Conheça os vencedores do Prêmio Jovens Inspiradores
Primeira edição do concurso, que buscou projetos sociais inovadores, contou com mais de 8.000 inscritos; 80% eram iniciativas de educação
por Vinicius Bopprê e Larissa Alves 29 de novembro de 2012
Mais de 8.000 jovens, com idades entre 16 e 30 anos, matriculados em uma instituição de ensino superior, se inscreveram para a primeira edição do Prêmio Jovens Inspiradores, promovido pela revista Veja e a Fundação Estudar. Todos eles, no ato da inscrição, escreveram um ensaio contando o projeto social inovador em que estão envolvidos. A cerimônia de premiação ocorreu ontem à noite.
Dos 8.000 jovens, 50 foram selecionados para a segunda etapa, em que participaram da Oficina Jovens Inspiradores. Dali, foram selecionados 10 finalistas. O resultado saiu ontem e, em vez dos três vencedores escolhidos pelos organizadores (como era previsto), quatro jovens levaram para casa o prêmio que consiste em uma bolsa de estudos em universidade estrangeira, no valor de R$ 30 mil; um programa de mentoring, com duração de um ano; direito de participação na Comunidade Fundação Estudar; e, claro, para deixar na estante da sala: um troféu. A explicação para a mudança de planos na hora da premiação é simples: a comissão não conseguiu escolher apenas três, tamanha era a qualidade dos projetos. Os internautas também escolheram um quinto candidato, que recebeu o Prêmio Voto Popular.
Confira, a seguir, os vencedores (em ordem alfabética):
Felipe Dib, 24, bacharel em relações internacionais pela Anhanguera Educacional (Campo Grande-MS), teve 13.726 votos na internet e, com isso, ganhou o prêmio Voto Popular. Ele mantém o canal Você Aprende Agora, no Youtube, que ensina inglês em videos de até três minutos. O site do projeto será lançado no próximo mês. “Eu me comprometo a dar o meu máximo para que o Brasil aprenda a falar inglês com o Você Aprende Agora. Se depender de mim, na Copa, em 2014, todo mundo na rua vai falar ‘hello’, ‘how are you’”, disse Felipe no discurso.
Larissa Maranhão Rocha, 18, nasceu em Maceió (AL) e estuda economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Após obter nota máxima na redação do Enem, Larissa criou o blog Red para orientar estudantes na elaboração de textos. Em seu site, ela sugere temas para dissertação e corrige redações com o apoio de professores voluntários. “Eu parabenizo os organizadores desse projeto que estão investindo nesses jovens da geração do silício, do networking. São milhares de jovens, no Brasil inteiro, que estão trabalhando de forma silenciosa e causando um impacto gritante”, disse.
Miguel Andorffy estuda engenharia elétrica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Aos 21 anos, seu dia se divide entre três atividades: o curso de graduação, a coordenação voluntária de um curso pré-vestibular para jovens de baixa renda e um blog chamado Me Salva!, onde posta vídeoaulas de matemática. “Junto com o meu grande amigo Felipe [o campeão do Voto Popular], eu garanto que, na Copa, além de falar inglês, as pessoas também vão saber fazer a conta e passar o troco certo”, disse ele, que estava comemorando duplamente: o Me Salva atingiu ontem a marca de 2 milhões de aulas assistidas.
Paulo Orenstein se formou em ciências econômicas e agora, aos 22 anos, está cursando seu mestrado em matemática na PUC-Rio. Ele levou o prêmio com uma boa ideia: seu objetivo é desenvolver um site que funcione como uma espécie de rede social para que as ONGs possam trocar experiências e as pessoas possam se cadastrar para conhecer o trabalho dessas organizações. “O Brasil tem muitas histórias e ilhas de sucesso. O prêmio pôde criar pontes entre essas ilhas. Dá muita esperança conhecer pessoas que estão fazendo um trabalho parecido com o nosso em lugares diferentes”, disse Paulo.
Roger Koeppl tem 23 anos e cursa processos de produção mecânica na Fatec de São Paulo. Diretor de uma cooperativa de reciclagem de resíduos que quer reduzir os danos ambientais decorrentes do aterramento do lixo, seu projeto é criar um novo modelo de negócio para profissionalizar as cooperativas, usando reciclagem de óleo de cozinha para fazer sabão. Durante o seu discurso, Roger fez uma paródia com a música do Charlie Brown Júnior “Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem hoje é sério. O jovem no Brasil hoje é levado a sério”.
Renata Moraes, gerente de relações institucionais da Fundação Estudar, se diz contente com a qualidade dos trabalhos inscritos no prêmio, mas afirma que, de um modo geral, sentiu falta de projetos ligados a iniciativas políticas. Por outro lado, 80% dos inscritos apresentaram ideias para melhorar o Brasil por meio da educação. “Acredito que, além de os jovens preferirem atuar em áreas que tenham total autonomia, falta conhecimento de como se implementa uma política pública e de como essas medidas têm altíssimo poder transformador”, afirma. Ela acredita que a visibilidade que todos tiveram com o processo vai favorecer esses jovens na hora de implementar suas ideias. “Esperamos que eles canalizem a ideia para algo de igual potencial transformador; a última coisa que queremos é que eles percam o brilho nos olhos que têm”.