem e a implantação de processos de formação continuada, que promovam a criação de novos saberes e a avaliação permanente do que está sendo feito até que essas práticas sejam incorporadas à cultura local.

Para apoiá-lo nesse processo, o Guia Educação Integral no Território disponibiliza um mapa de possibilidades que lhe permitirá:

  • Encontrar e articular parceiros para compartilhar esta jornada;
  • Mobilizar e engajar pessoas, comunicar e dar transparência a todo o processo;
  • Construir uma percepção ampliada da realidade educacional local;
  • Mapear desafios e oportunidades para solucioná-los;
  • Elaborar coletivamente um Plano de Educação Integral do Território com objetivos, estratégias, metas e ações;
  • Definir processos para a implementação e o monitoramento sistemático do Plano de Educação Integral do Território;
  • Identificar caminhos para a sustentabilidade da iniciativa no longo prazo.

Leia, reflita, escolha e organize o seu percurso. Como o processo é cíclico, acompanhe com atenção e criticidade o que for fazendo, aprimore o que for necessário e siga adiante.

Seguramente, suas experiências serão diferentes do que aconteceu no Bairro-Escola Rio Vermelho ou em São Miguel dos Campos, porque cada território tem uma vivência singular. Nenhuma escola é igual a outra, nenhuma comunidade é igual a outra, assim como também não são iguais aqueles que estudam, ensinam, trabalham ou vivem nesses espaços. É muito provável que esse material seja constantemente reeditado pelas novas trajetórias que inspirar.

Esperamos que esses novos processos colaborativos sigam transformando a realidade educacional dos mais diversos territórios e multiplicando aprendizados de tal forma que a educação pública se consolide como uma prioridade para o país e como uma prática de desenvolvimento integral e de cidadania.

 

Tenha um ótimo percurso!