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Inovações em Educação

Professor transforma sucata em computador

Robert Litt, que dá aula na rede pública de Oakland, reciclou máquinas já que a escola não tinha recursos para comprá-las

por Patrícia Gomes ilustração relógio 12 de setembro de 2012

Robert Litt é um professor de tecnologia da rede pública de Oakland, na Califórnia, bem feliz com a profissão. Mas ele tinha dois problemas relativamente graves: sua escola não tinha computadores nem orçamento para comprá-los. Como ele precisa ensinar os primeiros passos da alfabetização digital para alunos do ensino básico, sem computador, sua tarefa ficava bem complicada. Foi então que ele começou a pedir para que conhecidos, empresas e pessoas da comunidade doassem computadores velhos para montar um laboratório de informática.

Ele não fez nenhuma exigência. A máquina não precisava ter nenhum tipo de programa ou capacidade específica. Podia, inclusive, ser aquele computador pronto para ir para o lixo. “Nos EUA, o número de computadores que é jogado fora é inacreditável”, disse Litt, que se surpreendeu com o que recebeu. “A maior parte dos computadores tinham problemas de software e não de hardware”, afirmou. Isso quer dizer que as máquinas estavam lentas, cheias de vírus e mal ligavam, mas, com uma bela faxina e com a troca do sistema operacional por um que usa menos memória, 9 entre 10 computadores voltaram a funcionar.

crédito Divulgação

“Escolhi o Linux, que é um software gratuito, aberto e mais leve que os tradicionais do mercado”, explica Litt, que admite que, ao decidir reformar os computadores, não sabia direito nem como começar. Foi até fóruns na internet, tirou dúvidas com pessoas que usavam o sistema e colocou 18 computadores para funcionar. “Comecei, então, a ensinar princípios básicos de programas de tabelas, apresentação de slides e pesquisa na internet. Foi um baita sucesso”, disse o professor, que passou a ser estimulado por sua diretora a reciclar mais computadores.

“Os computadores fazem com que a educação fique mais interessante. Você pode fazer música, arte, ciência. As crianças ficam motivadas a aprender.”

Segundo Litt, a escola onde dava aula era pobre, assim como boa parte das instituições de ensino norte-americanas. “A gente pode fazer muito com muito pouco. Tenho um amigo que diz que ‘obsolescência é falta de imaginação’. Eu concordo”, afirmou. Para o norte-americano, os custos de reciclagem de computadores são nulos e, por isso, não há motivos para uma escola não ter um laboratório de informática. “Os computadores fazem com que a educação fique mais interessante. Você pode fazer música, arte, ciência. As crianças ficam motivadas a aprender.”

Litt afirma ainda que, embora assustem a muita gente, os procedimentos que usou são simples e qualquer pessoa pode fazer. Então, para ajudar professores que aceitem o desafio de montar um laboratório com computadores reciclados, o americano disponibilizou um artigo em seu site, escrito em inglês, para explicar o passo a passo do seu modelo. O documento é extenso, mas,  Em síntese, as quatro principais etapas são:

1. Ter um professor que lidere a iniciativa;
2. Pedir doações de computadores que serão descartados;
3. Procurar instruções de como instalar um sistema operacional livre (ele sugere o Linux);
4. Não ter medo de testar e errar.

Convidado pelo EdSurge, em maio, ele esteve no pavilhão dedicado à educação da Maker Faire, um evento que reúne pessoas que desenvolvem projetos manuais. Confira o vídeo do evento com tradução para espanhol.


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negócios de impacto social, sustentabilidade, tecnologia

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