Professor promove intercâmbio de escolas e leva inovação para zona rural - PORVIR
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Diário de Inovações

Professor promove intercâmbio de escolas e leva inovação para zona rural

Com a participação dos estudantes e projetos mão na massa, educador conta como começou a transformar sua prática em turmas do ensino fundamental

por Almy Medeiros da Silva ilustração relógio 3 de outubro de 2018

Sou professor na Escola Municipal Edite Porto, em Canhotinho (PE), e comecei a aplicar algumas práticas observadas no site do Porvir, como a sala de aula invertida, a utilização do Minecraft, a atividade de Caça ao Qr Code e a criação de um podcast. Em março deste ano, quando assumi a coordenação da escola Henrique Dias, na zona rural de Lajedo (a 32km de Canhotinho), fiquei inquieto e fui buscar mais informações sobre inovações em educação. Senti a necessidade de também colocar essas ideias em prática lá, até mesmo para conseguir orientar melhor os professores.

Na tentativa de potencializar atividades inovadoras, fiz um projeto e consegui um link de internet junto a um provedor para alunos e professores conseguirem utilizar a rede em suas pesquisas. Com a participação dos alunos, também foi possível criar uma rádio escolar reativar a biblioteca da Henrique Dias. Agora, eles estão ajudando na organização da mesma, são responsáveis pelos empréstimos de livros na hora do intervalo e estão em busca de um projeto de leitura para colocar em prática.

Para possibilitar trocas entre as duas escolas que eu trabalho, criei um projeto de intercâmbio com os alunos do 8° ano de ambas instituições. Primeiro, eles escreveram cartas para contar sobre seus sonhos para os colegas da outra cidade. Depois, começamos a organizar um encontro, onde a turma da Edite Porto vai visitar a escola Henrique Dias na zona rural de Lajedo. A ideia é que eles possam compartilhar experiências de projetos realizados.

Acredito que é projeto é inovador porque as atividades desenvolvidas pelos alunos são mão na massa. Com a proposta do intercâmbio de escolas, eles também se tornam protagonistas, já que ficam responsáveis pela organização do encontro, a realização do debate para troca de ideias e até mesmo a recepção dos colegas.

Com esse projeto, estou observando uma maior participação nas atividades e um maior engajamento dos alunos. Um exemplo disso é que quando lancei no grupo do WhatsApp de alunos da Henrique Dias a proposta deles cuidarem da biblioteca, prontamente já consegui 12 voluntários. Um dia depois eram 22. A ideia de produção de cartas e do intercâmbio também foi bem recebida, inclusive pelos alunos que normalmente têm resistência em escrever. Eles aceitaram e entregaram os textos dentro do prazo para análise.

Em relação às dificuldades, no primeiro momento, observei um pouco de desconfiança por parte da gestão, mas após uma boa conversa consegui a disponibilidade de transporte para promover o intercâmbio de alunos. Agora eles estão adorando a ideia. E por parte dos alunos, alguns resistiram, mas mudaram de ideia quando perceberam o envolvimento dos colegas.


Almy Medeiros da Silva

Trabalha há dez anos na rede municipal das cidades de Lajedo e Canhotinho, cerca de 30 km de Calçado (PE). Licenciado em história pela Universidade de Pernambuco e especialista em história de Pernambuco pela mesma universidade.

TAGS

aprendizagem baseada em projetos, ensino fundamental, participação dos estudantes, tecnologia

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