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Programa gratuito forma empreededores sociais

Dignidade, oferecido pela Fundação Dom Cabral, busca ideias e negócios que visem reduzir a desigualdade no Brasil

por Vinícius Bopprê ilustração relógio 29 de maio de 2013

Negócios Sociais

Negócios Sociais

Os chamados negócios sociais ganharam espaço na mídia brasileira nos últimos meses, seja com o aumento de investimentos no setor, seja com a passagem Muhammad Yunus pelo país, que deixou de legado, em São Paulo, um centro dedicado ao tema. Entretanto, empreender no chamado setor 2,5 – já que ocupa um espaço entre as ONGs e as empresas com fins lucrativos –, ainda pode ser desafiador mesmo para quem tem uma boa ideia. De olho nisso, a Fundação Dom Cabral, escola de educação executiva, está com inscrições abertas, até 31 de maio, para o programa Dignidade, que oferece capacitação gratuita a estes novos empreendedores que buscam contribuir com a redução da desigualdade no Brasil. As vagas valem para ideias no papel ou projetos já em fase de implementação.

O programa quer auxiliar esses novos empreendedores no desenvolvimento de suas iniciativas, trazendo o conhecimento de negócios da fundação, que, em 2010, ficou entre as dez melhores escolas de educação executiva do mundo, segundo o Financial Times. “Já existe um movimento forte, transformador, que está sendo articulado por pessoas com ideias e estrategias inovadoras. Queremos nos integrar a este movimento, oferecendo nossa experiência acumulada em gestão”, diz Emerson de Almeida, presidente da Diretoria Estatutária da Fundação Dom Cabral.

crédito Stauke/ Fotolia.com

 

Para fazer com que esses negócios sociais inovadores saiam do papel, o programa quer aproximar os novos empreendedores de professores e especialistas que, ao longo do trabalho de mentoria, vão impulsionar o desenvolvimento dos seus negócios por meio de experiências que auxiliam o entendimento da gestão empresarial e dos mercados inclusivos. “Por tudo que vivenciamos com os nossos empreendedores sociais até agora, vejo que a principal dificuldade deles é definir o modelo de negócio que melhor se encaixa à solução que eles querem oferecer. O benefício social geralmente está bem definido, mas eles têm muita dificuldade em traduzir a iniciativa em um negócio rentável e autossustentável”, diz Marcelle Gama Viana, gerente de projetos da fundação.

“Por tudo que vivenciamos com os nossos empreendedores sociais até agora, vejo que a principal dificuldade deles é definir o modelo de negócio que melhor se encaixa à solução que eles querem oferecer.”

Segundo Viana, a maioria dos novos empreendedores acredita que faltam recursos para que o negócio dê certo, sem perceber que nem sempre esse recurso é o fator-chave para o sucesso nas primeiras etapas. “É preciso mapear o mercado, entender bem a proposta de valor do negócio, verificar a viabilidade financeira em diferentes cenários, ou seja, estruturar o negócio e começar a operar.”

O programa será dividido entre 96 horas de capacitação e encontros temáticos, mais 80 horas de mentorias. Como parte das aulas, a fundação convida empreendedores sociais, executivos, gestores públicos e empresários, criando um ambiente de troca, onde os participantes poderão ampliar sua rede de contatos.

Esse foi o caso do Liberatto Ferreira da Silva, que cerca de um ano antes da primeira edição do Dignidade, já executava o Liber Robótica, projeto que ensina programação e robótica para crianças com o uso de lixo digital. “O programa me ofereceu uma série de ferramentas de gestão que nós, empreendedores, nem sempre temos acesso. Outras informações sobre finanças, gestão do tempo, contato com outras empresas do ramo, desenvolvimento do projeto, tudo isso foi muito importante para dar escala ao meu projeto.”

Para ele, uma das maiores dificuldades está em conseguir direcionar cada uma das etapas necessárias no processo de implementação. “Meu foco é educação, mas para o negócio se desenvolver eu precisava ter contato com mais coisas. Além de dar aula, meu projeto envolve tecnologia, então isso aumentava muito o leque de trabalho. Eu precisava focar na gestão para alcançar as metas”, explica.

Independente do foco e do grau de desenvolvimento, todas as iniciativas inscritas devem atender alguns critérios, como acesso às necessidades básicas e impacto social; geração de renda, potencial de mercado, inovação social, disponibilidade integral para participar das atividades propostas.

As inscrições devem ser feitas até 31 de maio no site da fundação. Os projetos selecionados vão passar para uma fase de entrevistas e, em seguida, o programa tem início em julho deste ano e pode durar de 12 a 24 meses, dependendo da necessidade do empreendedor. Liberatto, por exemplo, continua com a mentoria mesmo após um ano de início da primeira edição. “É importante continuar com a mentoria porque você pode consultar seu tutor na hora de colocar a mão na massa, é hora de você arriscar e colocar toda a teoria em prática”, diz.


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empreendedorismo, negócios de impacto social

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