Professor inspirador faz diferença após a faculdade
Segundo pesquisa da Gallup, alunos que são incentivados a perseguirem seus sonhos se tornam profissionais mais comprometidos
por Fernanda Kalena 28 de maio de 2014
Professores de graduação que fazem o aprendizado ser mais prazeroso, se importam com seus alunos, apoiam, estimulam e os incentivam a correr atrás de seus sonhos acrescentam mais à vida dos estudantes depois de formados do que apenas durante os anos da experiência universitária. É o que mostra um estudo realizado pela Gallup, conceituada empresa norte-americana de pesquisa de opinião, em parceria com a Purdue University.
Mais de 30 mil pessoas com diploma de ensino superior de diferentes instituições dos Estados Unidos responderam a uma pesquisa on-line, que visa mostrar como certas experiências universitárias podem ter consequências anos e mesmo décadas após a conclusão da faculdade. Uma das áreas abordada pelo estudo é a relação que os graduados têm com o trabalho, como comprometimento e sucesso profissional.
Dos entrevistados, 39% afirmaram que são engajados no trabalho, mas os dados mostram que o fato de terem estudado em uma instituição pública ou privada não fez diferença para esse resultado. Em contrapartida, se a pessoa teve um professor que se importava com ela pessoalmente, que a encorajou a perseguir seus sonhos e fez o seu aprendizado ser mais interessante e produtivo, a probabilidade dela ser comprometida no ambiente profissional dobra. No entanto, apenas 14% dos entrevistados afirmaram ter tido essas três experiências.
O estudo também levou em conta o bem-estar e a qualidade de vida dos formados. Neste quesito, também não fez diferença se a universidade frequentada era pública ou privada. Já aqueles que tiveram um bom suporte de seus professores na universidade tiveram cerca de três vezes mais chances de serem bem sucedidos e alcançarem uma vida próspera do que os que não passaram por essa experiência.
O relatório parte de dois princípios apontados em estudos realizados anteriormente pela Gallup. O primeiro é que os jovens, suas famílias e a sociedade em geral esperam que a experiência universitária seja transformadora e que os conduza a um melhor emprego e a uma vida com mais qualidade. O segundo é que que ter um bom emprego afeta diretamente a qualidade de vida.
“Outras pesquisas comprovam que uma boa posição no mercado de trabalho é um dos fatores mais importantes da vida de uma pessoa. Além de ocupar um grande espaço e uma grande quantidade de tempo no dia a dia, reflete na identidade pessoal”, detalha o relatório.
O estudo também aponta que muitas vezes a expectativa de que o diploma melhore a vida é frustrada e sugere que as instituições de ensino superior repensem seus valores e foquem em maneiras de fornecer mais apoio emocional aos estudantes, aprofundar a experiência de ensino e aprendizado e relacionar o aprendizado com situações da vida real.
“É crucial avaliar se as experiências que as pessoas tiveram na faculdade as levaram a uma vida boa. Isso inclui entender se a faculdade era a certa para elas, se os professores se preocupavam e, mais importante, se a escola os preparou bem para a vida fora da faculdade. Com este índice queremos descobrir quais experiências e percepções estão relacionadas aos maiores sucessos no mercado de trabalho e no bem-estar”, conclui a pesquisa.