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Clubes de Computação Criativa levam inovação para escolas públicas de Pelotas

por Redação ilustração relógio 5 de agosto de 2019

Com tecnologias de baixo custo, o projeto Clubes de Computação Criativa está levando arte, cultura e inovação para escolas públicas de Pelotas (RS). Por meio de atividades alinhadas à Base Nacional Comum Curricular e ao currículo das escolas, a iniciativa incentiva que crianças e jovens coloquem a mão na massa.

Quem conta mais sobre o desenvolvimento do projeto são os seus próprios idealizadores. Com a palavra, os fellows Tiago Thompsen Primo e Kelen Silveira Bernardi:

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“Desde 2015, estamos organizando clubes de computação nas escolas municipais de Pelotas (RS), em parceria com o grupo de pesquisa, extensão e ensino CoCTec (Comunicação, Cultura e Tecnologias), da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), a Secretaria de Educação, o Centro de Tecnologias Educacionais de Pelotas e o Núcleo Pelotas da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa. O projeto Clubes de Computação Criativa, selecionado pelo Desafio Aprendizagem Criativa Brasil, evolui a partir das lições aprendidas com essa experiência. Focamos na incorporação de atividades mão na massa alinhadas à BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e ao currículo das escolas, trabalhando com tecnologias de baixo custo em apoio às atividades. Utilizamos como base pedagógica a aplicação de aprendizagem criativa e mensuramos o seu impacto por meio de evidências geradas a partir de dados coletados, estimulando o compartilhamento de práticas de sucesso.

Como parte das atividades previstas para os fellows do desafio, em maio viajamos para os Estados Unidos, onde visitamos o Media Lab, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Muitas coisas chamaram nossa atenção nesse período, então tentaremos pontuar de forma mais pragmática.

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No MIT, um dos destaques foi a cultura de compartilhamento visando construção conjunta de conhecimento. A transparência em apresentar e descrever as pesquisas e trabalhos, a busca por feedback de forma profissional e direta, o contato e a alegria de ouvir e ser ouvido. Parece utópico, entretanto é natural. Não existem caixas, cercados e sentimento de posse, existe um propósito pelo qual todos colaboram. Esta foi a grande lição para entender que precisamos aos poucos mudar uma cultura de posse, de segregação, de “seres míticos” e seguir lutando para que nosso trabalho seja voltado a deixar um legado a sociedade, e não um legado pessoal e intransferível.

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Especificamente no Lifelong Kindergarten do MIT Media Lab, conhecemos onde surgem projetos disseminados no mundo todo, como o Scratch e o Learning Creative Learning. Um dos grandes momentos, além do contato com pesquisadores do grupo, foi o encontro com Mitchel Resnick.

Foi extremamente rico perceber que a aprendizagem criativa, e diversas outras maneira de aplicar metodologias ativas de aprendizado são factíveis nas mais diversas realidades financeiras das escolas. A metodologia é enriquecedora e abre espaço para criação com equipamentos e materiais recicláveis, de baixo custo e de alto custo. Entretanto, para que funcione, ficou mais do que claro que se faz necessária a formação de uma rede de parceiros engajados, envolvendo as mais diversas instituições. Por exemplo, no caso da John Kennedy, sua parceria com a universidade Lesley e órgãos governamentais fomentou um enlace enriquecedor e voltado ao desenvolvimento de práticas educacionais apoiadas ou não por tecnologias voltadas ao propósito de gerar impacto positivo na formação dos professores e alunos. O mesmo se repetiu nas outras escolas de ensino básico, sejam com custos acessíveis, sem custos, ou até com preços elevados.

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Entre outros lugares, também visitamos o South End Technology Center, que sem dúvidas emana boas energias. Conhecemos pessoas extremamente engajadas e apaixonadas pelo trabalho que desenvolvem. Já na Acera School, também tivemos a oportunidade de ver os alunos criando projetos e se divertindo, enquanto os professores atuavam como curadores.

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A partir dessas experiências, estamos revendo o nosso processo de atuação. A nossa primeira meta foi reduzir a dependência dos professores de nossa presença, preparando-os para que eles sejam os protagonistas, para que eles procurem por conteúdos, e nós sejamos um suporte neste processo.

Queremos ampliar a nossa rede, sair apenas do municipal e focar também nas redes estaduais e federais. Também estamos trabalhando para fortalecer um evento que realizamos anualmente aqui na cidade, o RoboPel. A proposta é torná-lo um ponto de encontro para as escolas e para o compartilhamento das mais diversas experiências entre professores e alunos.

Outra meta, ainda está em andamento, é ter um espaço específico para promover uma aprendizagem mais criativa e mão na massa. Já entregamos para a prefeita o projeto de laboratório de Criatividade e Inovação para a Educação (CrIE).

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Bem, estamos agora com os seguintes desafios em andamento:

1. Criar um programa para reconhecimento dos professores envolvidos
2. Disseminar o uso de Metodologias Ativas e Aprendizagem Criativa dentro da UFPEL e outras instituições superiores através de disseminadores
3. Formar um núcleo e um programa para acompanhamento e suporte a professores na aplicação de AC
4. Aumentar nossa rede de colaboradores, através de alunos de graduação e pós-graduação, startups e fomentar a realização de eventos abertos à comunidade para imersões e disseminação
5. Coletar informações, dados e relatos que deem suporte baseado em evidências ao longo do tempo, do impacto da AC em ambientes de ensino.

Acompanhem os próximos passos aqui no blog!”

* A Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa é apoiadora do Porvir


TAGS

aprendizagem criativa, educação mão na massa, ensino fundamental, tecnologia

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