Robô de sucata eletrônica cumpre missões para proteger a natureza
Professores de programação e ciências se unem para desenvolver projeto interdisciplinar com materiais eletrônicos descartados
por Leonardo Mendes / Paloma Sanchez 16 de novembro de 2017
Somos professores do Colégio Jesus Maria José, em Poços de Caldas (MG). Neste ano, desenvolvemos um projeto interdisciplinar com alunos dos quartos e quintos anos do ensino fundamental. A proposta envolveu integrar os conteúdos de ciências, robótica e programação para desenvolver um robô que percorreu o mapa do Brasil executando tarefas nos diferentes biomas brasileiros.
A ideia surgiu porque já trabalhávamos juntos na área de tecnologia educacional do colégio. Como professores de programação e de ciências, decidimos juntar as duas coisas em uma atividade que as crianças adoraram.
Organizamos o projeto em etapas. Primeiro, os alunos tiveram que fazer pesquisas sobre os biomas brasileiros, identificando as características e os problemas de cada um. Com esse diagnóstico, eles fizeram desenhos de cada bioma para a confecção de um tapete, onde robô iria executar as atividades e desafios propostos.
Para criar o robô, pedimos que alunos trouxessem materiais eletrônicos que não tivessem mais em uso dentro de casa. Juntos, desmontamos esses equipamentos e aproveitamos as peças para começar a elaborar nossos protótipos.
Com os protótipos prontos, os alunos conseguiram visualizar melhor o funcionamento das peças. A partir daí, seguimos para a construção e programação do robô.
Tendo como base os problemas levantados pelos alunos durante a etapa de pesquisa, criamos tarefas para o robô cumprir em cada bioma. No Pantanal, por exemplo, ele tinha que resgatar jacarés que estavam presos. Já na Amazônia, a missão era prender traficantes de madeira. Cada bioma tinha uma tarefa a ser executada.
Além de programação e ciências, o projeto também envolveu trabalho em equipe e raciocínio lógico. Os alunos também aprenderam um pouco sobre eletrônica e reciclagem de aparelhos eletrônicos.
O projeto envolveu 14 crianças, em uma média de 9 a 10 anos. Todos os alunos ficaram superenvolvidos e demonstraram muita expectativa. Durante todo o processo, nos transformamos em mediadores para que eles pudessem partir em busca do seu próprio conhecimento.
Todos os alunos que participaram desse projeto demonstraram muito desenvolvimento de lógica e conhecimento científico. Também houve uma melhora muito grande entre os alunos, que passaram a buscar novos conhecimentos.
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Leonardo Mendes
Professor de programação e robótica. Trabalha com Tecnologia Educacional há 9 anos. Graduado em Ciência da Computação pela PUC Minas e atualmente faz mestrado na UNICAMP, com o tema: O uso de tecnologias na educação.
Paloma Sanchez
Licenciatura plena em biologia, com 20 anos de experiência em educação infantil, ensino fundamental I e II, ensino médio e educação de jovens e adultos, além de trabalhar com tecnologia educacional há 6 anos.