Consultoria elabora “caixinhas de conhecimento”
Inesplorato faz curadoria de conteúdos para pessoas que querem aumentar seu repertório e aprender novas coisas
por Marina Morena Costa 
4 de dezembro de 2012
A imensidão de títulos de uma livraria desperta uma vontade danada de aprender e adquirir novos conhecimentos. Mas por onde começar diante de um universo tão enorme de obras e informação? Para auxiliar quem busca aumentar o próprio repertório (ou se reinventar em momentos de novos desafios), a Inesplorato, curadoria de conhecimento de São Paulo, monta uma caixinha que promete ajudar a desvendar universos inexplorados.
O processo começa com um bate-papo informal, uma entrevista que pode levar duas horas, na qual os curadores da equipe, profissionais especializados em diferentes áreas, perguntam de tudo. Gostos, desafios profissionais e pessoais, formação acadêmica, histórico familiar, anseios e expectativas são a base do “mapa de curadoria”, que mostra as áreas a serem desenvolvidas.
crédito Inesplorato Os curadores realizam então uma imersão em conteúdos que vão estimular os sentidos dos clientes e montam caixinhas com livros, filmes, artigos de revista, documentários, músicas e indicações de exposições e cursos. O material vem com anotações feitas à mão, que guiam a aprendizagem. Tudo personalizado.
“Permeamos universos que, no primeiro momento podem não parecer relevantes, para estimular os outros que a pessoa domina. Por exemplo, um advogado que abriu um novo escritório e quer quebrar paradigmas, apresentar um atendimento diferente, pode receber um material de Design”, explica o comunicador social Roberto Meirelles, sócio e curador de conhecimento da Inesplorato.
A angústia diante do universo gigantesco de informação e inabilidade de saber como alcançar o conteúdo desejado são motivos que levam as pessoas a procurar a Inesplorato. A capacidade de relacionar não cresce na mesma velocidade que a informação, avalia Roberto. “Percebemos que uma pessoa que gostaria de saber mais sobre sociologia vai a uma livraria, compra um livro que não compreende e acabava deixando de lado dizendo ‘não gostei’. Se ela pega um [Zygmunt] Baumam, sociólogo que cita diversos autores, vai realmente ter dificuldades, porque não tem repertório para ingressar naquele mundo. Nós abrimos as portas certas para o universo do conhecimento.”
A Inesplorato, que significa desconhecido em italiano, conta com uma equipe de 12 curadores fixos, profissionais especializados em diferentes áreas – sociologia, comunicação, design e arquitetura, entre outras. Para assuntos específicos, como física quântica, eles recorrem aos colaboradores convidados, experts que também são provocados a sair de seu universo de conhecimento e buscar correlações. À equipe recebe o material e organiza o conteúdo de acordo com as necessidades dos clientes. “A gente entende que qualquer fonte pode ser uma fonte de conhecimento. Uma pessoa, um livro, um documentário, uma visita ao museu. O desafio está em transformar a informação em conhecimento”, analisa.
Além da Curadoria Direcionada (que custa R$ 1,2 mil), a Inesplorato trabalha com caixas de acervo (R$ 500), que abordam temas pré-definidos, como a de empreendedorismo e a caixa vinho e música. Esta última, elaborada com a ajuda da sommelier Helena Mattar, harmoniza a mistura de sentidos e sensações do som e da bebida. A caixa vem com uma garrafa, um CD e um livreto com as explicações sobre os dois elementos e sua correlação, e custa (R$ 350 ou R$ 450, dependendo do vinho escolhido).
