Evasão em escolas privadas: causas, impactos e estratégias de retenção - PORVIR
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Inovações em Educação

Evasão em escolas privadas: causas, impactos e estratégias de retenção

Aproximação das famílias e benefício de programas de gestão financeira apoiam a gestão a se diferenciar da concorrência

Parceria com isaac

por Vinícius de Oliveira ilustração relógio 29 de maio de 2023

A agenda da gestão escolar em uma escola privada envolve várias prioridades, desde proporcionar uma melhor experiência ao estudante até lançar um projeto pedagógico inovador, estabelecer um contato próximo com as famílias e encontrar maneiras eficientes de manter as contas em ordem. Tudo isso com o objetivo de se diferenciar da concorrência, conquistar novos estudantes e evitar a evasão escolar.

Por mais que o Censo Escolar 2022 tenha apontado um aumento de 10,6% nas matrículas entre 2021 e 2022, e que o ensino privado registre um número total de estudantes próximo ao observado em 2019, antes da pandemia, o cenário continua desafiador. 

Ao mesmo tempo em que se preocupam com a recomposição de aprendizagem, famílias estão com o orçamento apertado e acumulando dívidas. Isso explica por que a taxa de inadimplência continua em nível recorde, com três em cada quatro famílias se declarando endividadas, segundo a pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) do último mês de abril. 

Esse contexto coloca escolas diante de uma série de pressões, que podem culminar com a saída de estudantes. “Se a escola tem até o 3º ano do ensino médio, para que ela possa continuar do mesmo tamanho, precisará captar alunos correspondentes ao número de alunos que saem. A captação é muito mais cara do que a retenção”, diz Luís Laurelli, diretor educacional no isaac, plataforma de soluções financeiras feita para escolas.

Fatores que levam à evasão escolar

Entre os fatores que levam à saída de um estudante, Luís menciona que, além das questões financeiras, podem pesar a desconexão com o modelo de aprendizagem e a falta de engajamento dos próprios alunos e seus responsáveis.

Em alguns casos, no entanto, uma multiplicidade de fatores pode estar em jogo. “Há alguns anos, já existe um movimento de alunos saindo de escolas com poder aquisitivo mais alto para escolas de poder aquisitivo mais baixo.” Ele menciona como exemplo o que ocorreu com grupos que desenharam uma estrutura de uma escola bem-organizada, bilíngue, com ar-condicionado e mensalidade em torno de R$ 500. Mas isso não foi suficiente para mantê-las em atividade

“A escola abriu com cerca de 2 mil alunos e uma promessa de entrega do ponto de vista pedagógico. Ao longo do tempo, foi perdendo alunos, porque acabou não atendendo às expectativas”, exemplifica.

Paulo Presse, coordenador de estudos de mercado da consultoria Hoper, afirma que a evasão em escolas privadas é mais comum durante as transições entre ciclos, como do ensino fundamental 1 para o ensino fundamental 2 e deste para o ensino médio.

Para além da etapa de ensino, o modelo em que a escola atua também tem características próprias. “Escolas do segmento premium (que a Hoper reúne instituições internacionais e bilíngues) tendem a ter uma configuração muito diferente do que uma escola tradicional ou de conveniência (regulares ou com programa bilíngue). E quanto maior o ticket médio, menor é a volatilidade da evasão. 

No entanto, no setor da educação privada, 80% das escolas estão no segmento de conveniência. Sua atratividade está no custo-benefício, boa localização, foco em conteúdo e aprovação nos principais vestibulares. Portanto, a experiência escolar se torna um diferencial ainda mais importante. “Dependendo da forma como o grupo educacional atua, há um maior ou menor nível de eficácia na percepção dessa experiência pelo aluno”, afirma Paulo.

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Soluções contra a evasão escolar

Para evitar que a evasão escolar se torne um problema, Luís recomenda que a gestão esteja constantemente atenta e não restrinja os esforços para conquistar novos alunos durante os períodos tradicionais de matrícula, geralmente entre setembro e março.

“Tanto a captação quanto a retenção devem acontecer do primeiro até o último dia de aula. Ou seja, eu preciso ser uma escola preparada para fazer a retenção dos alunos”, ressalta.

Para que isso seja efetivo, essa responsabilidade deve ser compartilhada entre os diversos setores da instituição de ensino. “Eu faço isso (retenção) oferecendo aulas encantadoras, tendo os espaços sempre arrumados. Por exemplo, reformas devem acontecer no meio do ano, para os alunos acompanharem o que vai ter de novidade no ano seguinte, para seguirem entusiasmados na escola”, explica. 

Além disso, o executivo avalia que ações permanentes por parte da gestão escolar têm um ponto positivo ao estabelecer uma maior aproximação com as famílias, o que permite que elas compreendam melhor o planejamento e depositem confiança na escola.

No entanto, esse movimento depende de uma conexão com a parte pedagógica: quando as famílias estão presentes na escola, é provável que queiram saber mais sobre os projetos desenvolvidos por seus filhos.

“Isso faz com que a equipe pedagógica tenha que planejar com mais antecedência, algo que as escolas têm dificuldade. Muitas vezes as decisões são tomadas no fim do ano e as equipes não têm nem tempo de divulgar as novidades”, afirma Luís. 

Apesar dos eventuais entraves, o executivo recomenda que os gestores escolares não percam de vista o propósito de suas instituições. “Muitas vezes, as escolas acabam correndo atrás da concorrência, mas isso não deveria acontecer. Se você tem um projeto claro, deve correr para entregar o que propõe e não seguir o que os outros propõem”, sugere.

“Se o outro tem como objetivo inaugurar uma sala maker, eu não posso querer ter uma do mesmo tipo que nem sei direito como deve ser utilizada”, recomenda. Infraestruturas como laboratórios maker ou de criatividade, além de investimento em equipamentos, demandam formação continuada de educadores e novos processos a serem administrados. 

Além de também defender que gestores escolares tenham uma atitude preditiva, Paulo, da consultoria Hoper, sugere que as escolas trabalhem pela aproximação com as famílias. “É preciso conversar para que o pai se sinta acolhido junto com a criança. O acolhimento é um elemento que, quando aparece mais vezes, torna a evasão um pouco menor.”

Previsibilidade financeira

Para proteger escolas de instabilidades ao longo do ano letivo, garantir a previsão financeira e a continuidade dos estudos por parte dos estudantes, o isaac conta com um produto de seguro familiar. Quando acionado (por perda de emprego, acidente ou óbito com o responsável financeiro), a plataforma assume as orientações e as comunicações, e o responsável pelo estudante conta com a cobertura das mensalidades.

“O seguro consegue alavancar o crescimento de uma instituição de ensino justamente por atuar em dois pilares desafiadores para as escolas: captação e retenção de alunos”, diz Leonardo Araújo, diretor de produto no isaac. Além disso, a proposta contribui, de acordo com Leonardo, com a captação de novos estudantes no momento de matrículas e se torna mais um argumento de venda para escolas, que muitas vezes se diferenciam das demais por ofertarem benefícios extras como este. 

Outro ponto destacado pelo diretor de produto do isaac é manter na escola tanto os alunos que possivelmente sairiam em caso de imprevistos quanto aqueles cujos responsáveis não desejam abrir mão do serviço e, por isso, optam por continuar naquela instituição.

Esse foi o caso de Carla Vasconcelos, mantenedora do Colégio Bom Pastor, em Aracaju (SE). “A nossa escola, por exemplo, está localizada em um bairro de classe mais baixa. Não perdemos alunos por questões pedagógicas, os casos são mais relacionados a questões financeiras”, explica.

De acordo com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o estado registra uma taxa de desemprego de 11,9% (maior que a média nacional de 8,8%) e teve um aumento no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado.

Carla reconhece que entre pagar uma conta de luz, alimentação ou escola, as famílias sempre priorizam as necessidades básicas, e a escola sempre fica por último. “Porém, minha necessidade de pagar os funcionários é prioridade. Então, o caixa ficava apertado. E hoje sabendo que a gente vai receber, é muito mais fácil gerir”. Com o apoio de instrumentos de gestão financeira, a previsibilidade volta a ser palavra-chave.

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TAGS

educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, gestão escolar, tecnologia

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