Jogo leva reflexão sobre direitos humanos para sala de aula
Em uma sequência de 12 missões, os jogadores desenvolvem estratégias para impedir violações de direitos que aparecem em manchetes fictícias de jornais
por Marina Lopes 25 de fevereiro de 2016
Como levar o debate sobre direitos humanos para dentro da sala de aula? Para auxiliar educadores que desejam trabalhar o tema, o Senac São Paulo e a associação Palas Athena lançaram, na última terça (23), o jogo Diário de Amanhã. Com chancela da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o recurso virtual usa situações cotidianas para propor a reflexão, discussão e prática dos princípios apresentados na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A ferramenta surgiu a partir da necessidade de encontrar uma maneira leve e criativa para debater o assunto, aproximando as discussões da realidade de adolescentes e jovens. “A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento complexo. Quando você lê um artigo, não é muito fácil transpor para uma situação cotidiana”, explica Regina Paulinelli, coordenadora da área de tecnologias sociais e desenvolvimento humano do Senac São Paulo.
O Diário de Amanhã combina interações virtuais na ferramenta e o trabalho presencial em equipe. Antes de começar a atividade, o educador deve dividir a turma em cinco equipes. Cada grupo pode criar um nome e fazer a escolha de um avatar, com opções que contemplam diferentes visuais, etnias, tons de pele e cabelos.
O jogo inicia com um vídeo explicativo sobre direitos humanos e, em seguida, as equipes devem responder perguntas em um formato de quiz. A sugestão da ferramenta é que os alunos façam placas em folhas de papel para mostrarem a opção escolhida em cada questão. As respostas são anotadas no jogo e vão somando pontos para os grupos, como uma espécie de gincana.
Na tentativa de estimular o engajamento dos alunos e trazer uma abordagem mais contextualizada, a segunda fase do jogo propõe uma sequência de 12 missões, em que são apresentadas manchetes fictícias que estariam nas capas dos jornais do dia seguinte. Com notícias ligadas à violações de direitos, como exploração sexual, bullying e discriminação, a tarefa dos jogadores é evitar que essas situações aconteçam. Para isso, eles devem selecionar alternativas com ações que atuam na defesa dos direitos humanos.
De acordo com Paulinelli, nesta fase não existem respostas certas ou erradas. Conforme cada grupo seleciona suas opções, eles somam pontos que ao final da atividade demonstram se eles atuaram como cientistas, ativistas, comunicadores, educadores ou juízes para contribuir com a solução do problema. “A ideia é mostrar que cada um pode contribuir de alguma forma para a melhoria de determinada situação”, conta.
Com o intuito de ser viabilizado em qualquer tipo de escola ou organização, até aquelas que não contam com infraestrutura e conectividade, o jogo está disponível para download gratuito, com funcionamento off-line. Para ter acesso ao Diário de Amanhã é necessário apenas preencher um cadastro na página da instituição.