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Inovações em Educação

Prêmio incentiva criação de empresas em escolas

The School Enterprise Challenge desafia estudantes do mundo todo a fundarem negócios que gerem dinheiro para colégios

por Fernanda Nogueira ilustração relógio 23 de outubro de 2014

Uma competição entre escolas do mundo todo que desafia estudantes a criem negócios lucrativos e socialmente responsáveis pretende transformar jovens que procuram um trabalho em criadores de empregos. A The School Enterprise Challenge, lançada em 2011, ocorre uma vez por ano é organizada pela Teach A Man To Fish, do Reino Unido.

“O mundo encara uma crise de desemprego juvenil, com 75 milhões de jovens sem trabalho, segundo a International Labour Organization (ILO) 2012. É de vital importância dar suporte ao acesso a uma educação com preço justo, de alta qualidade, empreendedora e baseada em habilidades, que esteja ligada à criação de empregos”, diz Sara Singleton, responsável pela área de comunicação do desafio.

Só em 2013 a competição beneficiou diretamente 1.065 escolas e mais de 22 mil jovens de 80 países. Aqueles que chegaram à fase de implementação do negócio geraram uma renda média de US$ 810 em seus primeiros quatro meses de operação.

Disponível em espanhol, francês e inglês, a competição dá apoio a professores e estudantes para trabalharem juntos no projeto e no lançamento de um negócio lucrativo que crie um impacto social e ambiental positivo. Os negócios são integrados ao currículo escolar através de diferentes temas e se transformam em uma plataforma para criar uma educação relevante e prática aos estudantes, ao mesmo tempo que geram dinheiro extra para a escola.

O projeto foi um dos 15 finalistas do prêmio Wise 2014, que homenageará os seis vencedores em cerimônia no dia 5 de novembro, em Doha, no Qatar.

Três etapas
A competição The School Enterprise Challenge tem três etapas. Na primeira, as escolas se cadastram on-line e ganham acesso gratuito a um conjunto de recursos educativos, com planos de aulas, modelos e currículos empresariais. Os estudantes debatem o tema e chegam juntos a uma ideia de negócio.

Na segunda etapa, as escolas continuam a usar os recursos gratuitos. As instituições de ensino têm a oportunidade de se conectar e aprender com outras escolas. Elas também podem se inscrever para a mentoria de negócios. Os estudantes desenvolvem e submetem um plano empresarial. Por fim, na última etapa, as escolas lançam e administram seus negócios por um mínimo de três meses. Os estudantes completam um relatório final.

Há prêmios nos três estágios da competição, chegando a um valor total de US$ 46 mil, entre dinheiro, laptops e câmeras. Há ainda competições extras que incluem premiações para quem desenhar o melhor logo e para quem fizer o melhor vídeo.

Competências
Com um currículo de empreendedorismo, a competição torna o aprendizado relevante, de acordo com Sara. O programa permite que os jovens vejam diretamente como o que aprenderam na escola se conecta com o sucesso no mundo após os estudos. “Quando temas acadêmicos se mostram relevantes no contexto da ‘vida real’, os resultados da aprendizagem melhoram. Isso possibilita que os jovens aprendam competências, conhecimentos, comportamentos e valores que os empregadores procuram”, explica Sara.

Como uma competição global para escolas, a internet ajuda o programa a se conectar com instituições ao redor do mundo. O site da competição foi desenhado para criar uma comunidade global de escolas empreendedoras. Recursos educacionais são compartilhados online e por e-mail.

“Mesmo assim, estamos determinados a atingir escolas que têm menos recursos, que podem ter menos acesso à tecnologia e à internet. Fizemos parcerias com organizações de vários países para poder enviar recursos impressos às escolas. Usamos ainda tecnologia móvel para dar apoio a essas escolas com incentivo e atualizações sobre a competição”, diz Sara.

Uma das prioridades é traduzir a competição para outras línguas. Devido ao potencial dos países que falam português, a organização considera a possibilidade de traduzir o site para português em 2015, de acordo com Sara.

A organização ainda pretende apoiar o estabelecimento de centrais da competição na Índia e fortalecer as centrais na África Oriental e na África Central. Segundo Sara, estabelecer centrais nos países permite ao programa fornecer mais apoio local às escolas participantes, com workshops, treinamento de professores, visitas para compartilhar informações e trocas entre escolas.

América Latina
O modelo de negócios escolares promovido pela competição teve origem na América Latina, em uma escola rural no Paraguai, que atualmente administra 16 negócios escolares, que cobrem todos os custos da escola com os lucros de suas empresas.

A organização Teach A Man To Fish trabalha em parceria com a organização Fundacion Paraguaya, que administra a escola, e tem relações próximas com outras organizações na América Latina.

Uma das instituições mais bem-sucedidas na competição é do Peru, chamada Escuela Concertada Solaris, que foi premiada em 2012 e em 2013 por seu negócio de geléias e marmeladas. O Brasil tem três escolas no desafio em 2014. Outros países da região que têm participantes são Argentina, Belize, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru e Uruguai.

De acordo com Sara, se escolas brasileiras quiserem saber mais sobre os modelos de negócios escolares ou saberem mais sobre os serviços pagos de treinamento e consultoria da organização, elas podem escrever, em português, para a diretora de Programas da organização, Anna-Joy Rickard. O e-mail dela é anna-joy@teachamantofish.org.uk.


TAGS

aprendizagem baseada em projetos, empreendedorismo, prêmios, tecnologia, wise

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