O Futuro se Equilibra #009 – Lugar de Adulto é na escola
O podcast ouviu o professor, doutor em história e sociologia da educação, Sergio Haddad.
por Redação 3 de março de 2022
Educação não está restrita a uma fase da vida. Sejam crianças, adolescentes, jovens ou adultos, todos têm o direito de estudar. Está na constituição federal. O 9º episódio de O Futuro se Equilibra trata sobre a EJA, a Educação para Jovens e Adultos e sua importância na busca pela equidade.
“Eu acho que quem teve a oportunidade de trabalhar com a educação de jovens e adultos fica marcado como professor. Esse espaço é muito desafiador e ao mesmo tempo muito gratificante sob o ponto de vista da riqueza que é trabalhar nesse local, sem colocar em outro patamar, no espaço da educação infantil ou ensino regular”, pontuou o professor Sergio Haddad, doutor em história e sociologia da educação.
A história que contamos esta semana é da Maria Zelia, que começou a estudar depois dos 50 anos.
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EJA – Anuário Brasileiro de Educação Básica 2021
A Trajetória Histórica Da EJA No Brasil E Suas Perspectivas Na Atualidade
Apresentação: Tatiana Klix
Produção: Gabriela Cunha e Larissa Werneck
Edição e captação de som: Gabriel Reis
Roteiro: Ruam Oliveira e Tatiana Klix
Concepção: Ruam Oliveira, Tatiana Klix e Vinícius de Oliveira
Apoio estratégico: Vinícius de Oliveira e José Jacinto Amaral
Música: Unicorn Heads, Asher Fulero, Babylon, Dan Henig, Septahelix, Darkroom, Apoxode e Airtone.
[Tatiana Klix]
Educação é um Direito.
Independentemente da idade que você tenha, eu quero que você saiba que educação não é algo que a gente precisa ter acesso somente enquanto somos jovens. Ou que o tempo pode ser considerado perdido.
Não, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos. Todo mundo tem direito à educação.
Eu sou a Tatiana Klix, diretora do Porvir, e hoje O futuro se Equilibra vai falar sobre Educação de Jovens e Adultos.
[música de fundo]
[Sergio Haddad]
A grande verdade é que o processo de reconhecimento desse direito não vem sendo acompanhado pela implementação desse e, nos últimos anos, esse direito vem sendo esvaziado. Gradativamente eu diria nesta fase da democratização, a Constituição de oitenta e oito reconhece esse direito. A LDB de noventa e seis reconhece depois, em dois mil, parecer do conselheiro Jamil Curi, ex professor da Universidade Federal de Minas que fazia parte de no Conselho Nacional de Educação. Veja um parecer específico, em dois mil sobre a educação de jovens e adultos e é uma referência até hoje. Mas, infelizmente, o que acontece é que, por diversos motivos, esse reconhecimento não é acompanhado pelas políticas, pela implementação das políticas.
[Tatiana Klix]
No início do podcast você ouviu o Sérgio Haddad, doutor em história e sociologia da educação, que nos trouxe um alerta importante: o reconhecimento a esse direito vem sendo esvaziado. Ou seja, enfraquecido.
E essa oportunidade, de saber que é possível estudar, não pode ficar esquecida.
Se assim fosse, a Zélia jamais saberia que, aos 50 anos, poderia concluir os estudos, ingressar no ensino médio e começar a sonhar com uma graduação.
É dela a história que nós vamos contar hoje.
Quem interpreta é ANNA PAULA BLACK
[música de fundo]
[início do relato]
[música de fundo]
Eu sou a Maria Zélia Alves Mota. Eu saí da Bahia ainda criança, cheguei em São Paulo com trezes anos de idade.
Da minha casa eu sou a mais velha de três irmãos e, assim como eu, eles também não frequentaram a escola.
Apesar de não ser tão distante, meu contato com a escola foi só para começar a aprender o abcd. A minha vida àquela época era muito difícil, não consegui continuar estudando.
Vim para São Paulo para trabalhar em uma casa de família e, ao chegar aqui, eles me colocaram no Mobral.
[música de fundo]
Aprendi a escrever meu nome, a juntar algumas letras. Comecei a ler.
Mas parei por aí.
A vida foi acontecendo. Me casei, me tornei mãe, e meus estudos ficaram de lado. Infelizmente.
Fui mãe jovem, aos 18 anos pela primeira vez e aos 23 na segunda.
Eu até tentei voltar a estudar nesse período. Deixava as crianças com meu esposo e ia para a aula, mas não funcionou muito bem. Com criança pequena é muito difícil se dividir.
Foram seis meses assim. Nesse período eu encontrei muita gente que me apoiou. Professores e Professoras que me ajudavam, colegas de classe que também me incentivaram.
Tentei de tudo, mas era difícil me organizar.
E então algo aconteceu comigo.
[música de fundo]
Aos 50 anos de idade eu perdi minha visão. Deixei de enxergar em um período em que estava trabalhando bastante, quando estava fazendo algo que gostava muito.
Foi um abalo total. Eu não tinha a menor noção de como era a vida de uma pessoa com deficiência visual. Eu tive descolamento de retina e hoje vejo como que vultos. É mais escuridão do que luz.
[música de fundo]
Mas a vida também nos faz descobrir coisas novas.
Mais ou menos um ano após perder a minha visão, eu estava no ônibus – ia encontrar a minha neta – quando conheci uma outra pessoa com deficiência visual. Ela me disse que não enxergava desde os 4 anos, mas que trabalhava, estudava etc. E eu fiquei chocada, porque comigo era diferente. Eu não tomava banho sozinha, nem mesmo pegar um copo d’água eu fazia sozinha.
Sem a minha visão eu não saía do lugar para nada.
Esse encontro me marcou profundamente! Nessa conversa, essa pessoa me disse que fazia parte de um grupo de deficientes visuais que tocava, cantava e estudava. E me fez um convite: você não quer estudar comigo?
[música de fundo]
O meu primeiro dia de aula foi lindo. Encontrei uma professora que ensinava com amor, com a alma. E quando ela me disse que eu iria para uma sala regular, com estudantes que enxergavam, foi aí que eu fiquei ainda mais chocada (e animada!).
Ter educadores e educadoras pacientes, que ensinam com delicadeza, faz toda a diferença.
Lá na escola eu aprendi a ler em braile. Foi um duplo desafio, mas no fim eu saí com dois certificados: um do EJA no Ensino Médio, quando estudei no SESI, e outro certificado de EJA em braille.
[música de fundo]
Eu não sabia que era possível enxergar no escuro.
No momento em que perdi minha visão eu também entendi que trabalhava muito e que nunca havia feito quase nada para mim. Eu não tinha tempo para ir num cabeleireiro, fazer a unha…
Perder a visão me fez olhar para mim. De fora para dentro e de dentro para fora.
[música de fundo]
E agora que eu sei que posso, vou seguindo como posso.
Fiz o ENEM e minha pontuação foi muito boa. Mas veio a pandemia e precisei esperar um pouco para começar uma faculdade. Eu quero estudar serviço social e não vou desistir.
Não desistir de mim é uma promessa que eu me faço diariamente.
No começo eu pensava em cursar uma faculdade para mostrar para minha família que eu era capaz. Mas agora não penso assim. Tudo o que faço é por mim e é para mim mesma que devo mostrar que sou capaz.
Cheguei até aqui, neste momento da minha vida, sabendo que não devo desistir.
Quanto mais se aprende, quanto mais se busca educação, melhor.
A educação é tudo e quanto mais a gente sabe, melhor. Quem não quer aprender mais?
[fim do relato]
[música de fundo]
[Tatiana Klix]
No período da ditadura militar surgiu um movimento que tentava reduzir o analfabetismo entre os adultos. Era o Movimento Brasileiro de Alfabetização, o Mobral. Você provavelmente já deve ter ouvido falar dele.
Mas a história do Brasil com a educação de jovens e adultos é longa. O Plano Nacional de Educação de 1934 instituiu o ensino primário gratuito, de frequência obrigatória e extensiva para adultos como direito constitucional.
Em 1947 surgiu a campanha de Educação para Adultos, focada na alfabetização de adultos. O ensino supletivo vem lá de 1971 e foi criado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que é como se fosse a irmã mais velha da LDB de 1996 que nós conhecemos.
Esta, que por sua vez veio reforçar a importância da garantia desse direito a jovens e adultos trabalhadores, assim como sua oferta gratuita.
Foram muitas as propostas de observar a educação de jovens e adultos. Mas que foram minguando com o passar do tempo…
[Sergio Haddad]
Havia, inclusive, uma secretaria especial para, vamos dizer, acolher a educação de jovens e adultos em toda a sua diversidade, o Programa Brasil Alfabetizado, e isso foi crescente. Nós fizemos aqui no Brasil a Conferência das Nações Unidas, a Conferência Internacional de Educação de Adultos, que ocorreu em Belém. Mas gradativamente, depois isso foi sendo deixada de lado. E hoje a gente tem uma situação bastante difícil, em que os municípios e os governos estaduais têm feito uma política, de retomar aquela ideia dos anos noventa, de fortalecer a educação regular e deixar a educação dos jovens e adultos de lá.
Então essa é a realidade que a gente está vendo nos dias atuais.
[música de fundo]
[Sergio Haddad]
É claro que a gente está vivenciando nos últimos anos uma situação muito particular e com a pandemia e também com a crise econômica, essas pessoas são fundamentalmente uma população diversa, uma população mais pobre, uma população que não pode seguir a escola durante o seu chamado período regular. Grande maioria teve que parar por problemas pessoais ou por trabalhar porque tem necessidade de trabalhar gravidez precoce e tal, e mais tarde tem uma vontade de voltar a estudar.
Agora é muito difícil, porque são trabalhadores uma grande parte, uma parte considerável. São trabalhadores ou são pessoas que estão passando pelo desemprego crescente nesses últimos anos e que, portanto, mesmo para frequentar a escola, você tem despesas. Não só porque você tem que comprar material em que pagar a condução, roupa, suas condições para frequentar uma escola, mas também porque muitas vezes isso exigem um esforço extra para as pessoas que estão indo ao trabalho, tomando condução para o trabalho, em que depois tem que mais sair mais uma vez ou ir direto para a escola e voltar à tarde da noite para novamente retomar o seu trabalho no dia seguinte.
Enfim, a dificuldade é muito maior e em situações de crise econômica e pandêmica isso se agrava. Então, há uma diminuição natural de procura, mas há também por parte dos governos uma vamos dizer assim uma atitude meio passiva em relação ao deixar isso acontecer, porque por trás disso tudo tem uma uma máxima, até que foi de um ministro da Educação, que é que as pessoas estão acostumadas, a sua condição só vai atrapalhar e para a escola. Ou seja, burro velho não aprende a esse tipo de coisa que é vamos dizer muitas vezes é utilizado para justificar as dificuldades que essas pessoas têm para frequentar.
[Tatiana Klix]
[música de fundo]
O foco de grande parte dessas ações e programas que eu citei e que são voltados para a educação de jovens e adultos é a alfabetização. Porém, muitos deles tiram as pessoas do analfabetismo total, para um analfabetismo funcional.
E, mais uma vez, alfabetizar é importante. Claro.
Segundo dados da Pnad Contínua de 2019, a taxa de analfabetismo no Brasil é de 6,6% entre pessoas de 15 anos ou mais. Isso significa que existem aproximadamente 11 milhões de pessoas analfabetas no país. No caso de pessoas pretas e pardas, a taxa foi mais que o dobro do que aparece em pessoas brancas.
Mas quando pensamos em educação para jovens e adultos, é necessário ampliar a discussão e entender que jovens e adultos também merecem uma educação integral, que olhe para os seres humanos em diferentes dimensões.
[música de fundo]
[Sergio Haddad]
Muitas vezes que a gente fala em educação de jovens e adultos, ela está muito restrita à ideia da escolarização dos jovens quando vamos dizer a perspectiva da educação dos jogos de adultos deveria ser mais ampla do que a atenção das pessoas adquirirem sua escolaridade. Isso veja vez de lá dos anos sessenta, com a presença de Paulo Freire. Toda essa concepção de educação de jovens e adultos, com uma exceção de formação cidadã, de formação para a participação, de uma formação para ganhar consciência sobre as questões de ganhos de consciência, traz para intervir na realidade. Então, a educação de jovens e adultos bebe muito nesta visão ampla, a educação de jovens, O que significa que as pessoas que buscam a sua escolaridade, elas buscam também não só esse diploma, mas a escola é um espaço social, de convivência, de troca de diálogo.
E se ela não for assim ela vira vamos ter um uma escola nessa lógica produtivista que você tem que dar material, da matéria vai com isso, como o seu conhecimento da escola. Fosse todo o conhecimento conhecimento é um recorte do conhecimento escolar, se você juntar o conhecimento de todas essas pessoas que chegam na escola, pelas suas experiências de vida, etc, é um espaço muito amplo de troca de informações.
[Tatiana Klix]
O Sergio, que já trabalhou com EJA, e conhece bem os desafios dessa modalidade, diz que ser educador de jovens e adultos deixa marcas. A prática muda os professores e professoras.
[Sergio Haddad]
Eu acho que quem teve a oportunidade de trabalhar com a educação de jovens e adultos fica marcado como professor por esse espaço porque ele é muito desafiador e ao mesmo tempo ele é muito gratificante sob o ponto de vista da riqueza que é trabalhar nesse espaço, sem colocar em outro patamar, no espaço da educação infantil, ensino regular.
[Tatiana Klix]
E, apesar disso, ele não esquece que os desafios existem e são muitos.
O Censo Escolar de 2021 apontou uma queda nas matrículas na EJA. Foram 2,9 milhões de matrículas, representando uma diminuição sequente em relação aos anos anteriores. Em 2017, por exemplo, foram 3,5 milhões, número que se manteve em 2018. Em 2019 foram 3,2 milhões. 2020, 3 milhões…
[Tatiana Klix]
E como é possível atuar em relação a EJA para que de fato essa modalidade consiga diminuir desigualdades?
[Sergio Haddad]
[música de fundo]
Sob o ponto de vista da equidade, as mulheres vem vem gradativamente conquistando um equilíbrio que não havia no passado em relação a sua escolaridade comparativamente com os homens. Eu sei que as mulheres negras são as que têm mais dificuldade, mas vamos ver as mulheres no geral, junto com os homens. No geral se aproxima. Mas assim a experiências muito importante. Além destes, desse ambiente que eu comentei com você, por exemplo, você tem estímulos em relação à formação profissional, união, uma formação liberal, como foi o PROEJA que você dá oportunidade para além do campo da formação cidadã, formação geral na de formação para o trabalho, para alguns campos específicos, etc. Há também a possibilidade de para quem estuda ter uma diminuição nas horas de trabalho. Isso já ocorre em alguns países em que a gente que se apresenta como estudante noturno, ele pode sair uma hora antes para o trabalho, ele pode.
Temos dessa natureza. Ao mesmo tempo, vamos esse par de tenham políticas afirmativas com relação à área da saúde. Como eu falei, pessoas que são mais velhas, que têm necessidade de óculos, que você pode trabalhar com materiais que são entregues, políticas essas que serviam de ensino regular e que você pode de fato estender para a educação de jovens e adultos. Ter a EJA distribuída, de maneira que a pessoa não tem que se deslocar grandes distâncias e que, portanto, aumenta o tempo e as dificuldades e o custo, vamos dizer assim para, para pessoas, por terem fazer realizar o seu normal abrir, cassios no caso específico, já de alfabetização nos locais de trabalho, criando, estimulando.
Vamos dizer que as grandes empresas possam fazer isso de uma maneira, mas o empreendedor chamando profissionais da educação que possam fazer depois. Então, tem claro material voltar para a educação de jovens e adultos, não ser os materiais infantis que são levados para a educação, ganhou mais materiais, que tem uma natureza própria, que atendem as as demandas, a alimentação, que a grande maioria saiu do trabalho para a escola vai voltar para casa dez e meia, onze horas da noite. Então, o lanche de acolhida são mecanismos que certamente podem ajudar não superar, mas ajudar essas desigualdades que já é produto da sociedade. O fato de existir a educação de jovens e adultos já é um reflexo dessa falta de equidade no campo da educação, que é a escolarização.
[Tatiana Klix]
E isso quer dizer que em uma sociedade com equidade a Educação de Jovens e Adultos não precisa existir? Sérgio Haddad diz que não, mas projeta um novo modelo de EJA, que reconhece que todos e todas podem e devem continuar aprendendo ao longo da vida.
[Sergio Haddad]
[música de fundo]
Mas eu diria mesmo que isso fosse, a tendência que a gente vê na educação de jovens e adultos. No positivo no Primeiro Mundo é que ela se transforme desse dessa forte marca de escolarização, como a escola básica etc para uma oferta de educação permanente, educação permanente. Nesse sentido, de você tem uma educação para a vida, você tem uma educação política, você tem uma educação para o teatro e a música. Isso é muito comum. Os centro de educação de adultos na Alemanha, por exemplo, na Escandinávia, no norte da Europa, de uma maneira geral, ou mesmo em países como Espanha, são esses centros que vão sendo gradativamente, centros de educação de adultos são centros de encontro para a literatura, cinema, formação cidadã e formação política. Essa é a tendência futura que eu espero que a gente consiga, vamos dizer, na medida que universalizar essa educação ela nunca vai terminar, Vai se transformar de uma educação, vamos dizer que é quase que escolar, por uma educação permanente, uma educação cidadã. Eu acho que é o que a gente tem de expectativa. Life Long Learning.
[música de fundo]
[Tatiana Klix]
O futuro se Equilibra é uma produção do Porvir com o apoio do Instituto Unibanco.
O roteiro deste podcast é meu e do Ruam Oliveira.
A produção é de Larissa Werneck e Gabriela Cunha, com edição do Gabriel Reis, da Podmix.
Este roteiro contou com dados do site Educa ibge, do Ministério da Educação, do Plano Nacional de Educação, INEP e do artigo A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EJA NO BRASIL E SUAS PERSPECTIVAS NA ATUALIDADE, de Leila Conceição de Paula Miranda¹; Leonardo Tavares de Souza²; Isabella Rodrigues Diamantino Pereira.
Vamos deixar mais alguns links na página do podcast para quem quiser se aprofundar mais no tema.
Obrigada Zelia por dividir sua inspiradora história com a gente. Vamos continuar te acompanhando na torcida por novidades na sua vida de estudante. Obrigada Anna Paula Black pela interpretação.
Ouça outros episódios de O Futuro se Equilibra. Já tratamos sobre pobreza menstrual, insegurança alimentar, interseccionalidade e mais. É só acessar o feed do podcast ou procurar em www.porvir.org/podcasts/ofuturoseequilibra.
Compartilhe este programa com mais pessoas e vamos juntos refletir sobre equidade na educação.
Eu sou a Tatiana Klix, diretora do Porvir.
Obrigada pela escuta!
[música de fundo]
[fim]