Professores que transformam a educação desde sempre
Para estimular a reflexão sobre a carreira, confira exemplos de dedicação de mestres de várias gerações
por Redação na Rua 16 de outubro de 2013
Professores são sujeitos de seu tempo. Em muitas ocasiões, para recriarem sua profissão, precisam encara os baixos salários, a falta de reconhecimento e prestígio, escolas precárias, a falta de incentivo e até o excesso de burocracia. Mas tudo isso não impede que muitos educadores entrem nas salas de aula e se reinventem, cotidianamente, o significado de construir o conhecimento, de trabalhar na formação das futuras gerações e ajudar a lapidar o mundo que querem. Para estimular a reflexão sobre esses profissionais, enfatizada pela semana em que se comemora o dia do professor, o Portal Aprendiz selecionou alguns perfis de docentes que ressignificaram o ato de ensinar.
A educadora que reinventou uma escola
Maria de Fátima Borges mudou a realidade da escola municipal Olavo Pezzotti, em São Paulo, quando todos acreditavam em seu fechamento. O principal eixo do trabalho da educadora foi resgatar a confiança da comunidade que via a escola com maus olhos. “Não podemos praticar injustiças, não podemos destratar ou desrespeitar uma criança. Ela pode até fazer isso com a gente, mas não podemos fazer igual. Precisamos dar aos alunos a possibilidade de criticarem os professores e palpitarem nas regras disciplinares. Temos que dar vez e voz para eles, se não, como é que aprendem?”.
Saiba mais sobre o trabalho de Maria de Fátima Borges
A história de uma professora pautada na realidade
O Centro de Integração de Jovens e Adultos (Cieja) surgiu com a proposta de atender alunos excluídos da educação de São Paulo. Estudantes que haviam sido expulsos de outras escolas, alunos que simplesmente não encontravam vagas em unidades regulares, pessoas com deficiência sem escolas adaptadas, que cumpriam medidas socioeducativas ou até dependentes químicos. E quem comanda o centro é uma professora de 65 anos, carinhosamente apelidada de Dona Eda.“Depois da família, somente a escola pode acompanhar o desenvolvimento das pessoas. Se a família não tem condições de fazê-lo e a escola fechar suas portas, elas estarão abandonadas”, fala.
Conheça mais sobre o papel de Dona Eda e a função social do Cieja
Educador foi morto por fundar escola libertária
Pioneiro da educação libertária e fundador a Escola Moderna, educador catalão Francisco Ferrer y Guardia foi executado após um julgamento notoriamente injusto há 104 anos, na Espanha. Apesar de a condenação ter partido de uma falsa acusação sobre a participação do educador em um atentado, ela é atribuída principalmente ao seu trabalho educativo. Considerada a primeira experiência de educação mista e laica em Barcelona, Guardia levantou grande antipatia do clero e de seus devotos por promover a igualdade. A escola buscava uma educação secular, racionalista e não coercitiva, visando o desenvolvimento integral do estudante.
Conheça mais a trajetória do educador catalão
Outras mulheres que revolucionaram a educação
A história da educação é construída por mulheres que, há muito tempo, lutaram pela democratização da construção do conhecimento e por processos educativos que tivessem os alunos como sujeitos ativos. No 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, o Portal Aprendiz reuniu uma lista com oito nomes importantes para a educação, que vão de pedagogas e psicólogas à ativistas sociais, nacionais e internacionais. Agora, com as comemorações do dia do professor, relembramos quem são e o que fizeram essas personagens marcantes: Maria Teresa Mantoan, Mariazinha Fusari, Emília Ferreiro, Rosa-María Torres, Maria Montessori, Stefa Wilczynska e Sabina Spielrein.
Escola comunitária indígena é exemplo de resistência na Bolívia
Tudo começou quando em 1899, quando comunidades indígenas resolveram criar escolas próprias para garantirem sua sobrevivência e resistência. Mas as elites econômicas e políticas locais não concordavam com esse exercício de autonomia e muitos professores indígenas dessas unidades foram presos, torturados e até mortos. Entre eles está o aimará Avelino Siñani, um desses educadores. Após ensinar clandestinamente por muitos anos em sua comunidade, Siñani foi denunciado e perseguido. Sua história chamou atenção de Elizardo Perez, um professor que se tornou inspetor de educação primária no estado de La Paz. Em 1931, ambos propuseram criar uma escola-comunidade na qual o índio educaria o índio.
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