Campanha para estimular empatia leva desenhos infantis a museu de Niterói - PORVIR
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Inovações em Educação

Campanha para estimular empatia leva desenhos infantis a museu de Niterói

Após visita a lar de idosos, crianças foram convidadas a falar sobre o que sentiram e se expressar por meio de ilustrações e mensagens em inglês

Parceria com Edify

por Luciana Alvarez ilustração relógio 23 de agosto de 2021

Mais de 850 estudantes de quatro escolas de Niterói (RJ), materializaram seu sentimento de empatia por idosos em uma obra de arte coletiva. Inspirados por depoimentos gravados em vídeo por idosos de um asilo da cidade, as crianças criaram desenhos e escreveram frases de incentivo e acolhimento.

Os desenhos foram reunidos em um livro distribuído aos idosos e também acabaram projetados durante julho e agosto no MAC (Museu de Arte Contemporânea) e no Caminho Niemeyer, ambos em Niterói. Agora, a campanha “Estimule a Empatia” deve continuar pelas redes sociais, para que tenha ainda mais alcance.

Tudo começou com um projeto proposto pelo Edify, um programa de educação bilíngue para escolas. “A gente sempre tem projetos que saem do ensino puro e simples da língua, que buscam também sair da sala de aula”, explica Marina Dalbem, presidente-executiva do Edify. “Escolhemos fazer em Niterói como uma forma de agradecer a cidade, pois foi onde tivemos nossa primeira escola parceira, há 20 anos”.

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O primeiro passo deu-se em um lar de idosos, onde residentes gravaram depoimentos. Em geral, contaram sobre brincadeiras e experiências de sua infância, e alguns também falaram do sentimento de solidão que vivem, agravado pelo isolamento durante o período de pandemia. Esses vídeos foram passados para estudantes de diversas faixas etárias, durante as aulas de inglês. “Teve uma conexão muito grande. As crianças queriam subir em árvores, andar de carrinho de rolimã”, cita Marina.

Cartaz do Projeto Estimule EmpatiaCrédito: Reprodução

Projeto Estimule Empatia “You’re not alone” (“Você não está sozinho”)

Depois de conhecer um pouco sobre a realidade dos idosos, as crianças foram convidadas a falar sobre o que sentiram e se expressar por meio de desenhos. Também puderam escrever pequenas mensagens para os idosos. Como o projeto era ligado à educação bilíngue, as frases foram escritas em inglês, como “you are not alone” (você não está sozinho) e “be proud of who you are” (tenha orgulho de quem você é).

As ilustrações foram reunidas pela artista plástica Juliana Nascimento em um livro, e o resultado fez com que os representantes do Edify passaram a fazer esforços para ampliar seu alcance, até que conseguiram que fossem projetados na fachada de dois importantes museus da cidade. “Quando vimos quão incríveis ficaram os desenhos, decidimos fazer uma ação mais ampla. Assim, além de impactar os idosos que participaram, conseguiram impactar muito mais gente. Agora, com postagens nas redes sociais, estamos angariando doações para lares de idosos”, diz a executiva do Edify,

Do lados dos estudantes, os aprendizados foram profundos, dizem educadoras envolvidas com a condução da campanha nas escolas. “Ver seus desenhos projetados no MAC e no Caminho Niemeyer foi uma metáfora muito forte do poder de transformação que eles têm na cidade e na sociedade”, relata Adriana Hassin, diretora da escola Fórum Cultural.

O projeto pedagógico da Fórum Cultural prevê tanto ações que levem os alunos para fora da escola, quanto que trazem o mundo real para dentro da instituição de educação. Assim, quando foram convidados a participar do Estimule a Empatia, abraçaram a ideia, mas à sua própria maneira. “A gente não queria que fosse algo isolado, então fizemos um projeto interdisciplinar com o 4º ano sobre doações”, conta Adriana.

Segundo a diretora, o projeto conseguiu de fato estimular a empatia dos estudantes. “Eles ficaram muito impactados com os depoimentos dos idosos, conhecer suas histórias. Para muitos, talvez tenha sido a primeira vez que pensaram sobre a solidão em que vivem muitos idosos, pela pandemia, mas não só por causa dela”, afirma.

No colégio São Vicente de Paula participaram todos os estudantes do 2º e 3º ano, com um resultado também muito positivo, garante Kátia Mendes, coordenadora da equipe de inglês. “Fizemos reunião com as professoras regentes, algumas famílias e as professoras do projeto bilíngue, a conclusão foi que eles desenvolveram a capacidade de olhar. Tiveram um olhar de carinho, de afeto, para pessoas que não estão em suas famílias; mostraram respeito e o reconhecimento pela história de vida de cada idoso. O inglês entrou como uma ferramenta de expressão para os alunos”, diz Kátia.

A coordenadora explica que, desde o início, o projeto fez sentido para a escola, porque faz parte da missão da instituição o cuidado com o próximo. Mas os efeitos que de fato terão sobre os estudantes é incalculável. “O resultado foi puro encantamento. Sinto gratidão pela sensibilidade dos alunos ao realizarem seus desenhos, escreverem frases de carinho, simples, mas com emoção. Esse conteúdo eles levam para a vida.”

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educação bilíngue, socioemocionais

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