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Inovações em Educação

Reino Unido contra-ataca e lança site para Moocs

A FutureLearn é resposta de universidades britânicas às rivais norte-americanas Coursera e edX, pioneiras no mercado

por Redação ilustração relógio 8 de outubro de 2013

Depois de nove meses de gestação, a FutureLearn – plataforma britânica de Moocs (os cursos on-line, abertos e gratuitos oferecidos por instituições de renome) – deu à luz ao seu primeiro catálogo de cursos digitais. Lançado no final de setembro, os 20 Moocs desenvolvidos por universidades britânicas e disponibilizados na FutureLearn representa um resposta do Reino Unido ao movimento de popularização dos Moocs iniciado pelas plataformas norte-americanas rivais: Coursera, edX e Udacity. Para o primeiro curso – focado em gestão de recursos naturais e previsto para começar no dia 21 de outubro –, mais de 20 mil pessoas de mais de 150 países já se cadastraram.

A companhia, baseada em Londres, é vinculada à The Open University, uma instituição pública que oferece cursos a distância há mais de 40 anos no Reino Unido. Para o seu vice-presidente, Martin Bean, o nascimento da FutureLearn representa um “enorme” desenvolvimento do ensino superior. “Eles [os Moocs] têm um potencial de promover uma mudança duradoura no setor”, falou Bean, ao diário The Telegraph.

crédito tomasz bidermann / Fotolia.com

 

Desde a sua concepção, iniciada em dezembro do ano passado, a plataforma britânica já conta com a participação de cerca de 25 instituições, como as prestigiosas universidades de Bristol, Edimburgo e a King’s College de Londres. As instituições de ensino, que são as responsáveis pela produção do conteúdos dos cursos, estão entre as 75 melhores universidades do mundo, segundo o ranking Times Higher Education, cujos mais recentes resultados foram divulgados na semana passada. Outras três organizações do Reino Unido também fazem parte da aliança: o Conselho, a Livraria e o Museu Britânicos.  Para Bean, a oferta de cursos por essas entidades, que não são típicas instituições de ensino, é um dos aspectos que diferenciam o FutureLearn das rivais norte-americanas, que contam, basicamente, com universidades.

“Até agora, esse mercado tem sido dominado por companhias baseadas nos EUA, mas agora, com as instituições britânicas parceiras, estamos determinados a prover experiências mais atraentes de aprendizagem on-line e revolucionar os modelos convencionais de educação”, afirmou, à publicação Times Higher Education, o CEO da Future Learn, Simon Nelson. Já o Ministro do Estado Britânico para Universidades e Ciência, David Willetts, enxerga o lançamento da plataforma como um meio de propagação do ensino britânico. “Os Moocs representam uma oportunidade para nós aumentarmos o acesso a uma demanda global por educação superior. Essa demanda vem crescendo mais rapidamente em economias emergentes como o Brasil, a Índia e a China”, disse ao Telegraph, Willetts .

Lançado com a proposta de “inspirar o aprendizado para a vida e de se tornar tão popular quanto o Facebook”, o Future Learn – assim como Coursera e o edX –  busca conectar, globalmente, usuários interessados em aprender na rede e, assim, fomentar a criação de comunidades virtuais de aprendizagem. A plataforma, no entanto, ainda está em sua versão beta (experimental). Ou seja, o catálogo de cursos ainda não é tão extenso quanto o de suas concorrentes – só o Coursera possui mais de 400. A expectativa é que com essa primeira leva de cursos, os desenvolvedores possam receber feedback dos participantes para refinar a plataforma e o conteúdo dos cursos. Por enquanto, as universidades ainda utilizarão a carga horária dos cursos realizados como créditos acadêmicos.

Cursos

Atualmente, o internauta que consulta o site da FutureLearn já consegue ter acesso a informações dos 20 cursos pilotos – todos com duração entre duas e três semanas. Alguns deles, como o Mooc sobre gestão de recursos naturais desenvolvido pela University of Leeds: Fairness and Nature: when worlds collide (Justiça e natureza, quando esses mundos se colidem, em livre tradução), começa neste mês. Os demais cursos, que vão tratar de assuntos envolvendo da ciência da computação à presença islâmica no Reino Unido, estão previstos para começar a partir de 11 de novembro, conforme o calendário disponibilizado no site (veja a lista de todas as opções disponíveis aqui). Na plataforma, o internauta tem acesso ao programa dos cursos e também já consegue checar se faz parte do público-alvo do Mooc.

Depois de cadastrado, o participante será notificado do início das atividades dias antes do primeiro dia de curso. Para iniciar o treinamento, basta acessar a plataforma com os dados de usuário e senha. Ao encontrar o respectivo curso, o candidato deve entrar no ambiente do Mooc cadastrado e, a partir daí, cumprir com as atividades propostas e que são disponibilizadas a cada semana. É comum cada “lição” vir acompanhada de outros materiais multimídias – além das videoaulas – como áudios, artigos e outros links de aprofundamento.

Além disso, como forma de memorização da aprendizagem, o estudante tem acesso a quizzes e espaços para incluírem comentários sobre os materiais didáticos disponibilizados. Dessa forma, participantes e tutores podem interagir dentro do ambiente on-line. Os usuários deverão, ainda, responder a testes para concluir o treinamento. A expectativa é que, em breve, o usuário possa ter acesso a um certificado. Para tanto, será necessário pagar pelo documento. Essa é uma das maneiras a tornar a plataforma lucrativa no futuro.

Assista ao vídeo institucional, em inglês, da FutureLearn:


TAGS

coursera, educação online, edx, mooc, udacity

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