Fotografias retratam cotidiano do diretor escolar no Brasil
por Ana Luísa D'Maschio 29 de março de 2022
Fotógrafo e jornalista, Eder Chiodetto viajou mais de 6,5 mil quilômetros em 37 dias para concluir o projeto “Ser Diretor – uma viagem por 30 escolas públicas brasileiras”, em parceria com o Instituto Unibanco. Na bagagem, trouxe quase quatro mil fotografias e 25 horas de entrevistas com diretores de escolas públicas do Pará, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Goiás e Espírito Santo, estados que, à época (em 2017), participavam do programa Jovem de Futuro – implementado pela instituição com apoio das respectivas Secretarias Estaduais de Educação.
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Como resultado final, além de celebrar os 35 anos do Instituto Unibanco (também em 2017), ganhar mostras no MIS (Museu da Imagem e do Som) e na estação República do metrô de São Paulo nos anos seguintes, as imagens estão reunidas em livro, disponível para download gratuito. Confira uma seleção:
“À medida que as fotografias foram sendo feitas e os textos ganharam corpo, ficou claro que o livro deveria ter dois momentos: o ensaio fotográfico, para introduzir o leitor às atmosferas que captei, seguido do que designei de ‘reportagem’, com os textos das entrevistas e outras fotografias das escolas que finalmente incluíam os retratos dos diretores”, escreve Eder no posfácio da obra.
“Ao sair da última escola que fotografei, em Natal, no Rio Grande do Norte, fui tomado por uma certa nostalgia. De certa forma, por esses sete meses, a rotina de acordar cedo e ir para as escolas havia me reconciliado inesperadamente com aquele garoto tímido, que preferia ficar no fundo da sala, olhando o mundo pela janela em contraluz, atento aos ensinamentos dos professores e sonhando com um futuro até então incerto e improvável”, revela o fotógrafo.
Para Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, é na escola que a política pública educacional se concretiza para garantir o direito à aprendizagem de toda criança e jovem deste país. “Além de inteligência, rigor, método, estrutura e avaliação, a política pública necessita de um ativo inegociável: gente. Política pública só tem potência de transformação com o engajamento dos atores. Mudanças se fazem com estratégia, tática, operação e pessoas. Os diretores são pivôs desse processo. Sem a liderança deles será muito difícil transformar a realidade educacional do Brasil”, afirma.