10 materiais gratuitos e muito procurados sobre educação antirracista
De jogos a práticas pedagógicas inspiradoras, a plataforma do Projeto Anansi, do CEERT, reúne obras sobre igualdade racial e equidade na educação básica
por Redação 8 de janeiro de 2024
Uma biblioteca digital antirracista com download gratuito dos materiais. Este é um dos eixos do Projeto Anansi – Observatório da Equidade Racial na Educação Básica, organizado a partir do acervo bibliográfico do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades). Fundada por Cida Bento, psicóloga e ativista do movimento negro, a organização não-governamental é voltada aos direitos da população negra, com a elaboração e implementação de projetos nas áreas de educação, gênero, justiça racial, trabalho e juventude em instituições públicas e privadas.
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Na lista abaixo, você confere os 10 materiais mais acessados da plataforma em 2023: de guias com brincadeiras africanas e afro-brasileiras a estudos sobre escolas quilombolas, todos reúnem práticas relacionadas à implementação da educação antirracista. Boa parte dessas pesquisas está ligada à “escrevivência” de professores e pesquisadores – o termo criado pela escritora Conceição Evaristo une as palavras “escrever e vivência”. “A escrevivência não é a escrita de si, porque esta se esgota no próprio sujeito. Ela carrega a vivência da coletividade”, define Conceição.
Catálogo de jogos e brincadeiras africanas e afro-brasileiras
Quando Yacine Tavares partiu de Guiné-Bissau ao Brasil, a estudante de pedagogia na Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) veio com a ideia de estudar jogos e brincadeiras africanas e afro-brasileiras. O encontro com a professora e orientadora Míghian Danae resultou neste catálogo, que reúne as experiências de países africanos de língua oficial portuguesa, além do Brasil, sendo Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Guiné-Equatorial.
O conselho de griôs
Griôs são contadores e contadoras de histórias da tradição oral africana, que repassam os acontecimentos milenares dos povos, palavra por palavra, a outras gerações. Neste livro, Manoel Filho Borges e Lucelina Gomes dos Santos detalham o trabalho dessas sábias pessoas da Comunidade Quilombola Dona Juscelina, localizada em Muricilândia (TO).
Educação para as relações étnico-raciais na escola: por uma educação antirracista, inclusiva e multiétnica
Ainda no Quilombo Dona Juscelina, citado no livro acima, professores e professoras sentiam falta de materiais sobre educação antirracista e educação educação quilombola. Pensando nisso, a equipe elaborou um livro para inspirar outros educadores e a própria comunidade com experiências dos próprios estudantes.
O artigo reúne ações realizadas pelo LitERÊtura – Grupo de estudos e pesquisas em diversidade étnico-racial, literatura infantil e demais produtos culturais para as infâncias, da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo). As autoras Débora Cristina de Araujo, Sonia Dalva Pereira da Silva, Daniela dos Santos Alacrino e Amanda Ribeiro de Almeida refletem sobre cursos de formação continuada e pesquisas desenvolvidas no grupo, focadas em famílias negras na literatura infantil e no PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) literário.
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Construindo uma educação antirracista: reflexões, afetos e experiências
A publicação faz um levantamento da origem dos primeiros moradores de Uberlândia (MG) e seus vínculos com a República do Congo, país localizado na região da África Central. A professora Neli Edite dos Santos, coordenadora do projeto, mobilizou estudantes da Escola Eseba (Unidade de Educação Básica) e seus familiares para traçar a história de antepassados que viveram no município.
Caderno metodológico – por uma infância escrevivente: práticas de uma educação antirracista
Publicado em 2022 pelas educadoras Fátima Santana Santos, Cristiane Melo, Elisiane Lima e Mabian Ribeiro, do Centro Municipal de Educação Infantil Doutor Djalma Ramos (em Lauro de Freitas, na Bahia), o conteúdo reúne escrevivências infantis de crianças de 0 a 5 anos. O livro mostra como elas perguntam, investigam e constroem respostas.
A relação entre os aspectos materiais das culturas infantis e a questão étinico-racial na infância
Brincar é um dos aspectos essenciais para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. A discussão do tema no campo étnico-racial, no entanto, ainda é escassa. A professora Fabiana de Oliveira, pesquisadora do campo da infância e das relações raciais, dedicou-se a compreender alguns aspectos do tema por esse viés.
Na escola se brinca! Brincadeiras das crianças quilombolas na educação infantil
Resultado da pesquisa aplicada em duas escolas quilombolas de educação infantil situadas no Recôncavo Baiano (nas cidades de Santo Amaro e São Francisco do Conde), o livro de autoria de Míghian Danae Nunes e Helen Santos Pinto reúne 31 propostas pedagógicas. Entre brincadeiras de roda, com elementos da natureza e materiais recicláveis, estão as tradicionais contações de histórias, nas quais a cultura local é repassada de geração em geração.
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Práticas antirracistas em escolas municipais de Contagem (MG)
Considerando a importância de promover ações voltadas para uma educação com foco na igualdade racial, o NEABI-UFOP (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Universidade Federal de Ouro Preto) apoiou a pesquisa colaborativa que originou este trabalho. Durante sua realização, a pesquisa aborda desafios no Projeto Político-Pedagógico de escolas em Contagem (MG), onde a maioria da população é negra. Além disso, proporcionou formação para professores e gestores da rede escolar.
Documentário – Em Frente
O projeto “Epistemologias antirracistas e Projeto Político-Pedagógico: uma pesquisa aplicada no âmbito da Secretaria de Educação de Contagem (MG)” foi transformado em um documentário que busca apresentar seus principais aspectos. Segundo Rosângela da Silva, geógrafa e gestora pública envolvida no projeto, a iniciativa concentrou-se em identificar áreas com uma grande população negra e presença significativa de comunidades tradicionais africanas e imigrantes. Assista: