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Por que falar de equidade no ensino superior

Falar sobre equidade no ensino superior é compreender os caminhos que levam os estudantes a ingressar nessa etapa, suas histórias de vida e os desafios que eles têm para permanecer na universidade.

Esses desafios podem ser econômicos, sociais e físicos. Nesse contexto, é importante lembrar que no Brasil as desigualdades, de forma sistemática, derivam do racismo.

Durante muito tempo, as universidades foram um lugar elitizado. Esse cenário começou a mudar com a chegada da Lei de Cotas (Lei 12.711, de 2012).

Em 2018, a pesquisa “Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil”, do IBGE, mostrou que o percentual de matrículas de pretos e pardos em universidades públicas foi de 50,3%. Pela primeira vez na história, esse número foi maior que o de brancos.

“Esse percentual ainda é aquém daquilo que é a proporcionalidade na sociedade brasileira da população negra. Então ainda há uma sub-representação nas universidades públicas”, diz Daniel Teixeira, advogado e diretor executivo do CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades.

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Apesar da lei ajudar a garantir o acesso, também é preciso pensar na permanência dos estudantes nas universidades.

São muitos os desafios que fazem com que os estudantes desistam da graduação:

dificuldade    financeira

deslocamento

cansaço

acompanhamento    dos conteúdos

“As universidades estavam acostumadas com um perfil homogêneo. Com estas novas formas de ingresso, ela passa a ter um perfil estudantil muito diferenciado”, diz Vera Lucia Felicetti, professora no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade LaSalle.

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E continua: “Essa pluralidade estabelece novas relações, exigindo ações estruturais direcionadas a cada conjunto de características. Entra aqui o desafio das instituições de como contemplar tamanha pluralidade.”

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Por isso, para alcançar a equidade na educação, são necessárias ações que vão além da sala de aula e alcançam a gestão das instituições de ensino superior.

Uma questão importante que exemplifica essa necessidade é a relação das faculdades com a maternidade.

No Brasil, ainda não existe nenhuma lei que garante a licença maternidade para alunas de graduação ou pós-graduação. Além disso, poucas universidades estão preparadas para receber mães e crianças.

Essas e outras discussões estão presentes no podcast O Futuro se Equilibra, uma produção do Porvir em parceria com o Instituto Unibanco, que fala sobre equidade na educação em diferentes dimensões.

Com 20 episódios, a 1ª temporada abordou temas como identidade de gênero, saúde mental, educação indígena, entre outros. O ensino superior é transversal a muitas dessas conversas.

Saiba mais, escute os episódios e deixe uma avaliação.

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Roteiro: Beatriz Cavallin Arte: Luan Silva Crédito de imagens: AdobeStock, iStock e Pexels.