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Inovações em Educação

ONG cria campanhas para inovar na educação sexual

Nas redes sociais, organização incentiva uma abordagem mais contemporânea e o uso de de novas ferramentas para educar os jovens

por Redação ilustração relógio 3 de dezembro de 2013

A tecnologia pode personalizar e melhorar o aprendizado, oferecer ferramentas para a criação de trabalhos mais criativos e permite o acesso a um mundo de informação. Sim, ela permite acesso a quase todo tipo de informação, de qualquer lugar e por qualquer pessoa, inclusive crianças e jovens. Por isso, a Girlguiding UK – uma das maiores organizações que cuida dos direitos das meninas – quer chamar a atenção para essa realidade que não deve ser esquecida, principalmente, quando se está falando da educação sexual dos jovens do século 21. Por meio de uma série de campanhas nas redes sociais, o projeto chama jovens e professores para discutir a necessidade de atualizar a educação sexual nas escolas.

E os argumentos para a construção dessas campanhas não se apóiam apenas nas mudanças trazidas pela tecnologia. Segundo o relatório O Direito das Meninas a Aprender Sem Medo, que usou os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 246 milhões de meninas e meninos sofrem algum tipo de abuso, dentro das escolas, por ano. O Plano Internacional, responsável pela autoria do relatório, aponta que  “na maioria de sociedades, as relações desiguais de poder entre adultos e crianças e os estereótipos de gênero deixam as meninas, nas escolas, vulneráveis ao assédio sexual, coerção, exploração e discriminação dos docentes”.

Na Inglaterra, a próprio GirlGuiding também realizou uma série de estudos sobre o tema e ouviu cerca de 1.300 meninas, com idades a partir de 7 anos, de várias partes do país e diferentes situações econômicas. Quase três quartos das meninas a partir de 13 anos admitiu já ter sofrido algum tipo de assédio sexual, como piadas ou provocações. Mais de 75% das que têm idades entre 11 e 21 anos afirmaram que o sexismo afeta sua confiança e suas aspirações futuras.

E consequentemente a aprendizagem, como explica a psicopedagoga brasileira Valeria Tiusso, em artigo sobre o tema. “A criança ou o adolescente abusado sexualmente pode perder o desejo pela aprendizagem, apresentando condutas diferentes daquelas que até então mostrava. Muitas vezes, a dificuldade de atenção, de socialização e de aquisição de conhecimentos são alguns sinais que o abusado apresenta após o fato ocorrido”, escreve.

Campanhas

Para atacar o problema, a GirlGuiding realizou inclusive uma petição no Change.org que pede ao primeiro ministro britânico, David Cameron, traga educação sexual e de relacionamentos para as escolas. “Aulas de educação sexual devem espaços para discussões honestas e abertas – que sejam relevantes para as nossas vidas. Mas eles não são”, diz o texto. Para alcançar a meta, a petição precisa de mais 23 mil assinaturas.

Uma outra campanha da Girlguiding usa as redes sociais para debater a questão da atualização da educação sexual nas escolas. Que não se adaptaram ao universo da tecnologia e a facilidade de acessar informaçõ Para acompanhar a discussão, propor novas ideias, saber notícias e contar histórias, basta escrever um texto no Twitter e usar a hashtag #BetterSexEducation.

Para Jane Martinson, editora do caderno feminino do The Guardian,  as escolas precisam entender que a tecnologia, além de beneficiar o aprendizado, mudou muito a dinâmica de acesso a informação, inclusive aquelas que têm relação a assuntos sexuais. “O currículo para a educação sexual nas escolas não mudou em 14 anos e elas têm feito poucas tentativas de incluir a internet.”

Com informações do The Guardian. 

 

 

 


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gênero, redes sociais

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