WhatsApp, Instagram e TikTok são as redes sociais preferidas de crianças e adolescentes - PORVIR
Crédito: PeopleImages/iStock

Inovações em Educação

WhatsApp, Instagram e TikTok são as redes sociais preferidas de crianças e adolescentes

Edição mais recente da pesquisa TIC Kids Online Brasil revela que 93% da população entre 9 e 17 anos estava conectada à internet em 2021

por Ana Luísa D'Maschio ilustração relógio 16 de agosto de 2022

Em 2021, 22,3 milhões de crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, estavam conectados à internet, o que corresponde a 93% do público desta faixa etária em todo o Brasil. Desse total, 78% usaram redes sociais e aqui estamos falando de (muito) WhatsApp, além de Instagram e TikTok (ambos em alta). Esses são os principais achados da pesquisa TIC Kids Online, lançada nesta terça-feira, 16, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)

“Não basta a visão dicotômica de acesso, de sim ou não. Temos de investigar os fenômenos. Afinal, esse uso não é igual entre os 93%”, afirmou Luísa Adib, do Cetic.br|NIC.br, na mesa de apresentação da pesquisa, intitulada “Caminhos para uma conectividade significativa: como novas dinâmicas de acesso à internet impactam as práticas online e o bem-estar de crianças e adolescentes?”

“Nem cabe mais perguntar quantas vezes acessamos a internet por semana. Mas sabemos que esse acesso não é igual em qualidade de conexão, tipos de dispositivo, ambiente familiar ou na escola. São muitas as dimensões que devem ser levadas em conta”, concordou Drica Guzzi, da Zeitgeist – Pesquisa, Tecnologias e Educação, que também participou do debate. “É preciso, também, olhar para os 7% restantes, que somam quase 2 milhões de crianças e adolescentes que ainda não utilizam a internet”, reforçou Luísa. 

A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), foi um dos destaques do 7º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet. Confira, abaixo, a íntegra do painel, que contou ainda com a presença de Renata Santoyo (Anatel) e Thais Santos (Unicef), com moderação de Maria Rebeca Otero Gomes (Unesco)

Dispositivos, redes sociais e locais de acesso

No que se refere à variedade dos dispositivos, o celular lidera a lista dos suportes utilizados para conexão à internet (93%), seguido pela televisão (58%), computador (44%) e videogame (19%). Para 53% das crianças e dos jovens, o celular foi o único dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes D e E (78%) e C (52%) do que nas classes A e B (18%).

O acesso, predominante nos próprios domicílios (97%) e na casa de outra pessoa (82%), também aconteceu em centros de acesso pago (42%) e na escola (39%). Assistir vídeos, programas, filmes ou séries (84%) e ouvir música (80%) foram as atividades mais realizadas pela população analisada. 

Pela primeira vez, a pesquisa investigou dados do TikTok: 58% dos jovens ouvidos pelo levantamento contam com perfil na rede, sendo a maioria dos acessos feita pelos adolescentes entre 11 e 12 anos (48%). Prevalecem as classes A e B (79%) na comparação com as classes C (57%) e D e E (53%).

Em relação ao levantamento de 2018, as contas no Instagram aumentaram de 45% para 62%. Já o Facebook registrou queda no mesmo período comparativo: de 66% para 51%. Contudo, o WhatsApp concentra o maior número de usuários: 80%, 10% a mais em relação à pesquisa anterior. 

“Uma das características do TikTok apontada pelas crianças e jovens que o usam é que você consegue ser visto por muita gente, mesmo não sendo uma celebridade. Os vídeos também viralizam mais fácil”, comentou Drica. Por isso a sustentabilidade emocional para estar em rede é algo que deve ser levado em consideração, disse a especialista. “Tudo é muito imediato: ser mais visto, ter mais popularidade ou sofrer constrangimento. A própria rede pode ser um canal de ajuda emocional, mas me preocupa quem não tem nenhum tipo de suporte.” 

Saúde e apoio socioemocional

A edição de 2021 da TIC Kids Online Brasil tratou, pela primeira vez, do uso da internet na busca por informações relacionadas à saúde e ao bem-estar entre os jovens de 11 a 17 anos. Entre os entrevistados, 32% afirmaram ter usado a internet para buscar ajuda emocional. O uso da rede para falar sobre quando se sentiram tristes ou para lidar com algo ruim que vivenciaram foi reportado por 46% dos entrevistados entre 15 e 17 anos, 28% entre os de 13 e 14 anos e 15% para aqueles com idades de 11 a 12 anos. “A internet é um espaço no qual crianças e adolescentes se sentem mais à vontade para falar de emoções”, pontua Luísa. 

Informações sobre sentimentos, saúde mental e bem-estar foram acessadas por 29% dos entrevistados, e, no total, 38% deles acreditam que a internet os ajudou a lidar com um problema de saúde. Contudo, a pesquisa relatou que 7% dos entrevistados declararam ter tido algum tipo de incômodo na rede e não compartilharam o sentimento com ninguém. “São jovens e crianças que estão fermentando o sofrimento. Sabemos que a fala e a escuta são importantes processos nesse sentido. Fica um convite para os educadores e pais: quando essas crianças e jovens não falam, não significa que nada está acontecendo”, sugeriu Drica.


TAGS

competências para o século 21, pesquisas, socioemocionais, tecnologia

Cadastre-se para receber notificações
Tipo de notificação
guest

0 Comentários
Comentários dentro do conteúdo
Ver todos comentários
0
É a sua vez de comentar!x