Sem atrair jovens para a profissão, Brasil pode ter déficit de 235 mil professores em 2040
por Redação 30 de setembro de 2022
A carreira docente não tem conseguido atrair os jovens no Brasil. É isso o que revela estudo feito pelo Instituto Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior) apresentado na última quinta-feira (29). Segundo estimativa, se o ritmo atual de formados em cursos de licenciatura se manter, a educação básica pode enfrentar déficit de 235 mil professores até 2040.
De 2010 a 2020, o número de ingressantes nos cursos de licenciatura aumentou em 61,15%. A alta recente ocorreu devido à maior procura por graduações a distância. No entanto, o número de concluintes não segue o mesmo ritmo. A taxa dos que se formaram cresceu apenas 4% no mesmo período, indicando grande evasão.
Os formados, por sua vez, não representam necessariamente a ida de novos professores para a educação básica, já que a alta de alunos ingressantes não é puxada por jovens recém-formados no ensino médio, mas por pessoas em sua segunda graduação, muitas das quais já atuam nas salas de aula.
Isso se torna evidente ao observar que os cursos com maior crescimento no número de concluintes são aqueles que servem como complementação à formação inicial, como a educação especial, que registrou aumento de 1.583% entre 2016 e 2020. Outro aspecto é a idade. O número de professores com menos de 29 anos atuando nas salas de aula no Brasil caiu 27,2% entre 2016 e 2021, enquanto os docentes com mais de 55 anos cresceram 44% no período. Redes públicas de ensino do país já enfrentam dificuldade para completar o quadro de professores.
Leia a matéria original em Folha de S. Paulo