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Nos EUA, movimento contra direitos LGBTQIA+ faz estudantes se sentirem pouco acolhidos

Em painel no 6º Congresso Jeduca, a jornalista Kalyn Belsha relatou ataques contra os direitos LGBTQI+ no sistema educacional dos EUA

por Natasha Meneguelli, da Oboré Projetos Especiais ilustração relógio 14 de setembro de 2022

“Alguns políticos veem isso como uma ferramenta efetiva para ganhar votos”, explicou Kalyn Belsha, repórter de educação do site Chalkbeat referindo-se ao movimento Don’t say gay, que proíbe que os direitos LGBTQIA+ sejam abordados em escolas dos Estados Unidos em mesa do 6º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação.

Para ela, há uma relação clara entre esse comportamento dos políticos e as ideias defendidas pelo ex-presidente Donald Trump: “Ele deflagrou o que está acontecendo agora. Senadores que o apoiam estão continuando o trabalho iniciado por ele”.

Durante sua conversa com Mariana Tokarnia, repórter da Agência Brasil e vice-presidente da Jeduca, e Josué Ferreira, assessor de comunicação em Respostas a Crises Humanitárias na World Vision Internacional (Visão Mundial Internacional) no Brasil, a jornalista norte-americana trouxe detalhes de como as novas leis sobre gênero e sexualidade em alguns estados dos Estados Unidos – entre eles a Flórida – estão afetando estudantes e professores, além de falar os desafios na cobertura do tema.

Segundo a jornalista, a lei impacta os ensinos de história e de saúde para crianças e adolescentes, além de ultrapassar a escola em si. Confira como foi o encontro:

“Os professores e alunos estão tentando navegar nisso, entender o que podem fazer”, relatou. “Geralmente, os alunos se sentem menos acolhidos do que se sentiam antes”. Ainda faltam estudos nacionais que considerem esta população em seus levantamentos, principalmente quanto a dados na educação.

Contudo, a jornalista já percebe a diferença nas entrevistas que realiza com os estudantes. “Os alunos, é importante conversar com eles. Dão essa visão do que foi antes e depois”, contou. Em relação aos professores, destacou as ameaças embutidas nas leis estaduais, inclusive de revogação da licença para dar aulas.

A repórter Kalyn Belsha participou a distância do congresso (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

Cuidados na cobertura

Ela explicou alguns cuidados que toma ao entrevistar profissionais da educação. “Não uso meios oficiais. Uso as redes sociais, pergunto o contato para pessoas que conhecem eles, e não uso a escola”, diz Kalyn Belsha. 

Além disso, Kalyn sempre escreve uma longa explicação sobre quem é, como atua no jornalismo, matérias que já fez e como protege as informações dos alunos. Ela acompanha guias e grupos de jornalistas focados nos direitos LGBTQIA + e ressaltou a importância de desenvolver a confiança com os entrevistados. A jornalista considera suas fontes sensíveis, e inclusive mostra perguntas básicas da entrevista com antecedência, para prepará-los para a conversa. “Tento ser transparente sobre essa história, o que vou contar”.

*Edição: Anelize Moreira
Texto originalmente publicado no site da Jeduca e reproduzido com autorização.


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ensino médio, gênero

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