7 estratégias de aprendizagem ativa para aulas remotas ou presenciais - PORVIR
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7 estratégias de aprendizagem ativa para aulas remotas ou presenciais

Especialista reforça potencialidade de técnicas que ajudam a resgatar a memória dos estudantes, a fixar novos aprendizados e a planejar os próximos passos do processo de ensino-aprendizagem com foco na trajetória do aluno

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por Maria Victória Oliveira ilustração relógio 6 de novembro de 2020

Adaptar antigas práticas pedagógicas e adicionar novas estratégias ao dia a dia da escola é processo obrigatório para educadores e escolas que buscam atender às demandas das novas gerações. Neste sentido, é natural adotar a aprendizagem ativa, que coloca o aluno no centro de seu próprio processo de aprendizagem, priorizando estratégias que promovam engajamento.

Daniela Brighenti, professora especialista da Camino School, explica que as práticas de aprendizagem ativa estão embasadas na ciência de aprendizagem, que estuda as formas sob as quais os alunos aprendem mais e melhor. “Além de beneficiar o aprendizado, é uma forma mais engajadora, por estar muito centrada no aluno. Não só no ensino presencial, mas ainda mais no ensino remoto, esse engajamento é muito importante, uma vez que estamos separados por telas e precisamos manter a atenção do aluno.”

Professores  que ainda estão inseguros sobre essa metodologia devem ter em mente que, entre os pontos positivos da adoção de técnicas de aprendizagem ativa, está maior interação com o estudante, que pode falar ao professor o que já aprendeu e o que deseja aprender, se as aulas propostas estão funcionando ou não e o que ainda têm dificuldade. “Tudo isso constitui um conjunto de informações muito rico ao professor, e ajuda no planejamento das propostas com os estudantes em mente”, reforça Daniela.

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Entre as inúmeras estratégias de aprendizagem ativa, Daniela listou 7 que podem ser aplicadas tanto na retomada das aulas presenciais como no ensino online. Confira a seguir.

Prática de recuperação
Consiste em qualquer prática ou exercício que ajude os estudantes a resgatar um conhecimento da memória de longo prazo e trazê-lo para a chamada memória de trabalho.

“À medida que essa prática se repete, reforça o conhecimento que o aluno tem, justamente por esse esforço de recordar. E assim, o conhecimento fica cada vez mais retido na memória de longo prazo do aluno.”

As atividades podem envolver desde uma lista em que os alunos escrevem em uma folha de papel tudo o que lembram sobre determinado tema ou conteúdo, a realização de um quiz, sem atribuição de notas, ou até mesmo combinando a prática de recuperação com outras estratégias, como a que o professor faz uma pergunta, estimula que os alunos pensem individualmente durante um pequeno intervalo de tempo e depois discutam com os colegas.

Levantamento de conhecimentos prévios
Como o nome adianta, essa estratégia nada mais é do que a conversa no início de cada aula ou atividade para que o professor possa compreender o que o aluno já conhece sobre o tema, tópico ou exploração que será realizada. “Essa prática está relacionada à prática de recuperação, porque é uma forma de trazer e resgatar um conhecimento que talvez esteja dormente no aluno e, a partir dessa retomada, trabalhar com aquele tema novamente. Geralmente é usada no começo de uma exploração, e tem essa função informativa para o professor, para que, entendendo o que o aluno já sabe, possa entender de que formas pode ajudar os estudantes.”

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Sigla para o que já Sei (S), Quero saber (Q) e o que já Aprendi (A), a estratégia é outra forma de docentes e tutores entenderem em que ponto seus alunos se encontram antes de iniciar uma atividade ou percurso temático. Trata-se de uma tabela dividida em três colunas.

“Antes de começar os trabalhos, o aluno ou a sala toda em conjunto preenchem a primeira coluna com aquilo que já sabem sobre o tema. Na segunda coluna, colocam o que têm interesse de aprender sobre aquele assunto. Depois, no fim da exploração, que pode durar uma aula, uma sequência ou até o ano todo, devem retomar a tabela para preencher a última coluna, com o que realmente aprenderam”. Daniela explica que essa é uma forma de o aluno não só avaliar previamente o que sabe sobre os conteúdos, mas também dispor seus interesses e observar o caminho de aprendizagem percorrido.

Memorização prolongada
Depois dos métodos para recuperar conteúdos já vistos, Daniela destaca estratégias usadas para apoiar o processo de fixação de aprendizados. A memorização prolongada é uma forma de estimular a memória e facilitar que os estudantes guardem novas aprendizagens.

“É uma técnica de criar imagens que o estudante associe com algo que tenha que memorizar. Por exemplo: se ele tem uma lista de palavras que deve aprender, ele pode associar a uma imagem engraçada, que não precisa estar diretamente relacionada ao conteúdo, mas ao lembrar dela, ele lembrará das palavras e de seus significados. Isso pode ajudar a extrair esse conhecimento e resgatá-lo na memória.”

Registrar de diferentes formas
Conectada à estratégia anterior está o registro das informações sob diferentes formas. Além das tradicionais anotações no caderno, os estudantes podem desenhar, criar imagens, fazer um gráfico ou até mesmo inventar uma música. Quem não lembra alguns macetes de aprendizagem para memorizar fórmulas de física ou a ordem da tabela periódica?

“Todas essas formas diferentes de registrar um conhecimento vão fazer com que o estudante tenha mais associações com a memória, e que vai ajudar a extraí-la mais facilmente, além de permanecer registrada por mais tempo.”

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A sigla, que causa um certo estranhamento, é a abreviação da frase: O Que Fazer Quando Não Sei O Que Fazer?, uma técnica ensinada por um professor do Teachers College, da Columbia University (EUA), que ministra formações à Camino School.

“Essa é uma estratégia muito relacionada à meta-aprendizagem, ou seja, refletir sobre a forma como aprendemos. Essa prática pode ser usada pelos estudantes para que encontrem caminhos quando estão presos em algum problema, incentivando que pensem em formas de solucionar determinado desafio ou situação.”

Bilhete de saída
Geralmente adotada no encerramento de uma aula ou atividade, a estratégia do bilhete de saída é usada para verificar como os estudantes receberam a proposta e o que conseguiram aprender com aquela prática.

“Nas aulas presenciais, pode-se utilizar um bilhetinho mesmo, onde alunos mais novos podem usar até emojis para falar o que acharam da aula, como se sentiram com essa prática. Já alunos mais velhos podem fazer algo mais reflexivo, mas sempre respondendo a uma pergunta simples. A ideia é que o bilhete ajude o professor a ver o que deu certo ou não, quais tipos de aulas estão funcionando e o que pode ser feito na sequência.”

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aprendizagem ativa, aprendizagem baseada em projetos, avaliação, competências para o século 21, tecnologia

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