Porvir lança guia especial para contribuir com escolas no combate ao extremismo

Em outubro, o Brasil registrou dois novos episódios de violência extrema com vítimas fatais em escolas. Apenas neste ano, foram 11 casos que se somam a uma lista extensa e trágica: 36 ataques foram cometidos por estudantes e ex-estudantes em 37 escolas brasileiras. Quase 60% deles ocorreram entre fevereiro de 2022 e outubro de 2023. Sete foram executados e planejados por adolescentes de 13 anos.

Apesar de acontecerem em diferentes locais, os ataques às escolas não são casos isolados. Eles acompanham um cenário de fortalecimento do extremismo no país, com a flexibilização do acesso à armas de fogo e a ampla disseminação de discursos de ódio nas redes sociais. No pós-pandemia, essa situação ganhou uma escala ainda maior com o acirramento da violência no ambiente escolar e o agravamento de problemas de saúde mental. Esse é o cenário mostrado pelo guia multimídia “Escola Livre de Ódio”, lançado pelo Instituto Porvir nesta terça-feira (7).

Produzido a partir de uma ampla pesquisa e de dezenas de entrevistas com especialistas de diferentes áreas, além de professores e estudantes, o guia pretende colaborar com escolas no combate ao extremismo e suas diferentes manifestações no cotidiano escolar. “O combate ao extremismo exigirá um esforço de toda a sociedade, na qual a escola está inserida e tem um papel muito importante. Nós fizemos a nossa parte, produzindo informações relevantes sobre como os discursos de ódio se manifestam e podem ser enfrentados entre adolescentes e jovens. Esperamos que o material seja útil e inspirador para educadores lidarem com o extremismo dentro das escolas e construírem ambientes que fortaleçam valores democráticos e inclusivos”, destaca Tatiana Klix, diretora do Porvir. 

Em quatro capítulos, o especial traz referências sobre o extremismo e a sua relação com os crescentes ataques às escolas, explica como se propaga o ódio nas redes sociais, cita motivos pelos quais esses conteúdos se conectam com adolescentes e apresenta casos de referência em escolas públicas de Campinas (SP), em Santa Maria (DF) e Aracaju (SE). 

O guia ainda conta com uma ferramenta para ajudar educadores a reconhecerem situações de violência nas suas escolas e desenvolverem estratégias pedagógicas de intervenção para combatê-las. “O extremismo é um fenômeno que ataca as diversidades e se alimenta da desinformação. Compreender como essa teia funciona é essencial para que os educadores saibam como agir diante de diferentes discursos de ódio que podem aparecer na sala de aula”, explica Marina Lopes, editora de conteúdos especiais do Porvir. 

Para aprofundar o debate sobre esse assunto, na próxima segunda-feira (13), às 19h, o Porvir promove o webinário “Escola Livre de Ódio: Como combater o extremismo e frear a crescente onda de ataques às escolas”. Com mediação da editora de conteúdos especiais do Porvir, também participam da conversa: o professor de língua portuguesa Ronney Marcos Santos, do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, a designer, jornalista e especialista em tecnologias na educação Mariana Ochs, coordenadora do programa EducaMídia, e o professor e pesquisador Hugo Monteiro Ferreira, autor do livro “A geração do quarto: quando crianças e adolescentes nos ensinam a amar”. 

Clique aqui para se inscrever.  

* O guia “Escola Livre de Ódio” foi um dos projetos contemplados no edital “Jogo Limpo 2.0“, promovido pelo ICFJ (Centro Internacional para Jornalistas, em livre tradução), com apoio do YouTube Brasil.

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