'Ser físico é muito bom, mas poder ensinar é melhor ainda' - PORVIR
Crédito: shaiith / Fotolia.com

Inovações em Educação

‘Ser físico é muito bom, mas poder ensinar é melhor ainda’

Aluno de licenciatura relata como se descobriu professor a partir do contato com a escola e as disciplinas pedagógicas do curso

por Redação ilustração relógio 30 de outubro de 2015

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Este conteúdo faz parte da
Série Formação de Professores

O universitário Danilo Flügel Lucas, 23, sempre estudou em escola pública. Com o interesse em compreender o funcionamento das coisas, encontrou na física as respostas para muitas das suas perguntas. Dessa identificação, veio a motivação de se tornar um físico.

Quando ingressou na UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná), embora tivesse optado pela licenciatura, ser professor estava longe dos seus planos. No entanto, durante o curso, as disciplinas pedagógicas e o contato com a rotina escolar ajudaram a abrir sua mente. No quarto ano, prestes a concluir a graduação, seu desejo é dar aulas na rede pública.

A história de Danilo é reflexo do trabalho de fortalecimento da identidade das licenciaturas na UEPG, apresentado pelo Porvir na última matéria da série Formação de Professores.

Leia o seu depoimento:

“Eu não pretendia ser professor, queria ser físico. Quando entramos na universidade ainda não temos muita certeza sobre o que queremos para a nossa vida. Optei pela licenciatura porque sabia que, além da formação específica, também estaria habilitado para dar aulas. Mas, no decorrer do curso, comecei a ter acesso à disciplinas pedagógicas que me ajudaram a abrir a mente sobre o que realmente era ser professor.

Desde o começo do curso, o contato com as disciplinas voltadas para o ensino de física ajudaram a refletir sobre a profissão e criar uma base para o estágio obrigatório. Desenvolvemos uma visão de quem são os alunos e o que é a escola. Essa noção facilita muito porque não temos um choque de realidade quando chegamos no estágio.

Os alunos normalmente têm muita dificuldade com a física. Se você não consegue trabalhar isso, compromete muito o processo de aprendizagem deles. Muitas vezes, o interesse pela disciplina parte do professor do ensino básico. Aquela cultura de que é difícil é ocasionada porque os professores não se deram conta de como despertar o interesse dos alunos.

Quando chega o estágio obrigatório, trabalhamos uma contextualização da realidade do aluno. A partir disso, elaboramos um plano de aula que contextualiza a física no cotidiano deles, utilizando instrumentos do dia a dia. É muito produtivo trazer a física para a realidade do aluno.

Na teoria, tudo costuma ser muito bonito, mas na prática não costuma ser bem assim. O contato com o ensino público ajuda a perceber que existem muitas dificuldades. Cada aluno tem uma característica diferente. Então, precisamos aprender a lidar com diversos tipos de adolescentes e entender como despertar o interesse deles. Trabalhar a parte prática ajuda a ter uma noção da importância que tem essa profissão.

Com as disciplinas articuladoras e o estágio, eu me sinto mais preparado para dar uma boa aula para os meus alunos quando assumir uma sala de aula. Estou no último ano da graduação e penso em trabalhar na rede pública. Ser físico é muito bom, mas poder ensinar é melhor ainda.”


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formação inicial, série formação de professores

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