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Inovações em Educação

Site quer traduzir dados complexos para leigos

Data4Good, ou “Dados Para o Bem”, vai produzir infográficos semanais que reúnem informações sobre questões sociais

por Vinícius Bopprê ilustração relógio 4 de março de 2013

Mais de 870 milhões de pessoas passando fome no mundo. Mais de 100 mil toneladas de lixo produzidas só no Brasil, onde mais de 30 milhões de pessoas são analfabetas funcionais. Dados, dados e mais dados que não são fáceis de entender nem, sozinhos, são capazes de oferecer soluções. O Data4Good quer mudar essa realidade, levando esse tipo de informação de uma “forma bonita, simples e interessante”, além de dar dicas aos usuários de como mudar essa realidade. “Quase todos os problemas sociais que vivemos, no Brasil e no mundo, têm uma grande relação com a falta de informação e conhecimento. A nossa ideia é tornar uma coisa tão complexa em algo mais simples”, diz Tatiana Capitania, fundadora do Data4Good, que colocou o projeto no Catarse e espera alcançar sua meta até o dia 19 de abril.

crédito Serkokin / Fotolia

Para levar todas essas informações às pessoas, Tatiana pretende, já no primeiro ano da plataforma, publicar infográficos semanais sobre as mais diversas áreas de interesse público, como cidadania, cultura, saúde, direitos humanos e educação. Nos temas mais importantes, um especialista vai comentar os dados e indicar mudanças de hábito que podem ajudar a reverter essa realidade. “Um dos focos do projeto é fazer com que as pessoas enxerguem a relevância desses dados, dessas informações, para que vejam isso dentro de seu próprio cotidiano”, afirma Filippe Barros, cofundador do projeto.

Para realização completa da plataforma, Tatiana e Filipe precisam atingir a meta de R$ 20.276 na plataforma de crowdfunding. Com doações a partir de R$ 10, o projeto ainda tem 46 dias para finalizar.Os infográficos serão criados como se fossem um cartão postal. Na parte da frente, serão apresentados os dados “da maneira mais fácil possível”. “A gente quer tirar os números percentuais e fazer analogias que tenham mais relação com o dia a dia. Quantos estádios de futebol ficariam cheios com esse número de pessoas?”, explifica Tatiana. Já na parte de trás da figura, o usuário encontrará três maneiras de se engajar. A primeira delas é com uma dica de atitude, que vai dar recomendações de como aquela pessoa pode melhorar sua rotina pessoal, separando o lixo reciclável, por exemplo. A segunda é apontar uma instituição que realize trabalhos relacionados ao tema e, por fim, onde realizar trabalhos voluntários. “A ideia inicial é focar nos dados relacionados ao Brasil, mas estamos discutindo para que isso não fique restrito, queremos oferecer informações sobre o mundo todo”, diz Tatiana.

De olho no futuro

O mais importante é saber que [os infográficos] mudaram alguma coisa no mundo real, que alguém aprendeu como mudar para melhor aquela realidade

Meta atingida, plataforma no ar, infográficos prontos e as redes sociais bem movimentadas. Sonho realizado? Nada disso. Para ambos, uma das maiores gratificações será poder observar que, por conta de uma informação, algumas pessoas tomaram uma atitude diferente e isso gerou impacto em outras tantas. Afinal, o slogan do site é “informação para que você mude o mundo. “O mais importante é saber que [os infográficos] mudaram alguma coisa no mundo real, que alguém aprendeu como mudar para melhor aquela realidade e isso, de fato, mudou algo no mundo, naquela cidade, naquele bairro ou naquela casa”, diz Filipe. Para chegar ainda mais próximo desse tal mundo real, já está nos planos da equipe fazer com que o site saia da internet e ganhe também espaços físicos.

A ideia é que os postais também sejam impressos e sejam levados às escolas. Lá, a dupla quer promover palestras, facilitando que esses infográficos sejam exibidos em espaços de convívio coletivo para, inclusive, dar mais voz àqueles que já lutam por uma causa. “Torcemos muito para que essa pessoa engajada pegue nosso infográfico, leve numa reunião, leve para a prefeitura. Nossa produção é pública, aberta e a gente quer mais é que as pessoas usem mesmo”, afirma Tatiana.


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negócios de impacto social, pesquisas, sustentabilidade

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