Ajude os alunos a desenvolver suas funções executivas - PORVIR
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Inovações em Educação

Ajude os alunos a desenvolver suas funções executivas

Com orientação adequada, estudantes conseguem conciliar atividades acadêmicas e extracurriculares sem maior estresse com prazos

por Anne M. Fein, para o Edutopia ilustração relógio 19 de julho de 2021

Quando estudantes de ensino médio entendem os principais componentes das funções executivas, demonstram-se mais bem preparados para planejar seu tempo com sucesso. Quando entendem a diferença entre tarefas urgentes e importantes, sentem-se mais bem preparados para gerenciar seu tempo.

E as funções executivas precisam se tornar complexas à medida que assumem novas obrigações. Com certa frequência, seus esforços para se engajar em um comportamento apoiado em metas tornam-se difíceis porque eles têm que lidar ao mesmo tempo com atividades acadêmicas, extracurriculares e vida social. Muitas vezes, o resultado é caótico porque adotam abordagens de autorregulação que já entendem como suficientes, tal como manter memorizar as coisas que têm a fazer.

Se os estudantes conseguirem entender três componentes principais das funções executivas, vão conseguir se preparar melhor e evitar o estresse desnecessário de tarefas que precisam ficar prontas com urgência:

Pensamento flexível – permite o uso do pensamento crítico e da resolução de problemas para aumentar a eficácia futura, como estar aberto a uma nova abordagem para resolver um problema com palavras.

Autorregulação – apoia a capacidade dos alunos de persistir diante dos desafios, como o falar consigo mesmo para superar a frustração;

Memória de trabalho – aumenta sua capacidade de analisar e avaliar durante a fase de planejamento, como recorrer a uma tarefa anterior para estimar o tempo necessário para concluir uma tarefa futura.

Os professores podem desempenhar um papel fundamental em ajudar os alunos a compreender esses componentes de autogestão e praticar o desenvolvimento de habilidades para funções executivas.

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Estimule o pensamento flexível
Os estudantes de ensino médio podem ignorar a reflexão em profundidade – adolescentes são, afinal, conhecidos por priorizar a diversão sem considerar as consequências. Eles também tendem a resistir a abordagens novas e desconhecidas de aprendizagem que consideram arriscadas. Neste caso, professores podem incentivá-los a identificar o que é ineficaz e a pensar em estratégias alternativas.

Quando listam e analisam suas responsabilidades, os estudantes mostram a si próprios uma referência concreta. Dessa forma, eles tendem a limitar uma tomada de decisão impulsiva ou guiada pelo emocional.

Peça aos alunos que façam o seguinte:

1- Liste de seis a oito tarefas atuais e futuras.

2- Divida a lista em três categorias de acordo com a data de entrega: um dia, dois dias ou futuro.

3- Altere as categorias para um dia, uma semana e um mês à medida que suas habilidades de priorizar e planejar melhorarem.

4- Identifique uma etapa de ação para cada tarefa para incentivar os alunos a segmentar o trabalho em partes gerenciáveis ​​– por exemplo, “esboço de redação” ou “revisão de notas de história”.

Limitações da autorregulação
Estudantes muitas vezes pensam na autorregulação como uma questão de pura força de vontade, mas devem encarar isso mais como um recurso limitado – como um poço que pode secar quando usado em excesso.

Pergunte a elas e eles se reconhecem o impacto de controlar suas emoções, resistir às tentações e concluir tarefas complexas. A discussão com você ou com um colega os ajuda a desenvolver autoconsciência – uma compreensão interna do que pode inibir sua persistência e eficiência.

Tranquilize os alunos de que a autorregulação é como um músculo que responde ao exercício: a fadiga de curto prazo, quando bem controlada, leva ao fortalecimento de longo prazo. Ajude-os a compreender que, quando priorizam tarefas, estão exercitando suas habilidades de autorregulação, o que os torna cada vez mais fortes, por meio da repetição.

Priorizar requer identificar a diferença entre tarefas importantes e orientadas por resultado, como selecionar informações para um artigo de pesquisa com entrega prevista para a próxima semana, e tarefas exigentes e urgentes, como escrever uma redação que está atrasada.

Explique que as tarefas urgentes oferecem pouca flexibilidade em termos de quando, onde e como o trabalho pode ser concluído, e que o modo de crise gerado pela urgência tende a substituir o raciocínio lógico por decisões impulsivas e carregadas de emoção.

A matriz de gerenciamento de tempo do especialista em administração Stephen Covey, conhecido pelo livro “Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”, oferece um caminho para identificar e priorizar tarefas urgentes versus tarefas importantes. Também ajuda a identificar distrações e desperdícios de tempo.

Peça aos alunos que usem uma lista categorizada para fazer o seguinte:

1- Identifique as etapas de ação urgentes versus aquelas importantes com base em suas listas de tarefas com prazo de um e dois dias.

2- Discuta como uma tarefa se tornou urgente: A procrastinação foi devido à ansiedade, confusão ou planejamento inadequado? Quais são as implicações práticas e emocionais de ter tarefas urgentes? Como eles podem ter agido antes?

Preservação da memória de trabalho
A memória de trabalho é um estágio subestimado do processamento de informações. As informações são mantidas, recuperadas e manipuladas, mas não pensamos muito na eficiência. Você pode ajudar os alunos a entender que a memória de trabalho varia em termos de capacidade, duração e foco. Por exemplo, mesmo que tenham lido e entendido uma tarefa na noite passada, se ela não for movida para a memória de longo prazo ou trabalhada ativamente, sua memória de trabalho pode descartá-la.

Detalhes, como lembrar atribuições e horários de compromissos, tendem a sobrecarregar a capacidade da memória de trabalho e levar à eliminação de informações mais importantes. Ao mesmo tempo, a capacidade de pensamento de ordem superior, como estruturar um argumento para usar em um texto, torna-se limitada.

Planejamento como parte de um processo
Um sistema de planejamento envolve mais do que registrar atribuições. A segmentação do trabalho por etapas de ação e a priorização aumentam a profundidade de processamento do aluno. Escrever duas a três palavras de reflexão após completar cada tarefa os ajudará a considerar sucessos, desafios e possíveis estratégias alternativas.

Peça aos alunos um compromisso de três semanas com uma abordagem de planejamento baseada em processos que seja dinâmica e flexível. Seja direto: explique o que você espera que eles invistam energia mental, tempo e atenção para desenvolver um hábito.

Ajude os alunos a fazer o seguinte:
1- Crie e imprima um modelo em uma planilha ou documento com horários de início e término diários; três a quatro categorias (por exemplo, aulas, atividade extracurricular, vida social e trabalho); e subseções de categoria: etapa(s) de ação, nível de prioridade, conclusão e reflexão.

2- Faça a transição para o planejamento de períodos mais longos à medida que o planejamento se torna mais eficaz.

3- Destaque as etapas urgentes por um marcador colorido.

4- Escolha um calendário digital que permita programar alertas para sinalizar quando fazer a transição e quando iniciar uma tarefa.

5- Acompanhe a conclusão da etapa.

6- Escreva duas a três palavras como reflexão sobre a experiência deles.

Essa última etapa – a reflexão – é um trampolim importante para a resolução de problemas orientada por metas, porque está enraizada na autoconsciência. A reflexão ajuda os alunos a entender seus ganhos durante a fase de adaptação.

* Publicado originalmente em Edutopia e traduzido mediante autorização
© Edutopia.org; George Lucas Educational Foundation


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competências para o século 21, coronavírus, socioemocionais

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