Tecnologia exige criação de novas formas de aprender e ensinar - PORVIR
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Inovações em Educação

Tecnologia exige criação de novas formas de aprender e ensinar

Comitê Gestor da Internet no Brasil analisa o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação em 12 escolas públicas do país

por Marina Lopes ilustração relógio 3 de maio de 2016

A presença cada vez mais intensa da tecnologia traz muitas possibilidades para o ambiente escolar. Mas para gerar resultados efetivos nos processos de ensino e aprendizagem, as escolas ainda devem superar uma série de desafios, como a falta de conexão à internet, a adequação aos programas governamentais e a capacitação das equipes.

Para identificar esse cenário, um estudo do CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) acompanhou o uso de TICs (Tecnologias da Comunicação e Informação) em 12 escolas públicas brasileiras. A partir de entrevistas com diretores, professores e alunos, a pesquisa identificou que a tecnologia ainda é mais incorporada pelas instituições como uma ferramenta de apoio do que como parte do processo pedagógico. Por meio das observações, também ficou evidente que apenas o uso desses recursos não gera mudanças expressivas nos processos de ensino e aprendizagem.

De acordo com Fabio Senne, coordenador de projetos e pesquisas do Cetic.br, isso demostra que a tecnologia em si não tem a capacidade de causar grandes transformações. “Ela precisa ser acompanhada de mudanças no interior dessa comunidade escolar. A simples incorporação e chegada desses dispositivos não vai trazer automaticamente esse tipo de mudança”, explica.

“O uso da tecnologia tem que ser direcionado, senão não faz sentido. É a mesma coisa que o professor mandar o aluno pesquisar em casa em um livro, copiar no papel pautado. O aluno entrega ao professor e ele apenas olha. Tem tanta coisa para o professor ler de todo mundo que ele dá um visto e vai embora. Não há aprendizagem”, defende uma professora da região metropolitana do Recife ouvida pela pesquisa.

Durante quatro anos, pesquisadores visitaram regularmente as escolas para tentar entender como as tecnologias estão sendo incorporadas no âmbito pedagógico. Seguindo critérios de diversidade regional, foram selecionadas instituições em municípios do Paraná, São Paulo e Pernambuco.

Em três capítulos, a publicação mostra as condições de infraestrutura das escolas e a apropriação dessas tecnologias para gestão e desenvolvimento de atividades pedagógicas, além de tratar das habilidades e capacitação de gestores, professores e alunos.

Entre os resultados identificados, a pesquisa menciona que uma das principais dificuldades das escolas é a adequação às características dos programas governamentais, que muitas vezes não levam em conta especificidades locais de estrutura física, as limitações técnicas ou até mesmo a preparação dos professores. “A pesquisa tem uma coisa muito interessante que mostra como o ambiente da escola é muito diverso”, destaca Senne.

O estudo também demonstra que as potencialidades do uso de TIC têm relação com a familiaridade e formação da equipe pedagógica, o que destaca a necessidade de abordar o uso de tecnologia na formação inicial e continuada de professores. “A gente viu pela fala dos próprios professores a importância de que essa formação inicial aconteça, e que não seja apenas em disciplinas acessórias ao currículo”, conta Daniela Costa, coordenadora da pesquisa TIC Educação.

Todos os resultados da pesquisa estão disponíveis para download no site.


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formação continuada, formação inicial, tecnologia

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