Quem varre o Schumacher College - PORVIR

Inovações em Educação

Quem varre o Schumacher College

Leia depoimento de brasileiro que foi conferir como a instituição funciona e viu todo mundo – literalmente – com a mão na massa

por André Gravatá ilustração relógio 16 de novembro de 2012

O Schumacher College é uma instituição superior bem diferente da maior parte das universidades. Ela oferece cursos curtos, vocacionais e de pós sempre ressaltando a sustentabilidade em áreas como economia, ecologia, alimentação, educação, arquitetura. Mas as semelhanças param por aí. Os alunos, voluntários e professores vivem em comunidade e compartilham responsabilidades pelo funcionamento do espaço. O grupo de brasileiros que forma o Educ-Ação, um projeto que tem visitado escolas e universidades inovadoras pelo mundo, teve a oportunidade de passar um tempo no lugar. Confira o depoimento.

Logo que os novos alunos de mestrado chegaram no Schumacher College, no fim de julho, depararam-se com um homem varrendo a entrada do lugar. Passavam por ele e então iam direto para uma mesa, com bolos e sucos que davam água na boca, na qual algumas voluntárias entregavam o material do curso. O homem com a vassoura na mão se chama Jon Rae, é o diretor da instituição, o head of College. E ele estava na função de varredor, não para impressionar os novos alunos. Na verdade, desconfio que muitos dos novatos nem perceberam sua presença.

Diretor Jon Rae, que também participa da limpeza do campusDivulgação

No Schumacher, tanto professores quanto alunos e quem mais orbitar em volta das casas devem se dividir nas tarefas ligadas à manutenção diária do local. Os alunos do Schumacher College geralmente moram nas instalações da faculdade. Então eles cozinham juntos, limpam o banheiro e, como o Jon estava fazendo, varrem o espaço.“Isso é tão simbólico: os alunos estão chegando e o diretor está ali, varrendo. Aqui é um lugar onde as pessoas se permitem abrir para o outro a sua humanidade”, contou Juliana Schneider, ex-aluna do Schumacher que hoje atua como facilitadora voluntária nas aulas.

Outra ex-aluna, a Kelsey Agnew, até chegou a imaginar um monólogo entre ela e uma privada suja – afinal, limpar o banheiro é uma das tarefas típicas dos grupos de trabalho: “Hei, privada suja, eu vou limpá-la! Uso você todos os dias, agora você está me usando.” O senso de comunidade instigado a partir das atividades de limpeza é profundo o suficiente para mudar a relação entre os alunos e membros do Schumacher e o espaço. O fato de todos participarem desses processos inspira uma responsabilidade compartilhada, enraizada na ação.

Leia o post completo no blog do Educ-Ação.


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sustentabilidade

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