Construção de engenhocas incentiva o aprendizado maker - PORVIR
Renato Pizzutto/Divulgação

Inovações em Educação

Construção de engenhocas incentiva o aprendizado maker

Projeto Explorum integra tecnologia com materiais cotidianos para disseminar conceitos de robótica e programação para adolescentes

por Marina Lopes ilustração relógio 13 de outubro de 2015

Parafusos, pregadores de roupa, elásticos, pedaços de madeira, canos e muitas outras coisas. Com um toque de criatividade, todos esses materiais se transformam em matéria-prima para construção de engenhocas no projeto Explorum, que pretende disseminar conceitos de robótica, programação e eletrônica para crianças e adolescentes de escolas públicas, particulares e ONGs.

Desenvolvido pela Farofa Studios, especializada na produção de conteúdo educacional e entretenimento, o projeto foi lançado em São Paulo, na última sexta-feira (9). O evento contou com a participação de 16 adolescentes da ONG Casa do Zezinho e do Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos), que foram desafiados a colocarem a mão na massa para criar a famosa “Máquina de Rube Goldberg”, uma geringonça nos moldes daquela que aparecia na abertura do programa Rá-Tim-Bum, da TV Cultura. A máquina criava caminhos divertidos, e complicados, para o simples percurso de uma bolinha.

Para construir a máquina, os participantes tiveram que integrar a tecnologia com materiais cotidianos. Cada dupla recebeu um motor e tinha a tarefa de usar a criatividade para construir possíveis caminhos que a bolinha iria percorrer em uma estrutura de madeira. Quanto mais longo e complicado o caminho, melhor e mais divertido.

A proposta de atividade desenvolvida pelos adolescentes faz parte de uma das aulas do projeto Explorum. De acordo com Eduardo Azevedo, um dos idealizadores e também sócio-diretor da Farofa Studios, o objetivo é mostrar a partir de engenhocas tecnológicas que é possível ter ideias e criar soluções para mudar o mundo. Sem a pretensão de formar futuros engenheiros, matemáticos ou cientistas, a ideia é aproximar a cultura maker de crianças e adolescentes. “Quem faz tudo são os estudantes. A gente só dá o caminho, o resto eles vão descobrir”, explicou durante o lançamento.

Na coordenação do Explorum, estão os educadores Nathan Rabinovitch e Cassia Fernandez, formados em física. Eles serão responsáveis por conduzir as atividades do projeto, que na sua primeira fase irá desenvolver oficinas em escolas e instituições. “Trabalhamos com materiais abertos: cano, conduíte, pregador, elástico e parafuso. Queremos que eles [adolescentes] comecem a entender que isso já faz parte do mundo deles”, explicou Nathan Rabinovitch, ao mencionar que a robótica, a programação e a eletrônica podem estar muito mais próximas do dia a dia do que parecem.

“Eu não pensava que a gente poderia fazer tanta coisa com materiais tão simples”, contou o participante Vinicius Weizel, 15, estudante do 1o ano do ensino médio e participante da Casa do Zezinho. Ele a sua colega Keila Alves, 15, também do 1o ano, tiveram que colocar a mão na massa e usar a criatividade para elaborar um percurso divertido para a bolinha. “Foi um pouco difícil”, conta a menina ao lembrar que durante o desenvolvimento tiveram que fazer vários ajustes para a máquina funcionar.

Segundo Cassia Fernandez, dentro do projeto o erro é entendido como uma das partes do processo. “Quando a gente faz esse tipo de atividade, a gente mostra que o erro é inerente ao processo. A ideia é que não tenha uma solução única”, explica. A educadora explica que a programação e a robótica são ferramentas muito legais para estimular a criatividade. “Elas são versáteis e permitem que você crie um monte de coisas que não seriam possíveis de outras formas. Também são boas para desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de resolução de problemas.”

O projeto está estruturado em três etapas: inicialmente, irá levar o conceito de cultura maker para escolas e instituições. Em seguida, serão desenvolvidos cursos online e materiais para servirem de apoio aos professores que pretendem desenvolver atividades mão na massa com seus alunos. Por último, o Explorum pretende lançar uma plataforma aberta e gratuita com atividades maker para crianças, professores e até mesmo pais que desejam criar com seus filhos.


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educação mão na massa, programação, robótica

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