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Site que ajuda a criar empresa chega ao Brasil

Método de ensino da DreamShaper já capacitou mais de 50 mil pessoas em Portugal

por Fernanda Nogueira ilustração relógio 8 de agosto de 2014

É possível fazer um plano de negócios sem ter de montar uma planilha no Excel ou fazer uma apresentação no PowerPoint? Os criadores da plataforma on-line DreamShaper, que entra em funcionamento no país até o final do ano, garantem que sim. Como o nome já revela, a proposta do site é ajudar o usuário a realizar o sonho de criar uma empresa.

Segundo seus idealizadores, sete entre dez pessoas no mundo sonham em abrir o próprio negócio, mas nove entre dez não sabem como fazer isso. O site promete oferecer capacitação para que qualquer pessoa, independentemente da idade, do grau acadêmico ou da experiência, possa atingir esse objetivo.

A plataforma usa metodologia de ensino que se adapta às necessidades do usuário e inclui vídeos e exercícios interativos. A criação do software teve a participação de especialistas de grandes universidades, como Stanford, Harvard e Georgetown. “A metodologia e pedagogia são adaptativas, e toda a ferramenta usa técnicas de gamificação, para que a experiência pedagógica seja lúdica, divertida e motivadora”, diz João Borges, um dos sócios da DreamShaper.

Tudo é pensado para desenvolver no usuário em geral, e principalmente nos estudantes, habilidades importantes para o empreendedor. “A capacidade de detectar problemas e desenhar soluções, de criar projetos e os testar e implementar, e sobretudo a capacidade de sonhar, são competências essenciais ao sucesso de qualquer jovem brasileiro”, diz Borges. Outras características trabalhadas ainda são a perseverança, a motivação, a confiança e o trabalho em equipe.

O método começou a ser desenvolvido em 2009 em Portugal pela ONG de apoio ao empreendedorismo Acredita Portugal. Desde o início, a ideia era levar a todos uma ferramenta pedagógica que desse acesso a conteúdos e práticas para a criação de um negócio de forma simples, aplicada ao projeto de cada um e sem exigir qualquer conhecimento prévio, nem mesmo em português e matemática.

Para isso, foi criado um concurso em que as pessoas podiam inscrever seus projetos. Desde então, mais de 50 mil pessoas já foram formadas gratuitamente naquele país com o uso do DreamShaper. Nesse período, a plataforma foi sendo testada e melhorada.

No Brasil, uma versão on-line e padrão será lançada até o final do ano. Para usar, será preciso fazer o cadastro no site e pagar uma taxa. A empresa também já está em fase de testes de versões voltadas para o ensino de empreendedorismo em escolas de ensino médio e técnico e em universidades.

“Esperamos impactar mais de um milhão de jovens brasileiros até 2018”

No software voltado para a sala de aula, além da plataforma que se adapta ao projeto e às necessidades de cada aluno, outro ambiente será dedicado ao professor, que poderá planejar, acompanhar e avaliar o trabalho de cada estudante. “Esperamos impactar mais de um milhão de jovens brasileiros até 2018”, afirma Borges. Um concurso nacional, como o de Portugal, também faz parte dos planos da empresa no Brasil.

Na plataforma, três passos principais compõem os desafios a serem atingidos pelos empreendedores. São eles: desenvolver, testar e se preparar para implementar a ideia.

No primeiro, o usuário diz qual é sua ideia e o software oferece ferramentas e exercícios que explicam como montar um modelo de empresa. Colegas podem ser adicionados ao projeto e, com isso, convidados a participar do trabalho. Vídeos educativos, que compõem 80% do conteúdo pedagógico, tiram dúvidas sobre assuntos específicos, como proposta de valor, equipe, clientes, concorrentes e outros.

Nos vídeos, que têm duração de um a três minutos, uma pessoa explica o assunto e há também a apresentação de informações gráficas. As tarefas são apresentadas em forma de perguntas e respostas, baseadas em exemplos de outras empresas. O usuário avança a medida que consegue responder as questões feitas nos módulos anteriores, todos divididos por temas.

Módulos que envolvem matemática e contabilidade, como despesas ou custos, têm um ambiente simples em que a pessoa coloca informações, sobre quanto vai pagar a um colaborador, por exemplo, e o software mostra os gastos totais. Isso é feito sem a necessidade de fazer qualquer tabela no Excel.

Depois, o usuário testa o projeto, para ter certeza de que está pronto para ser lançado. Nesta fase, são propostas ações, como entrevistas de empatia, pesquisas de mercado ou a criação de um protótipo. Esse passo, segundo o site, ajuda a poupar dinheiro, reduzir riscos e aumentar as chances de sucesso.

O terceiro e último é o do lançamento. No final, o software gera automaticamente um plano de negócios, pronto para ser apresentado em sala de aula, no caso dos estudantes, ou a um banco ou a um possível investidor. “Queremos dar a todos os brasileiros as ferramentas e formação necessárias para que tenham a possibilidade de seguir seus sonhos ou projetos, e os transformar em realidade”, diz Borges.


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competências para o século 21, empreendedorismo, gamificação

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