Concurso busca projetos que levem meninas para as ciências - PORVIR
Crédito: nadineroza / Fotolia.com

Como Inovar

Concurso busca projetos que levem meninas para as ciências

Edital financiará 10 iniciativas que incentivem alunas do ensino médio de escolas públicas a escolherem carreiras nas áreas de exatas e tecnológicas

por Maria Victória Oliveira ilustração relógio 28 de setembro de 2015

Para aqueles que acreditam na importância da igualdade de gênero nas escolhas profissionais, o Fundo Social ELAS, em parceria com o Instituto Unibanco e Fundação Carlos Chagas lança o Concurso Gestão Escolar para Equidade: Elas nas Exatas. Trata-se de uma seleção de projetos que incentivam, a partir de diversas abordagens, a inserção de meninas em carreiras nas ciências exatas e naturais, desencorajando o pensamento de que essas são áreas masculinas.

Segundo K.K. Verdade, coordenadora executiva do Fundo ELAS, o edital busca estimular iniciativas que promovam a inserção e o interesse das meninas pela área das exatas a partir de uma “onda de projetos”. “Pelo Brasil a fora, tem muita gente que acredita em carreiras de meninos e de meninas. Por exemplo, nos esportes: vôlei é de menina e futebol é de menino. A nossa ideia é fazer o Brasil avançar nesse sentido”.

A estreia da parceria irá apoiar trabalhos desenvolvidos por escolas públicas de todo o país, como a realização de eventos (seja curso, seminário, jornada ou palestra), ações para propor mudanças nos currículos e programas pedagógicos, atividades de capacitação e formação de meninas, programas de aulas complementares para alunas com foco nas ciências exatas e naturais, entre outras atividades. Para K.K., a escola é um lugar estratégico para fazer uma mudança cultural. “Na escola é que o jovem pensa no que vai ser quando acabar os estudos, qual carreira vai seguir e por isso devemos levar essa discussão”. Já para Thais Gava, do departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, a educação mostra-se como um espaço de enfrentamento da desigualdade entre gêneros. “O edital tem como objetivo garantir um ensino mais equânime, para que nós possamos olhar para a educação como um direito para todos. Para isso, as mulheres devem ter acesso mais fluido ao campo das ciências e da tecnologia”.

Podem participar da chamada de projetos associações, organizações e grupos informais de mulheres ou mistos da sociedade civil que promovam a educação e os direitos das mulheres, além de associações de pais e mestres das escolas públicas de ensino médio. Vale ressaltar que, quem quiser participar, deve ter uma parceria estabelecida com essas instituições. “Se uma escola já tem uma metodologia de ciências exatas, ela pode buscar uma ONG ou um grupo feminista da sua região e estabelecer uma parceria para executar o projeto”, explica K.K.

Para que os projetos deem certo, é importante contar com o envolvimento dos próprios alunos e alunas, além da participação da família. “Nós já ouvimos de alunas que a própria família, por falta de informação mesmo, reproduz um discurso machista quando as meninas falam sobre carreiras nas exatas ou no ramo tecnológico”, ressalta K.K. Thais defende a importância do papel da população nesse cenário. “Como sociedade, nós somos responsáveis por criar essa possibilidade de escolha, e que dela possam participar homens e mulheres da mesma forma”.

O comitê do Fundo ELAS irá selecionar até 10 projetos de escolas públicas, que irão receber R$ 30.000 para colocar a atividade em prática de janeiro a dezembro de 2016. Segundo K.K, os projetos mais interessantes ainda serão usados para divulgar iniciativas em locais que não participaram do edital. “A nossa ideia é, desses 10 selecionados, escolher dois ou três que foram mais legais e funcionaram melhor e divulgá-los em grande escala, inclusive para lugares que não participaram do edital”. Nesse aspecto, o papel da Fundação Carlos Chagas é ajudar na identificação daquilo que funciona ou não e quais são as características necessárias para um projeto ser replicado. “A ideia de uma iniciativa como o edital é fomentar não só as atividades, e sim discussões para que esse incentivo possa ser implantado como política educacional”.

As inscrições podem ser feitas até o dia 3 de novembro, pelo correio. O resultado será divulgado no dia 3 de dezembro. Para mais informações sobre a inscrição e o funcionamento do edital, acesse o site oficial do Fundo Social ELAS.


TAGS

ciências, engajamento familiar, ensino médio, equidade, gênero

Cadastre-se para receber notificações
Tipo de notificação
guest

1 Comentário
Mais antigos
Mais recentes Mais votados
Comentários dentro do conteúdo
Ver todos comentários
Canal do Porvir no WhatsApp: notícias sobre educação e inovação sempre ao seu alcanceInscreva-se
1
0
É a sua vez de comentar!x