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Por que Paulo Freire segue inovador?

O legado humanista do educador pernambucano Paulo Freire (1921-1997) sobrevive ao tempo. Democrática e dialógica, focada no ensino atrelado à conscientização política, sua pedagogia lhe rendeu 29 títulos de Doutor Honoris Causa concedidos por universidades na Europa e nas Américas.

Além disso, ele é o terceiro pensador mais citado em trabalhos acadêmicos na área de humanidades do mundo, de acordo com o Google Scholar.

Foto: Márcio Moraes

Patrono da Educação Brasileira, ganhou notoriedade nacional e internacional nos anos 1960, ao alfabetizar 300 cortadores de cana em 45 dias na cidade de Angicos (RN), a partir do conhecimento da realidade desses trabalhadores.

A educação libertadora que sempre defendeu, porém, o levou ao exílio em 1964, durante a ditadura militar. Foi no Chile que escreveu “Pedagogia do Oprimido”, seu principal livro, traduzido para 20 idiomas.

Pesquisador em educação e tecnologia na New York University, Fabio Campos afirma que o olhar freiriano continua tão inovador quanto na década de 1960.  “Uma das maiores inovações de Freire é assumir abertamente que a educação não é, nem deve ser, neutra ou apolítica. Não há época melhor para se reler Paulo Freire.”

Foto: Márcio Moraes

Para ser transformadora, dizia Freire, a educação precisa considerar as pessoas e suas culturas, respeitar  o modo de viver dos sujeitos e promover a dignidade.

Foto: Márcio Moraes

“O que Freire propõe é uma mudança na tipologia de relações como forma de garantir a libertação, e não apenas uma troca de lugares onde o oprimido vira o opressor e vice-versa”, explica Dennis Oliveira, professor da USP e autor do livro “Jornalismo e Emancipação: Uma Prática Jornalística Baseada em Paulo Freire”.

Confira a reportagem especial do Porvir sobre o centenário de Paulo Freire neste link:

Foto: Amancio Chiodi (1988)