12 projetos de jovens que usam a arte para a transformação social
Em São Paulo, Programa Jovens Urbanos trabalha a educação integral para fortalecer o protagonismo e discutir direitos
por Marina Lopes
9 de janeiro de 2018
- Durante a Feira de Projetos da 12ª edição do Programa Jovens Urbanos, que aconteceu no último mês em São Paulo (SP), 12 grupos mostraram como a nova geração pode ser protagonista em projetos de transformação social. Desenvolvido pela Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), o programa trabalha a educação integral com jovens que moram na Cidade Tiradentes e São Miguel Paulista, no extremo leste da capital. “O programa tem o intuito de fortalecer o protagonismo dos jovens, ampliar o repertório e promover o direito à cidade. Para isso, Temos toda uma metodologia de trabalho”, destaca Fernanda de Andrade Santos, técnica do Programa Jovens Urbanos no CENPEC. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Por meio de dança, teatro, música, saraus e artes circenses, os jovens trataram uma série de temas que estão presentes da sua realidade, como genocídio, preconceito e violência contra a mulher. “Enquanto educador, meu papel era possibilitar um espaço onde eles pudessem se reconhecer, fazer amigos e experimentar a linguagem do teatro. A aula foi um lugar para que eles pudessem falar do que os faz felizes e também, de seus medos, da criatividade e da vontade de pensar um país com menos preconceito, racismo e homofobia”, avalia Ellen Rio Branco, educadora do Pombas Urbanas. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Cabaret: Arte contra o Preconceito: Amar não é Errado! – Instituto Pombas Urbanas – Com teatro, dança e artes circenses, o grupo Cabaret: Arte contra o Preconceito: Amar não é Errado! levantou o debate sobre heteronormatividade. Durante 25 minutos, eles se expressam por meio da arte e mesclam diferentes linguagens. “Ninguém é obrigado a aceitar, mas na sociedade de hoje, a gente precisa saber respeitar as pessoas. A gente fez esse teatro para conscientizar todo mundo”, explicou a jovem Anna Karolina Januário Filho, 16. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Dancetude – PROCEDU- Até quando vamos precisar resistir para existir? Foi com esse questionamento que 12 estudantes do grêmio da Escola Estadual Professor Pedro Moreira Matos, todos participantes do PROCEDU (Projeto Cultural Novo Pantanal), em São Paulo (SP), apresentaram danças e ações cênicas. Na avaliação do jovem Paulo Tankian, 16, a representação desenvolvida pelo grupo toca em uma ferida da nossa sociedade. “Falar sobre um racismo que mata é sempre muito pesado”, declara. E ele ainda completa: “A gente questiona o resistir para existir. Esse foi o foco: dizer que a gente não quer morrer!” (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- O Devaneio dos Balões: uma viagem de volta à infância – CEU Inácio Monteiro – O resgate à infância foi o tema da cena criada por um grupo do CEU Inácio Monteiro, na Cidade Tiradentes. “A ideia surgiu em um encontro onde a gente estava conversando sobre como era quando criança. Mesmo tendo pouca diferença de idade, eu vivi coisas diferentes do que as pessoas que nasceram depois de 2000”, sugere Felipe Ribeiro, 19, que concluiu o ensino médio na Escola Estadual Paulo Sarasate. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Encontros na Margem Literária – Associação Jovens do Brasil – “A literatura estava presente na nossa região, mas não tinha tanto destaque”, conta o estudante Gustavo da Silva Souza, 16, da Escola Estadual Francisco Pereira de Souza Filho. Foi pensando nisso, que ele e mais alguns colegas da Associação Jovens do Brasil começaram a organizar encontros públicos com música, literatura, troca de livros nas praças Malcom X e Craveiro do Campo, em São Miguel. Entre os debates, ganham destaque assuntos como a violência contra a mulher e a reforma do ensino médio. “São temas polêmicos, atuais e que aparecem em todos os lugares, mas a gente não vê [o debate] aqui no bairro ou na escola. Pegamos temas que tinham uma certa fraqueza dentro do nosso cotidiano.” (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Expressões Periféricas – Instituto Pombas Urbanas – Para falar debater sobre preconceito, um grupo de jovens da Cidade Tiradentes organizou um sarau chamado expressões periféricas. “Escolhemos esse tema para dar oportunidade para os jovens se expressarem, escreverem poesias e desabafarem sobre muitas coisas que acontecem no seu bairro”, conta Willian Roney, 15, da Escola Estadual Jorge Luis Borges. “A gente uniu sarau, periferia e debate sobre preconceito para saber a opinião do jovens.” (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Feminivida: Juntxs contra a Violência Doméstica – Quem também apostou na criação de um sarau foi o grupo Feminivida. Para debater e denunciar a violência contra a mulher, eles escreveram poesias e organizaram uma apresentação na Casa Anastácia, um instituição localizada na Cidade Tiradentes que tem o objetivo de combater, prevenir e enfrentar a violência doméstica. “A gente quer mostrar que em briga de marido e mulher se mete a colher, sim. Esse assunto é muito importante. Quantas mulheres estão sendo violentadas? Quantos homens batem nas suas mulheres? Essas mulheres são rebaixadas, mas elas precisam de força para se empoderarem”, defendeu Michelli Ferreira, 18, que concluiu o ensino médio na Escola Estadual Barro Branco 2. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Gilete na alma: Relatos depressivos – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes – Com a proposta de sensibilizar o público, um grupo de nove jovens do Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes, em São Paulo (SP), elaborou uma cena teatral e uma exposição sobre depressão. “Muita gente ainda acha que é frescura, mas queremos que as pessoas se sintam seguras para falar o que elas sentem”, diz Giovana Mariano da Silva, 17, aluna da Escola Estadual Infante Dom Henrique, ao explicar que a ideia do projeto surgiu a partir de experiências pessoais dos integrantes. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Isso Fica Entre Nós – Instituto Pombas Urbanas – Para denunciar e conscientizar, outro grupo que participava das atividades do Instituto Pombas Urbanas montou um teatro itinerante. “O projeto faz uma encenação contra o abuso sexual. A gente passou por um processo durante todo o ano e esse foi um assunto muito recorrente”, conta Luana Porto, 19, concluiu o ensino médio na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Oswaldo Aranha Bandeira de Mello. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Recordando a quebrada: resgatando brincadeiras e jogos populares – Instituto Pombas Urbanas – Na tentativa de resgatar as brincadeiras de rua, outro grupo teve a ideia de visitar escolas públicas da Cidade Tiradentes para convidar crianças a brincarem de dança da cadeira, queimada e games antigos. “As crianças agora costumam ficar dentro de casa, alienadas e sem se comunicaem umas com as outras. A gente queria relembrar aquele tempo que ficava na rua brincando e se divertindo”, diz Ana Cláudia Pereira Souza, 17, da Escola Estadual Francisco Pereira de Souza Filho, ao mencionar que ela e os colegas conseguiram reunir quase 80 crianças de quatro escolas diferentes. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Sarau Diversiarte – Instituto Pombas Urbanas – Com a mistura entre cenas e poesias, o grupo do Sarau Diversiarte falou sobre mulheres negras e transexuais. “A gente criou as cenas com coisas pessoais nossas. Foram coisas que saíram da gente para o público”, explica Brenda Alves, 15, da Escola Estadual Professor Pedro Moreira Matos. “A gente pretende continuar a criar cenas. Achamos um espetáculo muito bonito e acessível para as pessoas.” (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Sorria, vocês está sendo manipulado! – Instituto Pombas Urbanas – A manipulação da mídia foi o tema da cena criada por um grupo de jovens da Cidade Tiradentes que foram orientados pelo Instituto Pombas Urbanas. De acordo com integrante Júlia Araújo, 16, da Escola Estadual Paulo Sarasate, a ideia é fazer o público acorda e mostrar que as coisas nem sempre são como a televisão mostra. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
- Um prato de cultura, uma pitada de respeito – PROCEDU – Um grupo de jovens do PROCEDU (Projeto Cultural Novo Pantanal) decidiu usar a culinária como estratégia para combater a xenofobia e falar sobre refugiados, recriando pratos típicos da República Democrática do Congo, do Haiti, da Angola e da Síria. “Nossa ideia era criar um evento com intuito de quebrar um pouco da xenofobia. No nosso bairro existem muitos refugiados. Eles sofrem muito preconceito e não sabem falar muito bem o português. Isso não é certo, porque eles já sofreram tanto no país deles para conseguir ter uma vida melhor”, diz Giullia Alencar, 19, que concluiu o ensino médio na Escola Estadual Fernando Pessoa. (Crédito da foto: Programa Jovens Urbanos/Paulo Savala)
Cadastre-se para receber notificações
Login
0 Comentários



















