Adolescência: Como contemplar as especificidades dessa etapa do desenvolvimento na educação
por Redação 20 de outubro de 2017
Aprofundamento do olhar: Fomentar debates amplos sobre a adolescência e a juventude para ampliar a compreensão da sociedade brasileira sobre esse púbico; orientar escolas, professores e familiares a respeito das especificidades da adolescência e de questões fisiológicas, neurológicas e psicológicas.
Não infantilização: Ter o cuidado de não infantilizar, nem subestimar a capacidade dos estudantes adolescentes.
Contextualização: Criar condições para que os educadores conheçam profundamente as características dos alunos, seu projeto de vida e sua comunidade de origem, criem os históricos de cada adolescente e contemplem essas informações no planejamento de sua prática pedagógica.
Envolvimento das famílias: Envolver os familiares dos estudantes em processos de escuta, para que ampliem o conhecimento da equipe docente sobre o contexto e o perfil de cada estudante; promover formações para as famílias sobre como lidar com a adolescência e sobre como participar da vida escolar dos alunos.
Vínculos: Promover ativamente a construção de laços de afeto entre professores e estudantes, estimulando os docentes a ter uma relação de parceria com suas turmas; criar novas relações de confiança na escolas; realizar mais atividades em grupos e momentos de socialização.
Resolução de conflitos: Promover ativamente o respeito e a valorização da diversidade, mediando conflitos e promovendo a cultura de paz nas escolas; preparar as equipes da escola e os estudantes em comunicação não violenta, facilitação de diálogos, mediação e afins.
Linguagem unificada: Adequar a linguagem da escola à dos estudantes e promover o diálogo claro, franco e inteligível entre todos os atores da comunidade escolar.
Dedicação do professores: Desenvolver política para garantir que os professores permaneçam mais tempo na mesma escola.
Papel do professor: Descentralizar o ato de ensinar, engajando o professor como facilitador, tutor, mediador e não como detentor do conhecimento.
Escola significativa: Rever e reformular os modelos da escola (espaço físico, carga horária, salas de aula, conteúdos, metodologias etc.) para que fique com a cara dos adolescentes; desenvolver uma nova configuração para a escola com e para os estudantes; transformar a escola em um espaço vivo, com movimento, música e maior proximidade com a linguagem dos estudantes.
Autonomia para as escolas: Garantir autonomia às escolas para realizarem o seu Projeto Político Pedagógico de acordo com a sua realidade interna e considerando os desafios vividos pelos adolescentes das comunidades que atendem.
PPP e Regimento interno: Reformular o projeto político pedagógico e o regimento interno a partir de experiências reais e com o envolvimento dos estudantes e de toda a comunidade escolar; transformar estes documentos em guias vivos, inovadores e articulados com a realidade; promover diálogos entre os professores para que eles considerem e aliem os seus planejamentos ao PPP da escola.
Socioemocionais: Criar estratégias para ampliar o olhar das equipes escolares sobre a dimensão socioemocional dos estudantes e para que ela seja contemplada de forma sistemática nas atividades escolares.
Autoestima: Trabalhar ativamente a autoestima dos adolescentes e criar práticas de valorização das diferenças e de colaboração.
Acompanhamento psicológico: Garantir a presença de psicopedagogos, assistentes sociais ou outros profissionais que trabalhem em conjunto com os professores para oferecer apoio psicológico aos estudantes.
Desenvolvimento físico: Observar atentamente e considerar as mudanças físicas dos adolescentes ao planejar a infraestrutura da escola e às práticas pedagógicas; promover campeonatos, gincanas e outras atividades físicas e esportivas que promovam o desenvolvimento corporal e o bem-estar.
Projeto de vida: Criar programas para os estudantes refletirem e estabelecerem metas para o seu projeto de vida e seu percurso formativo.
Participação e autonomia dos estudantes: Trabalhar os conteúdos de modo a promover a interação, a construção coletiva do conhecimento, a escolha e a autonomia dos estudantes.
Lideranças: Identificar lideranças naturais entre os estudantes e desenvolver ações para posicioná-los como líderes motivadores e organizadores dos demais estudantes.
Interação com a comunidade: Estreitar laços entre escola e território para promover a interface da equipe docente com o contexto dos estudantes.
Intersetorialidade: Fortalecer o trabalho em rede, aproximando a escola de outros órgãos e agentes, como Conselho Tutelar, centros de assistência social, unidades de saúde, organizações sociais, aproximando essas instituições do fazer pedagógico; elaborar projetos intersetoriais que possam contribuir com a solução de questões que extrapolam as competências da escola, mas interferem na frequência, permanência e aprendizagem dos alunos.
Políticas públicas: Identificar práticas exitosas na Rede, compartilhá-las e, a partir delas, reformular as políticas públicas; promover políticas públicas mais articuladas.