Eureka! Conheça as premiadas invenções dos irmãos Sonnino - PORVIR

Inovações em Educação

Eureka! Conheça as premiadas invenções dos irmãos Sonnino

Dois jovens brasileiros foram vencedores de três prêmios da Imagine Cup da, Microsoft, com tecnologias para educação

por Patrícia Gomes ilustração relógio 18 de julho de 2012

Quando crianças, os irmãos Roberto e Eduardo Sonnino tropeçavam em teclados e computadores em casa. O pai, desenvolvedor de sistemas, incentivou que, desde pequenos, os meninos criassem certa intimidade com as máquinas. O estímulo deu tão certo que, antes dos 12, os meninos já desenvolviam seus próprios programas; no ensino médio, participaram da primeira de uma série de competições mundiais de tecnologia. Neste mês, aos 24 e 22 anos respectivamente, a dupla apresentou na Austrália dois sistemas educativos, o Eureka e o Fusion 4D, desbancaram 350 adversários de 75 países e alcançaram um feito inédito: o primeiro lugar em três das oito categorias na Imagine Cup, olimpíada mundial da Microsoft para estudantes desenvolvedores.

“Nos baseamos na nossa experiência. Nós somos estudantes e vemos que a tecnologia está subutilizada na educação. As aulas são chatas, dão sono”, diz Roberto, que acaba de se formar em engenharia da computação na Poli/USP; o irmão mais novo cursa a mesma engenharia, mas na Unicamp. Para tentar tornar as aulas mais interessantes, então, os jovens resolveram criar um sistema que, com auxílio da tecnologia, facilitasse a tarefa do professor na hora de montar a aula e fizesse com que a apresentação desse conteúdo estivesse mais próximo do universo dos estudantes.

crédito nito/ Fotolia.com

Assim nascia o Eureka, um sistema para criar e compartilhar aulas interativas, que acabou levando duas categorias na Imagine Cup com suas versões para diferentes dispositivos – tablets, celulares, computadores e até Kinect. Nele, o professor só precisa inserir o conteúdo, que pode vir das mais diferentes fontes, desde um documento de Word, Excel, Powerpoint, sites, vídeos músicas e até imagens em 3D. O programa se encarrega de agregar todo esse material de maneira visualmente atraente e salvar em uma galeria que deixa o material disponível para ser acessado a qualquer momento e de qualquer lugar por seus alunos ou pelos usuários do Eureka em todo o mundo.

“O mais inovador da plataforma é que ela apresenta as aulas de um jeito não linear e introduz o professor no mundo da tecnologia”

Na sala de aula, o conteúdo apresentado pelo professor pode ser visto e usado pelos alunos a partir de dispositivos que tenham acesso à internet e os estudantes podem fazer anotações e compartilhá-las com os colegas. “O mais inovador da plataforma é que ela apresenta as aulas de um jeito não linear e introduz o professor no mundo da tecnologia”, afirma Roberto. Veja, a seguir, um vídeo preparado pelos irmãos para apresentar o Eureka na Imagine Cup.

 

De acordo com Roberto, o Eureka ainda não está disponível para ser comercializado porque ele e o irmão precisam fazer alguns ajustes. A ideia é que a plataforma possa ser vendida a cerca de R$ 10 por aluno para as escolas. O programa, diz o jovem, é facilmente acoplável a sistemas educativos on-line que já tenham sido estabelecidos nas escolas.

“Com o Kinect, que custa hoje entre R$ 300 e R$ 400, dá para chegar a níveis de interação que não eram possíveis nem com hardwares de US$ 10 mil”

O Eureka também tem potencial de ser usado com o Fusion 4D, a outra invenção  premiada dos Sonnino. O programa é uma interface que ajuda a interagir com objetos 3D, que podem ser explorados pelo Kinect. Ele permite que as imagens sejam movidas, aumentadas, diminuídas, giradas e até explodidas para que os alunos possam ver de que as peças – seja um esqueleto, uma máquina ou um cérebro – são compostas internamente. É possível também ver como organismos vivos se modificam com o tempo – é possível ver a evolução de um feto ao longo dos meses, por exemplo.

“O conteúdo 3D sempre foi pedagogicamente muito interessante, mas ele era muito difícil de se desenvolver e sempre dependeu de hardwares muito caros”, diz Roberto. Até agora, para que uma aula possa ser dada em três dimensões, é preciso que um ambiente inteiro seja montado para este fim. Com o Fusion 4D, explica o jovem, essa experiência pode ocorrer em qualquer sala de aula. Basta ter um Kinect e uma televisão. “Com o Kinect, que custa hoje entre R$ 300 e R$ 400, dá para chegar a níveis de interação que não eram possíveis nem com hardwares de US$ 10 mil”, afirma.

No vídeo sobre o Fusion 4D que os irmãos elaboraram para apresentar na Imagine Cup, eles ressaltam que a consciência espacial é fundamental em algumas áreas do conhecimento, como engenharia, arquitetura, medicina e biologia. Tradicionalmente, dizem, essas habilidades são desenvolvidas por vídeos ou imagens, recursos que não permitem uma experiência completa. As alternativas dependem do desenvolvimento de realidade virtual ou do uso de modelos físicos o que, segundo os Sonnino, é “caro, trabalhoso e podem enfrentar barreiras éticas e geográficas”.

Assista ao vídeo, em inglês.


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jogos, prêmios, tecnologia

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