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Inovações em Educação

5 estratégias para melhorar o trabalho em grupo na sua sala de aula

Viver a experiência de trabalho coletivo, respeitar as opiniões e aprender a gerenciar conflitos são habilidades que precisam ser desenvolvidas logo cedo. Sérgio Daniel Ferreira, do Instituto CLQ, apresenta dicas para professores

por Sérgio Daniel Ferreira ilustração relógio 5 de novembro de 2019

Muito se fala em trabalho em grupo como a melhor alternativa para resolver situações problemas, que devemos na escola, viver essa experiência de trabalho coletivo, respeitar as opiniões e aprender a gerenciar conflitos, pontos de vistas discordantes e desenvolver a escuta para além da fala.

Porém, como no dia a dia da sala de aula podemos desenvolver essas habilidades nos estudantes?

Para ajudar a pensar nos processos relacionados a construção de atividades em grupos com os estudantes apresentamos cinco tópicos que podem guiar esse tipo de trabalho.

Devemos nos perguntar:

1 – O trabalho que eu vou propor é mesmo relevante para se fazer em grupo? 

Tomada a decisão, mãos à obra:

Uma boa estratégia é criar um contexto desafiador para que o grupo queira resolver mesmo o desafio. Pode-se pensar num enunciado provocativo que pode ser lido pelo professor ou pensar em diferentes enunciados para cada grupo.

2 – Quais seriam os ganhos para os alunos com esse trabalho?

Geralmente o trabalho em grupo tende a desenvolver liderança, argumentação, capacidade de resolver problemas, pensamento crítico, responsabilidade, iniciativa e principalmente SABER OUVIR E RESPEITAR opiniões diferentes.

Uma outra palavra bastante usada nesses tempos é RESILIÊNCIA (capacidade de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas).

Caso o propósito seja trabalhar algum desses itens acima, bola para a frente!

3- Quais critérios devo usar para montar os grupos?

a) Temos que gerenciar essa atividade com muita cautela, inicialmente é recomendado planejar os tamanhos dos grupos previamente levando em conta o número de estudantes daquela turma para não correr o risco de formar grupos grandes demais, pequenos demais ou que haja “alunos sobrando ao final do processo”.

Além disso, essa atitude prévia, vai assegurar mais tranquilidade no momento de divisão dos grupos, evitando improvisos e concessões que as vezes somos induzidos a fazer para diminuir a entropia provocada na sala de aula nesse momento.

b) Considerar nesse planejamento como proceder com os alunos que faltaram no dia e serão colocados em algum grupo.

c) Estabelecer e apresentar os critérios para montagem dos grupos de forma clara, e se possível registrar esses critérios em um local na sala de aula para ser relembrado sempre que necessário durante os trabalhos dos grupos

d) Caso seja possível, crie categorias onde cada um da equipe formada tenha um determinado papel para o desenvolvimento do trabalho, isso facilita a formação de grupos heterogêneos, uma vez que a diversificação das habilidades auxilia numa visão mais holística na resolução dos problemas. Contudo, é fundamental que todos devem contribuir para além da categoria a cada um atribuída.

e) Uma possibilidade de negociação que pode ser feita com os estudantes é a permuta entre membros dos grupos que ocupam as mesmas categorias, isso ajuda a aumentar a aderência dos alunos ao grupo dando a possibilidade de negociar parcialmente a construção da sua equipe.

f) Outra possibilidade é deixar que os estudantes construam os grupos por afinidades, colocando o professor como negociador de cargos, permutando alguns alunos para equalizar as equipes.

4 – Condução e clareza do processo:

a) Uma vez formados os grupos, deixe bem claro o processo de execução do trabalho, se possível for, construa um diagrama na lousa pontuando as etapas e/ou percursos que eles devem construir na execução do trabalho. É importante também pensar em colocar essas informações em local de fácil consulta para a coordenação e para os pais/responsáveis.

b) Deixe claro os prazos de entrega e verifique se há algum problema relacionado à disponibilidade ou aquisição de material que os estudantes irão precisar para construir o trabalho.

c) Evite que os alunos tenham que se reunir fora da escola, isso geralmente provoca disrupturas com as famílias em relação ao transporte e horários, principalmente em relação aos alunos do ensino fundamental.

d) Caso seja imprescindível a reunião dos grupos extraclasse, pense em encontros dentro do ambiente escolar, e que isso seja previamente conversado com a coordenação e sinalizado aos pais/responsáveis sobre essa possibilidade.

e) Outra opção é fazer uso das ferramentas tecnológicas para as reuniões ou desenvolvimento dos trabalhos de forma online. Isso permite inclusive desenvolver técnicas e habilidades relacionadas ao uso racional das tecnologias.

5 – Importante para refletir:

a) O que une um grupo com diferentes pessoas é seu objetivo comum em resolver um bom desafio.

b) “O meu trabalho só termina quando todos terminam o trabalho”

c) “Trabalho em grupo é sempre em grupo” – Não se pode permitir que estudantes façam sozinhos as atividades que foram planejadas para desenvolver a capacidade em trabalhar em equipe.

d) “O inferno são os outros” – Jean-Paul Sartre

Leia mais:
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– Por que (e para quê) tantas metodologias


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aprendizagem baseada em projetos, competências para o século 21, ensino fundamental, ensino médio

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