Livro incentiva educação socioemocional na infância
“Tenho monstros na barriga”, que ajuda crianças a identificarem seus sentimentos, busca recursos para a primeira impressão através de financiamento coletivo
por Maria Victória Oliveira 22 de setembro de 2015
Se você acredita na importância do desenvolvimento de habilidades socioemocionais ainda na primeira infância, deve ficar atento ao livro infantil “Tenho Monstros na Barriga”, de Tonia Casarin. Com o objetivo de ajudar crianças a identificar o que elas estão sentindo, o livro conta a história do menino Marcelo e dos monstrinhos que ele tem na barriga.
Na verdade, monstrinhos foi a forma que Tonia escolheu para chamar os sentimentos. “Eu não queria que os sentimentos fossem vinculados a cores ou animais. Eu queria associá-los a algo abstrato, porque cada criança pode ter o seu monstrinho, já que cada um sente de uma forma diferente. Acho que é uma forma abstrata e até fofa das crianças identificarem o que sentem”.
Saiba mais: Especial sobre Competências Socioemocionais
A ideia de abordar o tema com crianças surgiu a partir das experiências que seu mestrado em educação lhe proporcionou. Ela percebeu que o estudo de competências sociais e emocionais só começa a se tornar importante para as pessoas quando elas atingem a idade adulta ou entram no mercado de trabalho. “Eu comecei a questionar porque não começamos a discutir isso antes, como na faculdade. Mas parei para pensar: na faculdade ainda é tarde. Fui ‘voltando’ e então cheguei às crianças”, relata Tonia.
A percepção da necessidade de aumento do engajamento dos pais da educação dos filhos foi outro fator motivacional para o desenvolvimento do trabalho. “O livro não ajuda só as crianças, mas ajuda os próprios pais a conhecerem seus filhos e saberem o que eles sentiram em determinados momentos”.
A interação que a publicação permite é mais uma forma de dar voz às diferentes formas de pensar e sentir. Funciona da seguinte forma: toda vez que um sentimento do Marcelo, o personagem principal, é apresentado, segue-se uma página em branco para que a criança desenhe seus próprios monstros. “Ela pode continuar interagir com esse material ao longo do tempo. Os sentimentos dela vão amadurecendo porque ela está amadurecendo”.
A primeira tiragem do livro será viabilizada pelo financiamento coletivo e doada a escolas públicas, de forma a incentivar que o livro torne-se um material de sala de aula. “A ideia é que cada vez mais pessoas possam usar o livro para interagir com as crianças e incentivar o desenvolvimento das habilidades socioemocionais”.
Os interessados podem curtir a página do livro no Facebook e contribuir para a arrecadação no Catarse, que vai até o dia 2 de novembro.