Professora transforma sala de aula em agência de publicidade e educação colaborativa - PORVIR
Por Vinícius de Oliveira

Diário de Inovações

Professora transforma sala de aula em agência de publicidade e educação colaborativa

Em Praia Grande (SP), estudantes desenvolveram produtos variados, como vídeos, apresentações e paródias sobre diversos conteúdos aprendidos

por Daria Teixeira Passos ilustração relógio 29 de maio de 2019

Transformar a sala de aula temporariamente em uma agência publicitária de educação colaborativa não foi uma tarefa das mais fáceis, porém gerou uma nova mentalidade sobre o processo pedagógico. Como a turma em que o projeto foi desenvolvido era bem heterogênea nos gostos e habilidades, isso me trouxe luz em como aproveitá-los neste processo de ensino-aprendizagem.

Unir contação de história e prática empreendedora foi o caminho para a implantação do projeto com alunos dos quinto ano do ensino fundamental do Colégio Coc Novomundo, em Praia Grande (SP). Eu precisava que eles “viajassem” nesta ideia e desenvolvessem práticas colaborativas para que todos fossem envolvidos. Inicialmente, a história ficcional escolhida para trazer a nova realidade aos alunos foi de uma agência de publicidade que precisava ser reformulada para uma prática mais colaborativa e para isto necessitava de pessoas engajadas, inovadoras e que fossem apaixonados pela colaboração.

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Os alunos se identificaram com este perfil e “abraçaram” o projeto em sua totalidade. Aproveitamos um encontro de pais e alunos que acontece a cada bimestre no colégio, o “Tempo Junto”, para apresentarmos o formato do novo projeto que tinha como objetivo desenvolver a empatia, pensamento crítico, as habilidades e principalmente a colaboração entre colegas.

Fizemos a inauguração da agência com corte de fitas, leitura de poemas, música e apresentação da placa com o nome escolhido pela turma: “Colabora – uma agência de educação colaborativa”. Como as crianças ainda não tinham idade para terem emails próprios, os pais forneceram seus emails para comunicação ao longo do projeto (os pequenos tiveram posteriormente aula-tutorial de como acessar o Google Agenda e algumas ferramentas do Drive). O próximo passo (já em sala de aula) foi a produção de crachás onde os alunos produziram seus avatares. Formamos grupos de acordo com as habilidades observadas e verbalizadas pelos alunos (grupo YouTube, blog, contação de história, teatro/música e produção textual).

Ao longo da semana, trabalhávamos os conteúdos programáticos para o 5º ano e, a cada 15 dias, estes grupos apresentavam um produto à respeito do conteúdo aprendido. Desse modo, nós tínhamos produtos variados, vídeos, apresentações e paródias sobre diversos conteúdos à disposição de todos. Ao longo da semana, durante as aulas ou no momento do recreio, sempre frisava a importância da agência, das produções e como cada um estava colaborando com o aprendizado do outro. Sempre trazia uma história para compor o cenário fictício.

Semana de provas passou a ser chamada de “controle de qualidade” e todos os “colaboradores” eram convidados via Google Agenda a participarem de uma reunião com a diretoria da agência (eu e alguns professores especialistas). Essa reunião era dedicada à revisão de conteúdo.

Uma vez por semana, a sala era montada como uma sala de inovação, com mesas em mini círculos e eram desenvolvidos atividades de desafios matemáticos, jogos colaborativos, musicais, onde os grupos eram mesclados. Os alunos mergulharam de cabeça neste mundo da storytelling (técnica de narrativa) e do empreendedorismo.

O empreendedorismo na escola é um conjunto de ações como o estímulo às atitudes inovadoras e a criatividade, incentivo à autonomia, análise de erros, trabalho em equipe e liderança. Estas ações podem ser incentivadas e até mesmo ensinadas. O empreendedorismo na escola ROMPE com tradições de uma educação onde professores e alunos a percebem como uma hierarquia e que definitivamente, não se encaixa mais em nossa realidade.

Um dos desafios encontrados no projeto foi a organização dos grupos de forma que todos fossem contemplados com as propostas e que realmente acontecesse a colaboração entre eles.


Daria Teixeira Passos

Educadora há 18 anos. Consultora acadêmica, palestrante em saúde infantil, líder do grupo de Educadores Google de Praia Grande e aprimorada em multiplicidade escolar.

TAGS

aplicativos, aprendizagem colaborativa, competências para o século 21, ensino fundamental

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