Estudante mineira está entre os 50 melhores alunos do mundo em premiação

Depois de muito tempo acompanhando com admiração o Chegg.org Global Student Prize, que seleciona os melhores estudantes do mundo, a mineira Millena Xavier Martins, de 17 anos, viu seu nome figurar na lista ao lado de outros 49 alunos de vários países. 

No top 50 da edição de 2024, Millena é pesquisadora de IA e estudante do ensino médio no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (MG). Caso saia vencedora, ela receberá um prêmio de US$100 mil. A premiação teve mais de 11 mil indicações e inscrições de 176 países.

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Parte desse reconhecimento está no histórico que mantém com a escola. Ela afirmou ao Porvir que é lá onde consegue ver diferentes realidades e como pode contribuir para elas. 

Com mãe professora e pai trabalhador rural, a estudante enfrentou – e enfrenta – desafios diversos para conseguir estudar, mas segue empenhada na educação. “Minha relação com a escola sempre foi muito dinâmica, de eu querer ir além dos limites acadêmicos, das provas e conteúdos, sempre buscando atividades extracurriculares e querendo entender a comunidade em que vivo para trazer soluções”, afirmou. 

Durante a pandemia de covid-19, ela se inscreveu de forma independente na OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia) e deste então sua experiência em olimpíadas só cresce. Atualmente ela se prepara para participar da Olimpíada Internacional de Inteligência Artificial, que será realizada na Bulgária. 

Pensando nessa atuação e em como seria importante apoiar outros colegas nesse tipo de competição, ela fundou a Prep Olimpíadas, que funciona como uma ONG que auxilia estudantes no ingresso de olimpíadas do conhecimento. De acordo com o site da organização, ela atinge mais de 100 mil estudantes no país. 

Para alcançar seus objetivos, a estudante deixou sua cidade natal e buscou um colégio que lhe proporcionasse mais possibilidades de atuação. Para essa transição, ela considera que o apoio da família foi fundamental. 

“A minha família me impulsiona a seguir nos estudos, tanto que eles toparam que eu me mudasse para buscar mais apoio para olimpíadas científicas e para pesquisa acadêmica, porque a minha antiga escola não me apoiava”, relata.  

Ferramenta de IA 

A estudante, que também atua pesquisando modelos de inteligência artificial, desenvolveu uma ferramenta que usa IA para realizar a triagem de autismo. Chamada de “Autinosis”, ela se inspirou em um amigo que tinha dificuldade de acesso adequado a diagnósticos. 

O interesse pela ciência e pelos estudos têm atraído a atenção de diversas organizações. Internacionalmente, ela já foi convidada a integrar o Conselho Consultivo da Olimpíada Internacional de Pesquisa, tornando-se a mais jovem e única latina no comitê.

Além desse convite, ela foi nomeada pela Forbes Under 30 (lista criada pela revista de negócios que reúne jovens que se destacam em diferentes áreas de atuação) na categoria ‘Ciência e Educação’, tornando-se a mais jovem a receber tal honra. 

“Liderando iniciativas que promovem a educação científica e o envolvimento juvenil, Millena Xavier Martins tem fomentado uma comunidade global de jovens estudiosos e inovadores. Sua resiliência, criatividade e compromisso em fazer a diferença são um exemplo para sua comunidade e para o mundo”, destacou o comunicado oficial da premiação. 

Em setembro, a organização promotora do prêmio vai anunciar os 10 finalistas dessa edição e, no final do ano, fará o anúncio do vencedor.

Sobre o prêmio

A Chegg.org fez uma parceria com a Varkey Foundation para lançar o Chegg.org Global Student Prize anual em 2021, um prêmio irmão do Global Teacher Prize de US$ 1 milhão. A intenção era criar uma plataforma que destacasse os esforços de alunos em todos os lugares que, juntos, estão reformulando nosso mundo para melhor.

O prêmio é aberto a todos os alunos com pelo menos 16 anos de idade e matriculados em uma instituição acadêmica ou em um programa de treinamento e habilidades. Estudantes em tempo parcial, bem como estudantes matriculados em cursos on-line, também são elegíveis.Os estudantes brasileiros têm um histórico de destaque no Chegg.org Global Student Prize: Ana Julia de Carvalho, da cidade de Maceió, no nordeste do Brasil, que foi aclamada internacionalmente por suas inovações em robótica, entrou para a lista dos 10 finalistas em 2021 do Global Student Prize e Lucas Tejedor, aluno do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (CEFET/RJ), um inovador autodidata em várias disciplinas, como programação, ciências sociais e política, foi um dos 10 finalistas no ano seguinte.

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