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Inovações em Educação

Olimpíada do Conhecimento integra estudantes e empresas

Em ambiente inovador, times multidisciplinares se reúnem para prototipar produtos e resolver problemas da indústria

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 4 de setembro de 2014

A Olimpíada do Conhecimento, evento de educação profissional promovido esta semana pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Belo Horizonte (MG), traz para um mesmo ambiente empresas, especialistas como engenheiros e alunos dos cursos técnicos de mecânica, eletroeletrônica e segurança do trabalho para resolverem juntos problemas do dia a dia e que podem afetar a vida de todos. No espaço denominado “Indústria do Futuro”, grupos multidisciplinares se dividem em salas segundo o método de design thinking para tirar idéias do papel de forma coletiva sob olhares de diretores de grandes empresas como Vale, Fiat, Natura e 3M. Ali surgem protótipos de produtos que daqui um tempo podem estar no mercado.

“A grande mensagem que a gente quer passar é que o aluno do Senai não é aquele que vai apenas cumprir tarefas. Ele é alguém que pensa, que tem método e pode resolver problemas complexos”, diz Marcelo Prim, especialista em desenvolvimento industrial da instituição.

A Vale propôs o desafio para melhorar a comunicação entre os caminhões nas minas, e a montadora Fiat quer uma solução nacional para o sistema de partida a frio dos carros que substitua o “tanquinho” de gasolina que fica no motor. Já a Natura procura saber como conectar pessoas por meio de estímulos a diferentes sentidos no momento de relaxamento e de sono, enquanto a 3M tenta reduzir o barulho dos secadores de cabelo. O resultado é um espaço de criatividade e produção intensos.

Especialistas em propriedade intelectual acompanham os trabalhos de perto para analisar se o que vai sair do laboratório é algo realmente novo e indicar o caminho a ser seguido pelo projeto sem esbarrar em questões de patente. O apoio para o que está sendo pensado e produzido nos pavilhões da  Expominas também vem de outros cantos do mundo, com conexão direta com equipes do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, do Massachusets Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, e da Escola Politécnica de Milão, na Itália.

“No momento de construção das ideias, os alunos perguntam aos outros países como é o trabalho em determinada área na indústria local e aí recebem dicas e orientações dos nossos parceiros”, explica Mateus Freitas, gerente de inovação e tecnologia do SENAI.

Enquanto um grupo se ocupa da parte das ideias, outro trabalha na finalização dos protótipos em impressoras 3D ou até com objetos mais simples, como peças de Lego e circuitos elétricos.

Um espaço-conceito em evolução

O espaço multidisciplinar da edição de 2014 da Olimpíada do Conhecimento é uma evolução dos Grand Prix realizados no ano passado, quando seis times tiveram que resolver três desafios em 72 horas, em evento realizado em São Paulo.

Olimpíada do Conhecimento integra estudantes e empresasVinícius de Oliveira

 

Naquela edição, o processo se resumia à elaboração do plano de negócios para posterior  apresentação para investidores e empresas. Faltava um passo a mais, que veio em 2014, e que dá indícios de como a instituição vai mudar sua atuação. Com a criação dos chamados Laboratórios Abertos, o Senai vai colocar à disposição de empreendedores, universidades e pequenas empresas toda sua infraestrutura laboratorial.

“A gente está fazendo um projeto piloto em cinco das 800 unidades do Senai. Vai ter espaço para criatividade e prototipagem para que qualquer pessoa possa acessar”, explica Prim. Maringá (PR), Rio de Janeiro (RJ), Campina Grande (PB), Dourados (MS) e Manaus (AM) vão inaugurar o projeto a partir de setembro, cada um com uma empresa âncora que trará um tipo de problema.
“Um estudante de biotecnologia precisa de aparelhagem e mão de obra especializada para produzir e é muito difícil encontrar empreendimento de base tecnológica no Brasil como acontece nos EUA”, diz Marcelo Prim. “A quantidade de artigos publicados já nos coloca no mesmo nível de países desenvolvidos, mas nosso nível de empreendedorismo é muito baixo, falta esse apoio”, completa. O primeiro passo virá com financiamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que destinará R$ 1 milhão para cada uma dessas cinco unidades de Laboratórios Abertos, com R$ 50 mil por projeto.

* O repórter viajou para Belo Horizonte a convite do Senai 


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educação mão na massa, empreendedorismo, ensino técnico

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