Plataforma financia projetos de professores em escolas públicas
SomosProfessores.org aposta na vaquinha virtual para conectar apoiadores e iniciativas educacionais que precisam de recursos
por Marina Lopes
16 de outubro de 2015
De um lado, professores com muitas ideias, mas sem recursos para colocá-las em prática. Do outro, pessoas interessadas em contribuir com iniciativas educacionais que podem impactar na vida dos alunos. Observando esse cenário, os pernambucanos Luiz Paulo Ferraz e Pedro Dantas criaram a plataforma de financiamento coletivo SomosProfessores.org, voltada exclusivamente para viabilizar projetos da rede pública de ensino.
A ideia surgiu em 2010, quando eles ainda cursavam licenciatura em história. “Começamos a perceber que tinham muitos projetos interessantes na escola pública, mas faltava apoio para eles”, lembra o professor Luiz Paulo Ferraz, vice-presidente da SomosProfessores.org.
Mobilizando outros colegas de diferentes áreas de atuação, entre professores, jornalistas, psicólogos, pedagogos, contabilistas e advogados, em 2014 eles fundaram uma associação sem fins lucrativos homônima à plataforma que entrou no ar no começo deste ano.
“O professor não é só aquele que está na sala de aula. Quem ajuda e contribui para o projeto também deve se sentir parte do processo educativo”, afirma Luiz Paulo, ao mencionar que o nome da plataforma pretende criar um sentimento de pertencimento entre os apoiadores. “É preciso que nós todos nos reconheçamos enquanto professores.”
- Caio Dounis, Luiza Dantas, Pedro Dantas, Luiz Paulo Ferraz, Hélio Lemos, Débora Duque e Victor Correia, da SomosProfessores.org -Foto: Thiago Calazans/Divulgação
- Projeto de rádio desenvolvido pelos alunos da Escola de Referência em Ensino Médio Álvaro Lins (Recife) – Foto: Divulgação
- Participantes do projeto de rádio desenvolvido na Escola de Referência em Ensino Médio Álvaro Lins (Recife) – Foto: Divulgação
- O projeto ‘Agente de Saúde Mirim’, da Escola de Referência em Ensino Médio Álvaro Lins (Recife), está em financiamento na plataforma – Foto: Divulgação
- Alunas participantes do projeto ‘Agente de Saúde Mirim’ apresentam trabalho – Foto: Divulgação
A aposta no modelo de financiamento coletivo para viabilizar projetos recorre à essência de uma prática muito recorrente nas escolas: a famosa vaquinha. “Todo professor sabe que gasta dinheiro do próprio bolso para dar aula. A ideia da vaquinha, que é feita na escola para fazer uma festa de final de ano, por exemplo, já era algo super comum. A novidade agora é que ela se tornou virtual”, explica.
Para conseguir o financiamento, o professor precisa se cadastrar no site e propor um projeto, explicando a iniciativa, seu impacto e quais recursos serão necessários. Uma equipe da SomosProfessores.org avalia o projeto e faz um orçamento para encontrar os melhores preços e, após fechar um valor total, o projeto é publicado no site. “Nós trabalhamos com um crowdfunding diferente. Normalmente o financiamento dá o dinheiro arrecadado, mas nós entregamos o produto que o professor precisa”, diz.
Após um projeto conseguir financiamento, a plataforma apresenta para os doadores um relatório detalhado sobre como o dinheiro foi gasto. Além disso, os professores se comprometem em enviar registros sobre o impacto do projeto no dia a dia dos estudantes.
A professora de português Cintya Jíminni precisava de alguns cabos, microfones e caixas amplificadoras para melhorar o funcionamento da Rádio EREM Mania, produzida pelos alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Álvaro Lins, em Recife.
Com um custo total de mais de R$ 1.600, a alternativa encontrada pela professora foi submeter o seu projeto na plataforma SomosProfessores.org. “O financiamento possibilitou a extensão da rádio. Até então, o som só saia em uma parte da escola e a qualidade era ruim. Hoje os alunos podem ser ouvidos melhor e ficam mais acreditados no projeto”, conta.
Para arrecadar os recursos necessários, a professora envolveu os alunos na divulgação da campanha pelas redes sociais. “Eu expliquei para eles o que era e como funcionava o financiamento coletivo. Eles ficaram bem empolgados”, recorda. A animação foi tanta, que a turma até compôs músicas para conquistar mais apoiadores.
“Por mais que a gente passe por problemas com a falta de investimento na educação, as pessoas ainda acreditam. Isso faz com que a gente, professor, fique motivado”, diz Cintya, que conheceu a plataforma por indicação do seu marido Vlademir Ferreira, professor de geografia da Escola Matias de Albuquerque, em Recife.
Para desconstruir estereótipos dos estudantes em relação ao lugar em que moravam, o professor Vlademir propôs o projeto “Se essa rua falasse”, onde os adolescentes iriam investigar a história da região do Morro da Conceição, Alto José do Pinho e Casa Amarela, na periferia de Recife. Tudo isso seria feito a partir de entrevistas com os moradores, o que demandaria a compra de gravadores de áudio. Com o projeto inscrito na plataforma, ele conseguiu arrecadar R$ 797,96 para viabilizar o projeto da sua turma.
Desde que a plataforma entrou no ar, já foram viabilizados nove projetos e outros dois estão em fase de captação. Atualmente são aceitas apenas propostas de escolas públicas em Pernambuco. No entanto, a intenção é que essa rede seja ampliada para todo o país.











Como enfrentar o bullying e a violência simbólica nas escolas, fiz a pesquisa na minha tese de doutorado e gostaria de colocar em prática! Tenho um projeto, que já entreguei na Prefeitura de Fortaleza, mas nunca me deram respostas! O meu livro foi publicado e quero divulgar a prevenção!
Bom dia…tudo bem trabalho numa escola pública no RS,cidade de joia,interior,onde sou monitora de criança especial estou no 4 semestre de pedagogia,e gostaria muito de trazer algo para a escola,onde fosse possível desenvolver mais essa criança,falta muito recursos.Não tem o q trabalhar p haver um avanço dessa aluna.Não somente p ela,mas que outras crianças pudessem interagir também ,havendo uma melhorar inclusão social.Penso q precisávamos de brinquedos educativos,investir na leitura,o que se tem d aula de leitura é muito pouco.Uma piscina para fazer natação ,essa menina especial é cadeirante,está acima do peso por n se movimentar o suficiente.E as outras crianças também utilizariam bastante.Tenho tantas ideias,para melhorar onde trabalho.Obrigada pela atenção!
Olá, Tais.
Entre em contato com a plataforma SomosProfessores pelo email contato@somosprofessores.org
BOA NOITE;
TRABALHO EM UMA ESCOLA PUBLICA E GOSTARIA MUITO DE INFORMATIZAR A ESCOLA JA QUE ATENDEMOS ALUNOS POBRES QUE NÃO TÊM ACESSO,GOSTARIAMOS MUITO DE CONSEGUIR TRES COMPUTADORES PARA SEREM USADOS PELAS CRIANÇAS PARA PESQUISA E ASSIM PROMOVER UM APRENDIZADO MELHOR.
ESTOU GESTORA DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL E RECEBEMOS ANUALMENTE MUITOS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIAS DIVERSAS. TEMOS UMA SALA DE AEE, MAS FALTA RECURSOS PARA AMPLIAÇÃO DO CONHECIMENTO . A ESCOLA HOJE TEM, 14 ESTUDANTES SURDOS QUE SOMADO AS OUTRAS DEFICIÊNCIAS TOTALIZA 25 ESTUDANTES. OS RECURSOS DO GOVERNO FEDERAL SÃO POUCOS DANDO APENAS PARA O CUSTEIO PEDAGÓGICO SEM COMPRA DE RECURSOS PERMANENTES. GOSTARIA DE SABER COMO VOCÊS PODEM AJUDAR A ESCOLA.
Boa noite! Tenho um projeto de praticar a reciclagem dentro da escola, mas não temos verbas para investir em cestos adequados para a coleta e separação destes materiais, com intenção de praticar a venda dos recicláveis em benefícios para a escola pública.
Sou professora de uma escola municipal localizada num bairro carente da cidade. Estamos iniciando um Projeto de Leitura com três salas de alunos de 3º ano, sendo que mediante a Pandemia, ficaram 2 anos sem o contato físico com Professores e escola. Nossa escola passou recentemente por uma grande reforma. Estamos montando uma sala de leitura, incentivando as crianças com várias atividades, contação de histórias, leituras diversa, mas gostaríamos de conseguir livros para nossa nova biblioteca.
Olá, Cecília. Entre em contato com a plataforma SomosProfessores pelo email contato@somosprofessores.org