Estudante carioca de 18 anos entra em lista de 50 melhores do mundo - PORVIR
Crédito: Arquivo Pessoal

Inovações em Educação

Estudante carioca de 18 anos entra em lista de 50 melhores do mundo

Lucas tem expectativa de figurar entre os 10 melhores do mundo. Se vai alcançar o primeiro lugar, isso ele não sabe.

por Ruam Oliveira ilustração relógio 2 de agosto de 2022

Nenhuma atividade na rotina de Lucas Tejedor é sem razão de ser. Desde o momento em que acorda, sempre por volta das 4h da manhã, até a hora em que vai descansar, tudo o que ele costuma fazer tem um objetivo. O principal deles é melhorar a si mesmo. 

Com 18 anos, o estudante do 4º ano do ensino médio técnico no CEFET/RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro), está entre os 50 finalistas do Global Student Prize, uma premiação que seleciona os “melhores estudantes do mundo”, promovida pela Varkey Foundation. Morador de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ele é o único brasileiro entre os selecionados na edição de 2022.

Criança curiosa

Quando pequeno, gostava muito de se sentar junto ao avô e assistir a documentários sobre vida animal, ciências e história. Para Lucas, esses momentos foram o início de sua vontade em querer estudar e saber mais sobre as coisas. Ele conta que, ao se deparar com um assunto que despertasse seu interesse, , pedia sempre ao avô para contar mais a respeito e, assim, ia aprendendo fatos novos e diferentes. 

“Eu era uma criança curiosa, não diria que era prodígio, não”, comenta o estudante. 

De fato, a curiosidade está bem presente nos trabalhos desenvolvidos por Lucas. Aos  13  anos, escreveu seu primeiro projeto de livro, que tratava sobre autoconhecimento. Essa não é uma temática que necessariamente está no radar de crianças nessa idade, mas Lucas já se preocupava em entender sobre autocuidado. Algo que segue fazendo até hoje.

E foi nessa busca que descobriu a paixão por correr. Essa é a primeira atividade que faz todos os dias, assim que acorda. Ele afirma correr 5km todos os dias.

E tudo o que faz está meticulosamente previsto. Esse fator, ele acredita, o torna capaz de desenvolver todos os projetos que idealiza. 

O estudante está vestido de azul e segura um celular. ao fundo, um computador.
Arquivo Pessoal Lucas Tejedor em sua casa, no Rio de Janeiro
Crédito: Arquivo Pessoal

Em seu site pessoal há uma lista com seus feitos. Além dos livros e artigos, existem também iniciativas no campo da tecnologia, como um aplicativo para prevenção a incêndios, um projeto de horta escolar, um simulador de engenharia genética, algumas iniciativas sobre reciclagem, entre outras. 

O segredo, para ele, é ter disciplina. Do ponto de vista do estudante, tornar-se alguém disciplinado, mesmo que nas pequenas coisas, é o que faz – e fará – com que ele vá cada vez mais longe. 

O que dizer do futuro

Apesar de hoje ser estudante de tecnologia, Lucas não pensa em continuar estudando diretamente nessa área. Ele quer cursar Direito, mas enxerga um espaço para a tecnologia na sua futura prática profissional. Um exemplo é usar inteligência artificial na análise de dados ou lógica de programação para automatizar determinadas funções. 

Ele segue uma lógica de não perder aquilo que conseguiu ao longo dos anos. Lucas vê a sua rotina de uma forma metódica, o que para ele funciona muito bem, tanto nos estudos, quanto em qualquer circunstância que esteja vivendo.

“Eu não perco muito tempo, sabe? Estou sempre fazendo alguma coisa. Se estou no trem duas horas e meia, estou estudando, respondendo perguntas do vestibular. Se estou em casa almoçando, vejo um vídeo sobre algum tipo de conhecimento. No meu tempo de lazer eu vejo um filme que vai me acrescentar de forma pessoal. Sempre encontro alguma forma de crescer em qualquer coisa que eu esteja fazendo.” 

Seu maior sonho e objetivo, diz Lucas, podem parecer clichê, mas é onde ele “conseguiu chegar depois de pensar muito a respeito”: trata-se de impactar o maior número de pessoas possível por meio de seu trabalho. 

Melhores do mundo

Ao receber a informação de que estava entre os selecionados para a premiação global, o estudante conta que além do próprio entusiasmo, sua família e seus amigos celebraram muito. 

Mas não é a primeira vez que o nome dele aparece em premiações. Ele já foi finalista do Prêmio Prudential Espírito Comunitário, vencedor da Feira Brasileira de Jovens Cientistas, vencedor na Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro e segue acumulando medalhas. 

Lucas tem uma grande expectativa de figurar entre os 10 melhores do mundo. Se vai alcançar o primeiro lugar, isso ele não sabe. “Existem muitos estudantes excelentes”, conta. 

Os nomes dos dez selecionados serão divulgados em agosto. O vencedor da premiação leva para casa um prêmio de 100 mil dólares. 


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competências para o século 21, tecnologia

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