Usando o design thinking para repensar a educação - PORVIR
Gajus / Fotolia.com

Como Inovar

Usando o design thinking para repensar a educação

Patricia Dranoff, estudante de design e voluntária do Porvir, dividiu impressões sobre oficina Education DesignShop, do MIT

por Marília Arantes ilustração relógio 25 de junho de 2014

A brasileira Patricia Dranoff, 21, que mora nos EUA desde os 5 anos, dividiu com a redação sua recente experiência “hands-on” na oficina Education DesignShop, promovido pelo MIT e com instrutores da Nuvu Studio. Em São Paulo para suas férias de verão e um estágio voluntário no Porvir, a estudante de design contou sua experiência no workshop, que ocorreu em um fim de semana de maio e tinha por objetivo usar técnicas de design thinking para repensar sistemas educativos. “Nós identificamos as questões que sentíamos na pele como alunos no sistema educacional e trabalhamos em várias propostas de soluções”, afirmou a jovem.

Como na NuVu, em que o “design do design” define a própria educação, no evento o processo de criação também foi muito valorizado, segundo Patricia. “Estávamos buscando gerar ideias para o sistema educacional”, contou a jovem. E, para que essa construção fosse ainda mais rica, os 100 participantes foram divididos em 25 grupos de 4, sempre combinando um educador, um estudante, um profissional e um gestor público. Durante o fim de semana, o time teria que trabalhar na ideia de um produto que trouxesse uma resposta a um problema real da educação. Os melhores seriam premiados.

“Enquanto gestores públicos podem ter ideias que influenciem o status quo, os estudantes e os educadores têm contato diário com a realidade da educação e os designers são especialistas no processo de inovação interativa. A colaboração nunca é fácil, mas equipes diversificadas têm potencial para gerar grandes ideias e soluções melhores”, dizem os organizadores do evento em seu site.

Em grupos de trabalho não hierárquicos, com gente de toda parte, primeiramente mentores se sentam para ouvir ideias e dar opiniões. Um deles era Saeed Arida, CEO da NuVu Studio, já abordada aqui. “Mas, nem sempre era preciso levar em consideração o que eles diziam”, brincou a estudante, reforçando o caráter horizontal da oficina.

O protótipo do grupo de Patrícia, denominado “The Epic Fail Journal”, algo como “Jornal dos grandiosos fracassos”, em tradução livre, propôs um sistema de acompanhamento de anotações em papel no bom e velho caderninho para que as pessoas pudessem aprender com seus próprios erros. O projeto ganhou o prêmio de avaliação final, mesmo sem fazer uso de tecnologias sofisticadíssimas.

O objetivo do grupo, que mantêm contato após a vivência no MIT, é estimular a escrita a mão para a aprendizagem transversal, de forma que as crianças passem a entender o valor das anotações, especialmente, feitas em momentos cotidianos. Veja aqui a apresentação do grupo, no Youtube.com.

“Queríamos tirar a conotação de que diário é coisa de menina. Também pensamos em reverter a lógica do fracasso. Acreditamos que, se você anotou, mesmo que não tenha sido um sucesso, sempre poderá aprender com suas experiências”, dividiu ela.

Segundo o site do Education DesignShop, participantes vencedores serão encaminhados para trabalho conjunto com mentores. Alguns, dentre melhores protótipos, obterão auxílio para transformar suas ideias em realidade.


TAGS

aprendizagem baseada em projetos, tecnologia

Cadastre-se para receber notificações
Tipo de notificação
guest

9 Comentários
Mais antigos
Mais recentes Mais votados
Comentários dentro do conteúdo
Ver todos comentários
Canal do Porvir no WhatsApp: notícias sobre educação e inovação sempre ao seu alcanceInscreva-se
9
0
É a sua vez de comentar!x