Grupo Ânima firma parceria com a Finlândia para formar professores - PORVIR
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Como Inovar

Grupo Ânima firma parceria com a Finlândia para formar professores

Grupo de ensino superior brasileiro começa trabalho com 40 educadores, que terão contato com novas metodologias de ensino e gestão de sala de aula

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 2 de outubro de 2017

Usar a metodologia de projetos pode parecer tentador, mas isso não significa que as aulas expositivas devem ser abolidas. Pensando em trazer esse tipo de consciência aos seus professores para eles focarem em uma educação centrada no aluno, o grupo educacional Ânima, que possui 100 mil alunos e universidades nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina, acaba de firmar uma parceria de cooperação com a Universidade da Finlândia.

Desde o mês de agosto até março de 2018, 40 professores de diferentes campus vão participar de um programa de formação continuada de 270 horas, combinando momentos presenciais e online com representantes da instituição, que faz parte de um consórcio formado por três das principais universidades públicas (Universidade do Leste da Finlândia, Universidade de Tampere e Universidade de Turku). Dividido em quatro módulos, o curso trata de temas como: aprendizagem e engajamento dos alunos, criação de processos e ambientes de aprendizagem, tópicos especiais do ensino na universidade (pesquisa, especialização e processos de supervisão) e construção de conhecimentos por meio da prática e troca de experiências.

“Tirar o foco do professor para colocá-lo no estudante é uma discussão que atinge diversos setores da educação, desde a educação básica ao ensino superior”, afirma Mirka Gustafsson, executiva da Universidade da Finlândia. A representante da instituição finlandesa evita falar em mera cópia do que é realizado em seu país e diz que o acordo com o grupo Ânima envolve coparticipação e criação conjunta. “Não acreditamos em cópias de modelos. Trazemos uma estrutura de possibilidades e, partir disso, fica por conta dos profissionais locais. O que funciona na Indonésia (outro país que recebe o programa) pode não funcionar no Brasil e isso nos empolga porque o programa coloca cada professor para discutir e aprender com seus pares”, diz.

Responsável pela primeira rodada de encontros presenciais em Belo Horizonte (MG), Johanna Annala, pesquisadora e professora da Universidades de Tampere, diz que o início do trabalho busca mostrar aos professores quem é o estudante do século 21 e quais são as suas especificidades de aprendizado ao longo da educação superior. “Passamos quatro horas discutindo sobre os objetivos de aprendizagem e o que é esperado que os alunos aprendam. Professores que são especialistas em determinado assunto ou pesquisadores precisam encontrar maneiras de transmitir todo o seu conhecimento para os alunos. Isso implica usar diferentes metodologias de ensino para atendê-los”, explica.

Outro ponto da reunião tratou do formato das avaliações, que precisa ir além do exame final. “Quando são usadas apenas provas, os professores ficam desapontados ao saber apenas no final que um aluno não aprendeu. Ao lançar mão de diferentes exercícios e projetos ao longo do curso, pode-se parar e voltar para um ponto que o aluno não entendeu e oferecer retornos avaliativos”, disse.

Projeto de vida
De acordo com o grupo Ânima, o acordo com a Universidade da Finlândia é consequência de um processo que busca aproximar o aluno do currículo e conectá-lo a seu projeto de vida. Para Edson Florentino José, coordenador acadêmico de inovação da empresa e coordenador local do programa acadêmico, a intenção é que a Ânima “seja uma plataforma da Finlândia no Brasil, de maneira que seja possível compartilhar o conhecimento que foi produzido no programa de formação local até outras universidades no Brasil”, diz.

“Nós caminhamos para o entendimento de que a formação de professores é estratégica para qualquer inovação. Você não inova nada sem que o professor esteja engajado, seguro e consciente sobre o aluno que deve formar. É necessário que ele adquira bases pedagógicas para fazer escolhas conscientes das melhores metodologias em função dos objetivos de aprendizagem”, resume.

Ao final da formação, o grupo de professores deve apresentar os resultados do projeto trabalhado em sala de aula com seus alunos. A instituição pretende ainda integrá-los ao núcleo de formação docente para que as práticas sejam multiplicadas para outros professores da rede.


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ensino superior, formação continuada

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