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Inovações em Educação

Trabalho voluntário valoriza profissional

Empresas apostam no voluntariado para desenvolver habilidades como gestão de recursos, espírito de equipe e jogo de cintura

por Redação ilustração relógio 11 de setembro de 2012

Se o trabalho voluntário conta pontos em processos seletivos para vagas de emprego, ele também pode ajudar o profissional que está no mercado de trabalho. “Inúmeros são os benefícios que esta atividade traz para a formação do profissional e do indivíduo: aumento da autoestima, saber trabalhar em equipe, lidar com recursos limitados, ter ‘jogo de cintura’, conhecimento de realidades e pessoas diversas”, enumera Maria Fernanda Lopes de Oliveira Giordano, sócia da GCA – Consultoria em Responsabilidade Socioambiental, especialista em formação de equipes voluntárias e que há 10 anos atua na área.

Segundo ela, “as empresas estão cada vez mais convencidas de que o voluntariado é uma excelente ferramenta de gestão de recursos humanos e valorizam o profissional desde o início da sua carreira”. Uma delas,  por exemplo, é o Itaú Unibanco que, desde 2011, oferece um módulo de voluntariado na grade de formação de seu programa de trainee corporativo, que recebe cerca de 80 jovens anualmente. A participação é voluntária e os integrantes do grupo devem identificar uma instituição, fazer o planejamento e executar uma ação.

crédito Antrey / Fotolia.com

“As equipes de alta performance têm profissionais inovadores, que lidam com recursos de forma a potencializar o que têm disponível e trabalham bem o relacionamento interpessoal. Não são só as competências de conhecimento e de experiência profissional que fazem o colaborador se diferenciar. É o conjunto”, define Valéria Riccomini, diretora da Fundação Itaú Social.

De acordo com o último levantamento Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil II, de 2010, feito nas 30 grandes empresas e institutos que compõem o Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial, 10,9% das participantes consideram “ampliar as competências e habilidades dos colaboradores” a principal expectativa do trabalho voluntário. A criação de grupos e comitês de voluntariado é estimulada em 82,8% das empresas, e 60,9% investem na capacitação de seus colaboradores para este tipo de atuação.

Um outro estudo, de 2011, do Conselho Global de Voluntariado Empresarial e da IAVE (Associação Internacional para Esforços Voluntários) entrevistou 47 empresas globais e identificou que a construção de um forte espírito de equipe, do orgulho e lealdade à empresa são resultados agora esperados do voluntariado, e não mais subprodutos que surgem por coincidência.

Melhor comunicação

Uma pesquisa interna, do programa de voluntariado do Instituto C&A, realizada em 2011 pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e de Ação Comunitária (Ideca), apontou que para 86% dos participantes o trabalho voluntário os levou a desenvolver qualidades profissionais.

“A experiência que eles têm acaba desenvolvendo líderes para a empresa. Os gerentes identificam que a ação voluntária permite ao funcionário se comunicar melhor, se articular melhor com a equipe e desenvolver a competência do diálogo. Mas não temos esse objetivo específico”, diz Carla Sattler, gerente de mobilização do Instituto C&A, organização que mantém há 21 anos um programa de voluntariado voltado para educação infantil.

O grupo de voluntários da unidade C&A escolhe uma instituição e define de que forma poderá ajudar. Os funcionários ajudam a mobilizar recursos, atuam no atendimento às crianças (leitura de livros, brincadeiras) e montam bazares de roupas com as peças doadas pela empresa. Hoje, cerca de 5.600 funcionários fazem parte do programa.


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