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Inovações em Educação

Jovens cientistas apostam no financiamento coletivo

#SciFund Challenge realizou um mutirão internacional para ajudar pequenos projetos a saírem da gaveta

por Vagner de Alencar ilustração relógio 4 de junho de 2012

“Ciência não é uma sucessão de fatos, mas algo que se aprende na prática”, garante em seu blog a cientista Catherine Anderson, pesquisadora que está desenvolvendo o projeto  Budding Scientists (Brotando Cientistas, em tradução livre), com o objetivo de estimular em estudantes de ensino médio o interesse pela pesquisa e fazê-los acreditar que ciência é bem mais do que a memorização fórmulas. Para isso, ela quer tirar do papel um programa chamado Ciência Espontânea, que vai aproximar jovens de Vancouver, no Canadá, a técnicas científicas e ao mundo dos experimentos.

Mas se sobra entusiasmo, falta financiamento para a execução. Para que a proposta fosse realizada, Catherine precisava de pouco mais de US$ 3 mil dólares para a aquisição dos equipamentos necessários ao desenvolvimento dos experimentos, como microscópios, lupas, incubadoras, entre outros.

Por isso, o Budding Scientists resolveu participar de um mutirão internacional realizado em maio para arrecadar, via financiamento coletivo, recursos para que jovens cientistas tirassem da gaveta seus projetos. A proposta de Catherine foi uma dentre as 75 que participaram do #SciFund Challenge, uma campanha virtual realizada pela comunidade internacional, RocketHub, que oferece uma plataforma para financiamentos coletivos.

crédito Sarapulsai38/ Fotolia.com

Apenas no mês de maio, período em que a campanha foi realizada, foram arrecadados mais de US$ 100 mil. Participaram pesquisadores de todo o mundo das mais diferentes áreas, como educação, astronomia, economia, ecologia entre outras.

Além de levantar recursos para a execução dos trabalhos, a iniciativa visa aproximar a população do campo das ciências. A primeira edição, que aconteceu no ano passado, arrecadou US$ 76 mil e contou com 49 cientistas.

Apesar do mutirão em torno do grupo de projetos, cada um deles apresenta um perfil separado na plataforma onde as pessoas doam o dinheiro diretamente para a causa que mais lhes interessa. O Budding Scientists atingiu 105% do valor estimulado como meta, mas nem todas as pesquisas conseguiram ser financiadas. Mas mesmo quem não teve sua meta atingida, conseguiu, por meio da campanha, dar visibilidade aos seus sonhos de estudo. Acompanhe quais pesquisas participaram do #SciFund Challenge.

No Brasil

Embora no Brasil não haja nenhuma campanha que promova o financiamento coletivo voltado especificamente para ciências, já existem por aqui plataformas de crowdfunding que podem abrigar projetos com o mesmo olhar. Dois exemplos seriam o Catarse e a Benfeitoria.

O Catarse, que já existe há três anos, é uma opção para que empreendedores possam ter seus projetos culturais e jornalísticos financiados por qualquer pessoa. Os projetos inscritos no site precisam apresentar em vídeo sua proposta, oferecer contrapartidas para quem topar ajudar e estabelecer um período para a arrecadação do dinheiro. Se o valor da meta não for atingido, o dinheiro retorna aos doadores que podem reinvestir em outros projetos na plataforma.

Já a Benfeitoria, que trabalha com a mesma metodologia, tem um foco mais específico, abrigando projetos que tenham como proposta gerar algum impacto social.


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aprendizagem colaborativa, financiamento coletivo

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