3 em cada 4 universitários brasileiros tiveram saúde mental prejudicada pela pandemia
Fundação Chegg, com sede nos Estados Unidos, divulga estudo sobre a vida, as esperanças e os medos de estudantes de 18 a 21 anos em 21 países
por Redação 1 de março de 2021
Uma pesquisa internacional realizada pela organização sem fins lucrativos Chegg, que a partir deste ano organiza o Global Student Prize (Prêmio Global de Alunos), em parceria com a Varkey Foundation, mostra que três quartos (76%) dos universitários brasileiros dizem que sua saúde mental foi prejudicada durante o período da COVID-19, um dos níveis mais altos entre os países pesquisados, ao lado de Estados Unidos (75%) e Canadá (73%). Desses, 6% se automutilaram, 21% procuraram ajuda para a saúde mental e 87% disseram que seu nível de estresse e ansiedade aumentou.
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Essas descobertas estão entre as publicadas hoje pela Chegg.org, divisão sem fins lucrativos da empresa de tecnologia educacional do Vale do Silício Chegg. Elas são baseadas em pesquisas de opinião realizadas pela consultoria Yonder que tiveram a participação de cerca de 17.000 estudantes universitários de 18 a 21 anos em 21 países, incluindo 1.000 estudantes do Brasil.
“Uma coisa que une estudantes de todo o mundo é o fato de que eles experimentaram em primeira mão as maiores dificuldades na educação que o mundo já teve. Esta pesquisa mostra que a pandemia de COVID expôs para os alunos que o modelo de ensino superior precisa ser reformulado, mais curto, sob demanda e personalizado”, disse Dan Rosensweig, presidente da Chegg.
Educação
Quanto à educação, os resultados globais da pesquisa mostram que os estudantes brasileiros concordam com seus pares de todos os 21 países quando se trata de como o ensino superior deve adotar a aprendizagem online. Dois terços (65%) dos estudantes de todos os países pesquisados disseram que prefeririam que a universidade oferecesse a opção de ter mais aulas online se isso significasse pagar mensalidades mais baixas. Em todos os 21 países pesquisados, um número significativamente maior de estudantes prefere que a universidade ofereça a opção de ter mais aulas online se isso significar pagar menos do que aqueles que não optarem por isso (43% no Brasil).
De forma surpreendente, oito em cada dez (81%) estudantes brasileiros acreditam que sua formação os está preparando bem para o mercado de trabalho, o terceiro maior índice entre os países pesquisados, atrás de Indonésia (87%) e China (85%). Em comparação, menos da metade (46%) dos estudantes sul-coreanos acham que sua formação os está preparando bem para o mercado de trabalho, o número mais baixo entre os países pesquisados.
Os resultados globais da pesquisa mostram que os estudantes brasileiros concordam com seus pares de todos os 21 países quando se trata de como o ensino superior deve adotar a aprendizagem online.
Dois terços (65%) dos estudantes de todos os países pesquisados disseram que prefeririam que a universidade oferecesse a opção de ter mais aulas online se isso significasse pagar mensalidades mais baixas. Em todos os 21 países pesquisados, um número significativamente maior de estudantes prefere que a universidade ofereça a opção de ter mais aulas online se isso significar pagar menos do que aqueles que não optarem por isso.
Mais de nove em cada dez (93%) estudantes brasileiros disseram que sua universidade parou de oferecer aulas presenciais durante a pandemia de COVID-19, a segunda maior média entre os países pesquisados, atrás do Japão (95%).
Sociedade
A pesquisa também constatou que apenas 20% dos estudantes brasileiros acreditam que vivem em uma sociedade aberta, livre, que apoia a diversidade, apoia os mais vulneráveis e oferece oportunidades iguais a todos – o nível mais baixo entre os países pesquisados.
Somente 39% dos estudantes brasileiros consideram que o país é um bom lugar para se viver – o terceiro menor índice entre os países pesquisados, atrás de Argentina (16%), Rússia e México (empatados com 37%). Em contrapartida, 93% dos estudantes chineses consideram que o país é um bom lugar para se viver, mais do que em qualquer outro país pesquisado, seguido pelos índices da Austrália e do Canadá (ambos com 90%). Quase metade (48%) dos entrevistados disse que o Brasil é um lugar pior para se viver do que há cinco anos, em comparação com apenas 31% que disseram que é um lugar melhor para se viver.
Os ricos ficando mais ricos e os pobres ficando mais pobres é o maior problema que os estudantes brasileiros sentem que sua geração está enfrentando, opção escolhida por 34% dos entrevistados. Ele é seguido pelo acesso a empregos de boa qualidade (24%), garantia de educação para todas as crianças (14%), mudanças climáticas (10%), assistência médica (10%), guerras e conflitos (6%) e acesso a moradias de boa qualidade (3%).
No último ano, 61% dos universitários brasileiros tiveram dificuldade para arcar com seus custos de vida. 40% disseram ter enfrentado dificuldades com o pagamento de serviços públicos, 25% com alimentação, 19% com aluguel/hipoteca e 25% com contas médicas.
Ainda assim, quase oito em cada dez (78%) estudantes brasileiros acreditam que terão sua própria casa antes dos 35 anos, o quarto maior número entre os países pesquisados, atrás de Quênia (92%), Indonésia (86%) e Índia (84%). Em comparação, apenas 31% dos estudantes japoneses acreditam que terão uma casa própria aos 35 anos, a menor média entre os países pesquisados.
– Bem-estar e saúde mental do professor são fundamentais para apoiar a aprendizagem do aluno